61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 1. Comunicação Digital
WEBRÁDIO: UMA AÇÃO RIZOMÁTICA NA FORMAÇÃO DE REDES SOCIAIS
Ricardo Cabral 1
Erick Dau 1
Iasmine Pereira 1
Luana Balthazar 1
Jefferson Carrasco 1
Mohammed ElHajji 2
1. Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro / ECO/UFRJ
2. Orientador do trabalho. Prof. Dr. da Escola de Comunicação Social da UFRJ
INTRODUÇÃO:
O projeto pretendeu desenvolver uma pesquisa teórica sobre os novos rumos da radiodifusão mundial especialmente sob seu viés convergente com a Internet, isso a partir de leituras e discussões com especialistas e acadêmicos tanto fechadas como abertas à comunidade em geral. No lado prático da questão, pretende-se ainda colocar em funcionamento uma webrádio de simples administração que possa atuar como veículo de informação, integrando o ambiente universitário e outras comunidades com os mais variados perfis. Nos últimos anos, as webrádios vêm ganhando cada vez mais importância na radiodifusão nacional, principalmente pelo fato de ser uma mídia propiciadora e fomentadora da comunicação comunitária, que parece ser seu mais importante uso.
METODOLOGIA:
Em seu ponto teórico, o projeto se baseou na formação de um grupo de pesquisa sobre o tema que, a partir de rodas de leituras e discussões, propiciasse a elaboração de um artigo sobre as questões que envolvem a webrádio. Semanalmente, uma pessoa era responsável pela leitura e sumarização de um texto relacionado para ser apresentado aos demais. Além disso, como projeto de extensão paralelo, foi planejada a “Radioação – II Semana de Radialismo da UFRJ”, na tentativa de, ao criar momentos de debate entre acadêmicos e profissionais da área, propiciar um maior entendimento das perspectivas e das origens dessa nova mídia. Por último, à exemplo da Rede Viva Rio de Radiodifusão Comunitária, projeto da Rede Viva Favela de incentivo a diversas rádios comunitárias das favelas do Rio de Janeiro e que não só abriga webrádios, mas também atua na formação de profissionais da área através de cursos profissionalizantes, o projeto da Webrádio Comunitária pretende integrar diversas comunidades às redes já existentes de webrádios em comunidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano e aos diferentes centros universitários do País. Pretendemos, adicionalmente, desenvolver apostilas que expliquem, de forma didática, em formato eletrônico, a instalação, o uso e a manutenção deste modelo de webrádio.
RESULTADOS:
No que tange a questão teórica, o grupo de discussão e pesquisa formado culminou com a conclusão de um artigo científico inédito e não-publicado denominado “Webrádio: uma ação rizomática na formação de redes sociais”, no qual é enfatizado o grande potencial da webrádio como uma interessante mídia para desenvolvimento da comunicação comunitária. Além disso, a “Radioação – II Semana de Radialismo da UFRJ” acontecerá, em abril, nos dias 14, 15 e 16, no campus da Praia Vermelha da UFRJ, e contará com profissionais do ramo e especialistas discutindo a história do rádio, as rádios comunitárias, a rádio digital e a webrádio, em uma assimilação de presente, passado e futuro. O site da semana é www.radioacao2009.blogspot.com. Assim, apesar do projeto da Webrádio Comunitária ainda não ter sido viabilizado, crê-se que já se avançou muito na discussão de uma temática ainda pouco explorada.
CONCLUSÃO:
Com a intensificação da globalização, cresceu o fenômeno de intercâmbios culturais de forma heterogênea. Se diferenciam, então, formas de comunicação que contam com a participação direta de membros locais que mobilizam a comunidade em torno de demandas comuns. É então que a webrádio ganha cada vez mais importância na radiodifusão mundial. Ela não tem potência ou raio de transmissão limitados e pode ser acessada de qualquer lugar do mundo. Além disso, as webrádios utilizam uma tecnologia com custo de implantação relativamente baixo, facilitando as iniciativas pessoais. A única limitação considerável seria a econômica, porém já se pode perceber um crescimento do número de pessoas com acesso à Internet em casa, centros de inclusão digital, escolas ou lan houses. Permitindo maior interatividade do usuário, contribui para a horizontalidade junto à comunidade. Se antes a principal crítica ao rádio convencional era o fato de ser um meio de comunicação unidirecional, agora isso perdeu o sentido. Além de ouvir, o usuário – e não apenas ouvinte – pode entrar em contato com textos, vídeos, fotos, animações, etc. disponíveis na própria página. Em suma, a webrádio passou a ser, portanto, um modelo de rádio convergente, por conta de seu caráter multimídia agregado à rede.
Palavras-chave: webrádio, mídia digital, comunicação comunitária.