61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NA ÁREA URBANA DE MANAUS: A EXPERIÊNCIA DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA
Therezinha de Jesus Aleixo Santos F. de Melo 1
Elizabeth da Conceição Santos 1
1. Universidade Federal do Amazonas/Centro de Ciências do Ambiente/PPG-CASA
INTRODUÇÃO:
Os Parques Urbanos de Manaus surgiram na malha urbana proporcionando a conservação do meio natural urbano, além de propiciar lazer e conscientização ambiental para a população da cidade. A criação de Unidades de Conservação na categoria de Parques é patrimônio da comunidade visando à conservação dos aspectos naturais e culturais com regras básicas de comportamento. Os Parques são protegidos por lei, porém, a maioria está cercada por áreas que não são unidades de conservação, sofrendo inúmeras ameaças e pressões. O poder persuasivo da comunicação, apoiando a Educação Ambiental, constitui-se como ferramenta poderosa e necessária às mudanças ambientais e socioeconômicas para a melhoria da qualidade de vida no campo e na cidade. A presente pesquisa teve por objetivo analisar o comprometimento da população do entorno do Parque Estadual Sumaúma, localizado na Zona Norte, no bairro Cidade Nova, na cidade de Manaus, Amazonas, visando à gestão participativa. O Parque, que foi criado pelo Governo do Estado do Amazonas, por meio do Decreto nº. 23.721, em 5 de setembro de 2003, tem a sua trajetória de criação como parte da história do bairro Cidade Nova.
METODOLOGIA:
A pesquisa caracteriza-se como um Estudo de Caso, com enfoque qualitativo, cuja abordagem metodológica procurou identificar o conhecimento da população do entorno sobre o Parque, investigar o papel da Educação Ambiental na conservação do Parque e avaliar a participação dessa população na gestão ambiental do mesmo. A pesquisa foi realizada por meio da análise de documentos, consulta a mapas, pesquisa bibliográfica, aplicação de entrevistas semi-estruturadas na pesquisa de campo e registro fotográfico. A amostra foi composta de noventa sujeitos entrevistados, com faixa etária entre dezoito e setenta e sete anos, sendo que o maior número de entrevistados é da faixa entre quarenta e oito e cinqüenta e sete anos de idade. Os sujeitos entrevistados foram distribuídos em cinqüenta e sete moradores, dez agentes ambientais voluntários, treze professores representando as escolas situadas no entorno, na borda e com distância de até três quilômetros do Parque, além de dez representantes do Conselho Consultivo. As informações coletadas foram analisadas, abrangendo a máxima descrição, explicação e compreensão do foco deste trabalho. Destaca-se o número significativo de entrevistados oriundos de cidades do interior: vinte e três moradores, oito agentes ambientais voluntários e sete professores.
RESULTADOS:
Os resultados apontam que setenta e cinco por cento dos sujeitos entrevistados reconhecem a importância do Parque Estadual Sumaúma para a qualidade de vida dos moradores do bairro Cidade Nova e da Cidade de Manaus, motivo pelo qual as pessoas preocupam-se com a ocupação irregular, a necessidade de se manter a fiscalização e monitoramento permanente no local, assim como a segurança. Essa população demonstra conhecer a importância da natureza, da floresta para a sua qualidade de vida na área urbana, com a esperança de ver o Parque em seu efetivo funcionamento. Quarenta e nove moradores entrevistados estão dispostos a colaborar com o Parque em ações de Educação Ambiental. Os professores entrevistados mencionaram a importância da participação dos alunos nas atividades educativas do Parque, assim como os agentes ambientais voluntários demonstraram interesse em continuar exercendo esse papel para ver o Parque concretizado. A pesquisa apontou a importância da comunicação no desenvolvimento das ações de Educação Ambiental do Parque Estadual Sumaúma. A construção da Avenida das Torres constitui preocupação que poderá ameaçar o Parque, na fala dos moradores e agentes ambientais voluntários, como dos professores e membros do Conselho Consultivo do Parque.
CONCLUSÃO:

A Educação Ambiental é indicada como potencial para sensibilizar a comunidade do entorno e borda do Parque, implicando em processo permanente de motivação individual e coletiva para a conservação e proteção do Parque Estadual Sumaúma. Enquanto mecanismo de sensibilização da população do entorno do Parque, a Educação Ambiental terá papel importante na conservação e proteção, bem como a preservação das nascentes, podendo usar a Comunicação para mediar às ações. Como estímulo à mudança de comportamento o Subprograma de Educação Ambiental poderá orientar as Escolas do entorno e borda do Parque para as boas práticas da Agenda Ambiental, bem como motivar a comunidade do entorno a se interessar pelo Parque, já que nasceu da vontade dos seus moradores. A gestão do Parque deverá promover ações que possam ter a participação da comunidade, visando à sensibilização sobre o que representa o Parque para a melhoria da sua qualidade de vida. Esta pesquisa pode subsidiar a formulação de estratégias de políticas públicas de Educação Ambiental em Unidades de Conservação na área urbana, considerando seu objeto que foi o Parque Estadual Sumaúma.

Palavras-chave: Educação Ambiental , Unidade de Conservação, Comunicação.