61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO REPRODUTIVO E PONDERAL DA 1ª GERAÇÃO DE GAMBÁ DE LABORATÓRIO (Monodelphis domestica) NO BIOTÉRIO CENTRAL DO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
Gabriela Araújo Munhoz 1
Maria Araújo Teixeira 1
John Lee VandeBerg 2
José Antônio Braga Neto 1
Valter Joost Van Onselen 1
Elane Fabrício de Jesus 1
1. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul / UFMS
2. Southwest Foundation for Biomedical Research / SFBR
INTRODUÇÃO:

O gambá de laboratório é a única espécie de marsupial americana que obteve sucesso na

perpetuação da espécie em cativeiro (VandeBerg, 1999). A gestação dura cerca de 14 a 15 dias e

após o parto, completam seu desenvolvimento na superfície do abdômen da mãe permanecendo

ligados desta forma de 3 a 4 semanas para que seu desenvolvimento se complete. O desmame é

feito na oitava semana de vida do filhote, que adquire independência a partir desse período

(Wilson & Reeder, 2005).  É adequado como um modelo para o estudo de algumas doenças humanas

como na hipercolesterolemia induzida pela dieta (VandeBerg,1999),  melanoma (Robinson et al., 1994)

 e ao câncer de córnea (VandeBerg et al.,1994), ambos provocados por exposição aos raios

ultravioleta. Além disso, possui uma taxa de incidência dessas doenças semelhante à do

homem (VandeBerg, 1999).  Neste contexto, objetivou-se avaliar o desenvolvimento reprodutivo,

ponderal e de consumo de ração diário da primeira geração da colônia de gambá de

laboratório, comparando os valores encontrados no Biotério Central da UFMS com os

resultados estabelecidos no Biotério da Southwest Foundation for Biomedical Research (SFBR).

METODOLOGIA:

Foram importados 16 animais, fêmeas (11) e machos (5), da colônia de gambá de laboratório (Monodelphis domestica), heterogênicos, de padrão sanitário convencional (VandeBerg JL. The Lab. Opossum. In: WFAW, 7th v.1 UK; 193-209, 1999), do Biotério da Southwest Foundation for Biomedical Research (SFBR), TX. USA. Os animais receberam ração e água à vontade. A ração foi elaborada pelo Laboratório do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo como referência a composição da Reproduction Fox Food Pellets (National, New Holstein, Wis, USA). Os animais foram higienizados (troca de gaiolas e água e ração) uma vez por semana. Foi feita a análise da média do desenvolvimento reprodutivo (número de partos, intervalos entre acasalamento e primeiro parto, número de fêmeas que pariram, número de filhotes nascidos e desmamados) e do ponderal (peso ao desmame e pós – desmame), e consumo de ração pós-desmame da primeira geração da colônia de gambá de laboratório. As variáveis observadas foram submetidas à análise descritiva e para o peso e o sexo dos animais.

RESULTADOS:
Das 10 fêmeas (peso médio de 69,10 ± 3,95), acasaladas 1:1, oito pariram com uma taxa de fertilidade (no de fêmeas paridas/no de fêmeas acasaladas ×100) de 80%. A média do intervalo (dias) do acasalamento ao 1º parto foi de 21,25±1,035. As médias de filhotes nascidos (n=58) e desmamados (n=51) foram 7,25±3,99 e 6,38±4 (n=17). O índice de natalidade (no de filhotes nascidos/no de fêmeas acasaladas) foi de 5,8. A média do peso(g) dos filhotes machos e fêmeas foi, respectivamente, ao desmame 20,58±2,52 (n =31) e 20,41±2,56 (n=20); aos 67 dias 27,62±5,79 (n=22) e 27,95±6,70 (n=17); aos 74 dias 32,27±5,97 (n=22) e 33,41±6,64 (n=17); aos 81 dias 40,71±6,09 (n=21) e 39,17±5,44 (n=12) e aos 88 dias 48,62±5,72 ( n=21) e 45,00± 6,80 (n=12). A média do consumo diário de ração (g) dos filhotes machos e fêmeas foi, respectivamente, aos 67 dias 3,03±0,52 e 2,75 ±0,64; aos 74 dias 3,23±0,65 e 3,48±0,90; aos 81 dias 3,45±,0,21 e 2,97±0,38 e aos 88 dias 3,54±0,72 e 2,94± 0,40.
CONCLUSÃO:

 Com os resultados obtidos na avaliação da primeira geração de M. domestica do Biotério Central

 da UFMS, conclui-se que os parâmetros reprodutivos e ponderais estão dentro dos padrões de

normalidade determinados pela SFBR e pela literatura consultada. Com isso, o gambá de laboratório

torna-se efetivamente uma nova opção de modelo animal para pesquisas de doenças no Biotério

Central da UFMS e em outras instuições de pesquisa do país.

Instituição de Fomento: PIBIC/CNPQ
Palavras-chave: Gambá de laboratório , Monodelphis domestica , Produção animal.