61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE À EROSÃO NAS SUB-BACIAS DE JUCAZINHO E TAPACURÁ EM PERNAMBUCO UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO
Caio Flávio Nunes Lopes de Abreu e Lima Belfort 1
Maria Mariah Monteiro 1
Wanderley Estanislau Costa de Farias 1
Ioná Maria Beltrão Rameh Barbosa 2
Vânia Soares Carvalho 3
1. Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental/IFPE (Bolsistas)
2. Prof. MSc. Departamento de Saneamento Ambiental/IFPE (Orientadora)
3. Prof. MSc. Departamento de Saneamento Ambiental/IFPE (Co-orientadora)
INTRODUÇÃO:
A erosão hídrica é a interação entre água e solo, que resulta no carreamento do material segregado e na deposição desse material nas partes baixas do relevo. Dentre os elementos transportados no processo de erosão estão o nitrogênio e o fósforo. Quando estes elementos chegam em grandes quantidades a um corpo hídrico podem provocar a eutrofização, que é o crescimento excessivo de plantas aquáticas a ponto de causar interferência com os usos desejáveis do corpo d´água. Portanto, o conhecimento dos aspectos ambientais relacionados à erosão é de fundamental importância, visto que o carreamento de nutrientes para os reservatórios devido à erosão é uma das principais causas da eutrofização. Aspectos como geomorfologia, clima, solos e uso do solo interferem no processo erosivo e, conseqüentemente, na quantidade de nutrientes carreados aos corpos hídricos. O objetivo deste trabalho foi elaborar um mapa temático de erodibilidade utilizando técnicas de geoprocessamento para avaliar os aspectos que influenciam o processo de erosão. Foram estudadas as sub-bacias de Jucazinho e Tapacurá, localizadas na Bacia do Capibaribe, em Pernambuco.
METODOLOGIA:
Para a análise da vulnerabilidade à erosão adotou-se a metodologia de análise multiatributo, que em ambiente de Sistema de Informações Geográficas-SIG facilita a tomada de decisão sobre um determinado problema que possui muitos aspectos a serem considerados. Neste trabalho foram considerados como aspectos que contribuem para a erosão a geomorfologia, o clima, os tipos de solos existentes e os usos que se faz do solo nas sub-bacias estudadas. Esses dados (mapas temáticos e imagens) obtidos de diversas fontes foram manipulados no ArcGIS 9x e avaliados segundo seu grau de vulnerabilidade à erosão citados em Ross (2005) e Crepani (2005). Adotou-se os índices 1 para baixa vulnerabilidade, 2 para média e 3 para alta vulnerabilidade à erosão e atribuíram-se pesos iguais para os quatro aspectos analisados. Para a geomorfologia utilizou-se a imagem de projeto Shuttle Radar Topography Mission (NASA, 2000) para geração do modelo numérico do terreno e elaboração do mapa de declividade, para o mapa de clima foram utilizados dados de chuva da ANA para obtenção da intensidade pluviométrica. O tipo de solo foi analisado a partir do mapa de solos de Pernambuco elaborado pela EMBRAPA e para uso do solo foi realizada a classificação não-supervisionada de imagens LANDSAT 5 obtidas no site do INPE.
RESULTADOS:
Como resultados desta pesquisa foram obtidos os mapas temáticos de geomorfologia, clima, solos e uso do solo classificados segundo seu grau de vulnerabilidade à erosão (baixa, média e alta) para as duas sub-bacias estudadas. Em relação à geomorfologia, a maior parte da sub-bacia do Jucazinho tem baixa vulnerabilidade à erosão. Na sub-bacia do Tapacurá predominam áreas de média vulnerabilidade. Quanto ao clima, ambas sub-bacias apresentam média vulnerabilidade à erosão. Quanto aos tipos de solo, predominam aqueles com média vulnerabilidade nas duas sub-bacias. Para o aspecto uso do solo, predominam as áreas de alta vulnerabilidade à erosão, ou seja, áreas com cobertura vegetal instável ou ausência da mesma. A integração das informações de geomorfologia, clima, solos e uso do solo, utilizando a ferramenta de álgebra de mapas, gerou um mapa de erodibilidade, onde foi possível identificar as áreas de maior vulnerabilidade à erosão nas sub-bacias estudadas. Em Tapacurá, cerca de 94% da área apresenta média vulnerabilidade à erosão. Já em Jucazinho, esta área corresponde a 92% do total.
CONCLUSÃO:
O geoprocessamento como ferramenta de integração de dados de diversas fontes foi fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa, pois foram utilizadas imagens de satélite, mapas temáticos, dados estatísticos, para obtenção de novas informações. Essas informações traduzidas na forma de mapas temáticos foram manipuladas em ambiente de SIG, utilizando o software ArcGIS, o que possibilitou a aplicação da metodologia de análise multiatributo. Com esta metodologia foi possível mensurar o grau de relevância dos diversos aspectos analisados em relação à vulnerabilidade à erosão. Por fim, conclui-se com esta pesquisa que os aspectos analisados são relevantes para avaliação da vulnerabilidade à erosão, visto que são fatores que influenciam no processo erosivo dos solos.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE.
Palavras-chave: Erosão, Geoprocessamento, Multiatributo.