61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana
Recursos Energéticos Renováveis e a Ecologia do Trabalho: O Caso do Etanol Brasileiro
Aline da Conceição Barrozo 1
José Augusto Ferreira da Silva 1
1. IF-Fluminense
INTRODUÇÃO:
O presente estudo tem como objetivo demonstrar as contradições existentes no setor sucroalcooleiro com relação direta entre capital e exploração do trabalho humano na atual configuração do sistema energético brasileiro, principalmente em relação ao etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. Na atual configuração, o Brasil é mundialmente reconhecido como líder na produção e eficiência no setor sucroalcooleiro, mas tal liderança não se reflete na mesma medida com relação à responsabilidade social, ambiental. Atualmente no mundo há uma necessidade ambiental e política de substituir o petróleo que é um recurso finito, por energias alternativas como o caso do etanol. Mas ligado a explosão na produção do etanol, também encontramos em sua cadeia produtiva questões problemáticas que vão desde o uso da Terra, até as condições de trabalho dos chamados bóias-frias. No Brasil como já se sabe, há vários setores da iniciativa privada, que exercem alto grau de exploração de seus trabalhadores, um dos exemplos está na cadeia produtiva do etanol, onde milhares de pessoas são obrigados a trabalharem em péssimas condições, que na maioria das vezes trazem fadigas, dores musculares, câimbras e até a ocorrência de mortes.
METODOLOGIA:
Esse estudo vem sendo construído com a utilização de método empírica e exploratório com estágios de gabinete e trabalho de campo aonde vem sendo feito levantamento de referenciais teóricos (Livros, dissertações, teses, periódicos e relatórios técnicos), sobre o tema em estudo, além de análise de documentação jornalística dos últimos anos e bancos de dados das grandes universidades do país. Na primeira etapa do trabalho cientifico foram feitas as discussões teóricas-metodológicas e produção de textos sobre o tema. Na segunda etapa da pesquisa proceder-se-á com a aplicação de questionários semi-estruturado junto aos trabalhadores bóias-frias em canaviais no município de Campos dos Goytacazes-RJ com o objetivo de coletar dados que servirão de subsídios para a elucidação das hipóteses de trabalhos degradantes nos canaviais do referido município e região.
RESULTADOS:
Nas pesquisas feitas aos referenciais teóricos, pode ser observado que em pleno séc. XXI ainda existe, no Brasil, trabalhos degradantes nas lavouras de cana semelhante aos trabalhos escravos do período colonial. O contexto atual é outro, pois agora há uma outra forma de explorar da mão-de-obra. Utiliza-se outros metódos onde uma pessoa da fazenda vai até as regiões mais pobres do país aliciar indivíduos para o trabalho no corte de cana, principalmente no Sudeste onde se concentra as maiores Usinas no Setor Sucroalcoleiro. Essas pessoas aliciadas ficam nas mãos dos chamados “Gatos”, que cobram uma dívida de despesas de viagem que não existe, fazendo assim com que esses trabalhadores sejam obrigados a trabalharem cada vez mais para pagar a tal dívida que na prática não há de fato. Muitas das vezes não conseguem quitar a dívida, pois não é de interesse por parte dos empreiteiros que assim os façam, pois seu grande interesse é que esses trabalhadores fiquem sempre em “suas mãos”. Como resultado, ainda, foram produzidos os artigos “Ecologia do trabalho na cadeia produtiva do etanol brasileiro”, “Potencial presente na cadeia produtiva do etanol e seus desafios para alcançar a sustentabilidade” e “Em busca da ecologia do trabalho” apoiando no entendimento do tema.
CONCLUSÃO:
Constatou-se através dos referenciais teóricos pesquisados e analisados, que em pleno séc. XXI ainda encontramos no Brasil vários focos de trabalho degradante semelhante ao trabalho escravo do período colonial. Embora muitas pessoas no país não tenha noção de tal problema social, o trabalho degradante ocorre muito mais do que se pode imaginar. Nas pesquisas foi constado que os maiores focos do trabalho degrandante no setor sucroalcooleiro encontra-se na Região Sudesde do país, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Nesses estados o trabalho dos bóis-frias é muito exastivo, com longas jornadas de trabalho, sem os equipamentos necessário para sua proteção individual no corte de cana. No Brasil, apesar de não ser muito divulgado, encontra-se um grande percentual de pessoas que são submetidas a cada dia ao trabalho degradante semelhante ao trabalho escravo, essas pessoas geralmente vivem a margem do sistema economico nas regiões mais pobres do país, na maioria das vezes não tendo outra opição a não ser se submter a exploração da sua força de trabalho.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq/PIBIC.
Palavras-chave: Recursos Enegéticos, Trabalho Degradante, Etanol Brasileiro..