61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento
AVALIAÇÃO EM DOENTES DE ESCLEROSE MÚLTIPLA: ESTUDO DE CASO
Carmen Sílvia da Silva Martini 1, 2
Manuel Botelho2 2
1. Universidade Federal do Amazonas/BR – Mestre
2. Faculdade de Desporto/Universidade do Porto/PT – Doutor/orientador
INTRODUÇÃO:
A esclerose múltipla (EM) é uma patologia de degeneração neurológica, por inflamação e desmielinização do sistema nervoso central (SNC) e esclerose glial. Logo, é uma doença dinâmica com manifestação intensa dos sintomas por longos períodos. Sua evolução sucede de forma variada e imprevisível, com cursos diferentes em quatro tipos da doença: surto-remissão ou remitente-recorrente (RR), progressiva-secundária (PS), progressiva-primária (PP) e progressiva-recorrente (PR), afetando o adulto jovem (20 e 40 anos de idade), com maior incidência no sexo feminino (2 para 1) em indivíduos caucasóides. A prevalência em Portugal, segundo os estudos realizados em 1998, de 50/100.000 habitantes, designando-o para a zona de alta prevalência (Maciel, 2001, cit. por Soares, 2002).
METODOLOGIA:
Neste estudo, o objetivo foi avaliar o estado clínico, a auto-estima e a satisfação com a imagem corporal, em um grupo (N=12;M=3/F=9) de doentes de Esclerose Múltipla (EM) de nacionalidade portuguesa, (N=11) com o tipo RR e EDSS com graus entre 0 e 2, e (N=1) com o tipo PS e EDSS com grau 4,5, com idades variando entre 29 e 50 anos, realizados na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto/PT. Para a realização do estudo recorreu-se a 3 questionários para avaliar o estado clínico (anamnese), a escala de auto-estima (Rosenberg Self-Esteem Scale, 1965 - RSES) e a satisfação com a imagem corporal (Body Image Satisfaction Questionaire de Lutter et al., 1990 - BISQL).
RESULTADOS:
Contudo, o que se observou como sintomas mais frequentes foram: alterações motoras (33,33%), perturbação do equilíbrio (66,66%), fadiga (41,66%), alterações esfincterianas (41,66%), diminuição da visão (58,33%), alterações da sensibilidade (41,66%), dor (16,66%), problemas cognitivos (16,66%), náuseas (8,33%), diminuição da força (8,33%), os doentes que faziam atividade física antes de saberem que possuíam a doença (58,33%) e os doentes que faziam atividade física quando souberam que possuíam a doença (50%). No que diz respeito a avaliação da RSES os doentes obtiveram (M=85,25) e na BISQL obtiveram (M=22,92).
CONCLUSÃO:
Portanto, estes dados apontam a importância do atendimento de uma equipe interdisciplinar com vistas a minimizar a angústia do paciente (psicomotor) e proporcionar-lhe uma reabilitação e recondicionamento que possa garantir-lhe a melhora de suas percepções, bem como na qualidade de vida. Porém, também salientamos a importância do doente e do cuidador conscientizarem-se desta nova realidade para lidar e encarar a nova situação positivamente. Neste intuito, o papel do fisioterapeuta e do educador físico é imprescindível no acompanhamento, quer no período de avaliação quer na execução dos exercícios e/ou na prática de atividades física programados.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Amazonas
Palavras-chave: esclerose múltipla, auto-estima, imagem corporal .