61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
“ESTUDO DO EFEITO ALELOPÁTICO DA ESPÉCIE Dodonea viscosa (L.) Jacq”
Marília Barbério 1
Vilma Palazetti de Almeida 1, 2
1. (1) Departamento de Morfologia e Patologia da PUC-SP, Sorocaba
2. (2) Profa Dra Orientadora
INTRODUÇÃO:

A escolha de espécies arbóreas em projetos de recuperação de áreas degradadas é crucial para o sucesso da restauração de um ecossistema florestal. Dodonea viscosa é uma espécie pioneira indicada nestas situações, entretanto há constatação que a espécie forma populações densas e dominantes, o que pode ser uma indicação de efeito inibitório sobre a germinação de outras espécies vegetais, o que é conhecido por alelopatia.

METODOLOGIA:

Nesse trabalho o potencial alelopático de D. viscosa foi avaliado em ensaios de germinação com sementes de alface, recomendadas para este tipo de ensaio, visto a sensibilidade a inibidores de germinação. Foram testados diferentes extratos brutos: de folhas secas ou frescas, de frutos e raízes secos, além do exsudato da própria semente da espécie. Os extratos tinham cinco diluições 100, 75, 50, 25% a partir de um extrato aquoso com 20g de peso de matéria fresca/100ml. Como controle utilizou-se água destilada.

RESULTADOS:

Os ensaios feitos com folhas frescas demonstraram efeito inibitório sobre a germinação total e sua velocidade, pouco significativos; já os extratos com folhas secas ou frutos secos apresentaram um atraso na germinação. Extratos de raiz seca ou exsudato das sementes não apresentaram resultados significativos. Pensando no potencial do uso da espécie D. viscosa para compor o grupo de espécies pioneiras em reflorestamentos, foi testado também efeitos da aleloptia na germinação de 3 espécies arbóreas pioneiras: Enterolobium contortisiliquum, Cecropia pachystachya, Euphorbia heterophylla, apenas com o extrato de folha seca (extrato que apresentou resultados mais significativos) nas cinco diluições. Os resultados indicam que os extratos nas diferentes concentrações não inibiram a germinação das espécies estudadas. Sabendo que as plântulas são mais suscetíveis aos efeitos alelopáticos que a germinação foi montado experimento para verificar uma possível anomalia no desenvolvimento das plântulas de amendoim-bravo (Enterolobium contortisiliquum), mas segundo resultados também não há nenhuma diferença significativa.

CONCLUSÃO:

Dodoneae viscosa apresenta efeito alelopático pouco significativo atrasando a germinação da semente de alface e não inibindo, como foi apresentado por Maraschin-Silva & Áquila (2005) em trabalho com a espécie em estudo.

O atraso na germinação de alface só é observado em extratos de frutos secos e folhas secas, o que indica que o processo de secagem em temperatura ambiente é fundamental, para que o efeito alelopático se manifeste.

Os testes de efeito alelopático desta espécie devem ser ampliados para o desenvolvimento de plântulas de espécies florestais nativas para concluir se D.viscosa pode ser utilizada como espécie pioneira em reflorestamentos sem interferir no crescimento e na regeneração natural do ecossistema a ser recuperado.

 

Instituição de Fomento: PIBIC - CNPq
Palavras-chave: alelopatia, D. viscosa, germinação.