61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos
                          A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM RESGATE SOCIAL NO CONTEXTO DO CAMPO
Lucinete Gadelha da Costa 1, 2
Valdeli da Silva Neto 1
Ducilene Barros Lopes 1
1. Universidade Estadual do Amazonas -UEA
2. Universidade Federal da Paraíba -UFPB
INTRODUÇÃO:

O presente trabalho é fruto do acompanhamento de pesquisas enquanto docente nas disciplinas de Estágio I, II, III e IV no projeto INCRA-PRONERA-UEA na formação de nível superior com alunos/ agricultores das áreas de Reforma Agrária no Estado do Amazonas e tem como objetivo realizar uma reflexão sobre a Educação de Jovens e Adultos na perspectiva da Educação do Campo, partindo de elementos históricos que destacam a leitura como instrumento importante na construção da cidadania. A questão da educação de jovens e adultos sofreu grandes transformações a partir dos anos 1946 a 1964, quando surgiram as grandes campanhas nacionais de alfabetização. Com Paulo Freire, o conceito de educação de jovens e adultos vai se movendo na direção de uma educação emancipatória, na medida em que a realidade começa a fazer algumas exigências, pois o que era antes só ler e escrever, agora além de escrever e ler torna-o, sujeito de sua própria história. Daí porque entendemos que é urgente pensarmos a EJA como espaço de construção do conhecimento, articulando a apropriação do conhecimento científico elaborado na luta concreta para a transformação e construção de uma nova realidade social.

METODOLOGIA:

Para concretização do estudo efetivou-se um levantamento bibliográfico e a análise dos pressupostos teóricos que norteiam o entendimento da Educação de Jovens e Adultos numa perspectiva da Educação do Campo. Dentre esses teóricos pode-se destacar: Paiva (1987, 2005) Freire (2003, 1987) Caldart (2000, 2002, 2004), Molina (2004) entre outros. A pesquisa de natureza qualitativa buscou um enfoque dialético, com observação participante e entrevistas estruturadas com vinte alunos, três professora e duas gestoras realizada em duas escolas municipais a primeira localizada no P.A. Tarumã-Mirim Ramal do Pau-Rosa e a outra no Assentamento Marcos Freire localizado no Município de Presidente Figueiredo.

 

RESULTADOS:

De acordo com os dados levantados, verificamos que a evasão escolar é uma das dificuldades encontradas pelos alunos da EJA, é possível afirmar que tal realidade da-se a partir da ausência de metodologia do professor voltado para o ensino com adultos e de políticas públicas coerentes com a realidade e os problemas socioeconômicos que deixam a educação em posição marginal. Os dados evidenciam um ensino descontextualizado com a realidade, onde se encontra inserido esses sujeitos, e se queremos leitura significativa, temos que dar-lhe material significativo, onde o significado esteja presente no dia-a-dia do educando, diante disso deve-se partir sempre de uma situação vivida e produzida tanto pelo jovem como pelo adulto. A conjuntura atual de nossa sociedade, cada vez mais injusta, evidencia a necessidade de um movimento de organização das camadas populares na luta pelos seus direitos básicos e, neste caso específico o direito a educação. Portanto, podemos evidenciar as complexidades desse tema em um contexto educacional brasileiro em que os problemas de ordem social, ainda são os maiores na educação de jovens e adultos.

CONCLUSÃO:

 O ensino que estamos questionando é o ensino descontextualizado com a realidade, onde se encontra inserido esses sujeitos, precisamos contribuir na formação de um sujeito crítico e dono de sua própria história, e que a educação do campo é o resultado de uma visão de mundo construída a partir da ótica da população campesina em que o significado esteja presente no dia-a-dia do educando, diante disso deve-se partir sempre de uma situação vivida e produzida tanto pelo jovem como pelo adulto. Dessa forma na direção do que define a Resolução CNE/CEB nº. 1, de 3 de abril de 2002 que trata das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica na Escola do Campo sob a ótica do direito, implicando no respeito às diferenças, tratando a qualidade da educação escolar na perspectiva uma prática docente fortalecedora de um processo de inclusão social. Entre as inúmeras lutas dos movimentos sociais está o acesso a uma educação de qualidade, conectada com as necessidades das classes populares. Portanto, vale salientar que o paradigma da educação do campo respalda-se na formação humana do homem do campo na direção da contra-hegemonia, respeitando seus valores, sua cultura, seus conhecimentos. 

 

Instituição de Fomento: FAPEAM
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Leitura.