61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 5. Matemática - 5. Probabilidade e Estatística
Índice de desenvolvimento humano da microrregião de Rio Negro, no Amazonas: análise estatística exploratória de dados.
Rosiane dos Santos Vieira 1, 2
Suely de Souza Costa 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
2. Universidade Federal do Amazonas - UFAM
INTRODUÇÃO:
O estudo visa conhecer a medida de desigualdade social existente na microrregião de Rio Negro/AM por meio da análise dos índices de Gini e Theil, baseado no indicador de renda extraído do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. A análise desse indicador revela que ocorreram avanços significativos nesta área ao longo dos anos recentes. Apesar das melhorias, o quadro ainda não é completamente satisfatório quando inserido na perspectiva das desigualdades regionais. Problemas que antes eram comuns em todo o País começaram a perder relativa importância nas áreas desenvolvidas, mantendo-se, no entanto, naqueles espaços geográficos onde o quadro de carências sociais é mais significativo. O IDH combina três componentes básicos do desenvolvimento humano: a longevidade - reflete, entre outras coisas, as condições de saúde da população; medida pela esperança de vida ao nascer; a educação - medida pela combinação da taxa de alfabetização de adultos e taxa combinada de matrícula nos três níveis de ensino; a renda - medida baseada no PIB per capita ajustado ao custo de vida local como paridade do poder de compra - PPC. O IDH varia entre os valores 0 e 1, sendo que quanto mais próximo de 1 mais alto será o nível de desenvolvimento humano do país.
METODOLOGIA:
As medidas de desigualdade medem a disparidade de renda de uma região (HOFFMANN, 2006). Neste trabalho optou-se por utilizar o Índice de Gini e os índices L e T de Theil, que mede a desigualdade de qualquer distribuição. Assim como o IDH, o índice de Gini varia de 0 a 1, mas, nesse caso, quanto mais próximo de 0 menor será a desigualdade na distribuição, e quanto mais próximo de 1 maior será a desigualdade de renda. Os índices de L e T de Theil variam de 0 ao logaritmo de base 10 do valor de n, que é o tamanho da amostra, no caso, o número de municípios pertencentes à microrregião que se deseja conhecer seu índice. Na realização desses índices, foram utilizadas as rendas per capita do ano de 2000, em cada um dos municípios da microrregião Rio Negro (Barcelos, Novo Airão, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira). Após os cálculos obtêm-se o índice de Gini e L de Theil. Inicialmente, considera-se Xi variável aleatória discreta em ordem crescente da renda dos municípios, . A seguir, encontrou-se a proporção acumulada do número de elementos e da renda dos municípios, onde, a soma dessa proporção acumulada foi o Índice de Gini da população. Os Índices L e T de Theil foram obtidos, utilizando-se do logaritmo da proporção das rendas dos municípios.
RESULTADOS:
Em 2003, o IDH do Brasil foi de 0,793. Estima-se que cerca de 50% da desigualdade social do Brasil seja devida à educação. Ensino de qualidade propicia a busca por mais conhecimento, tornando as pessoas mais aptas ao mercado de trabalho (STEINER, 2006). Levin (1984) diz que os objetivos da política de desenvolvimento econômico do País têm sido o de combinar crescimento econômico com uma melhoria na distribuição de renda. Embora não haja evidências de uma relação entre desigualdade e nível de renda, há estudos que mostram existir uma relação inversa entre nível de desigualdade e de crescimento da renda per capita (SOUZA, 2004). Obtiveram-se os índices de desigualdade na microrregião do Rio Negro: Gini (0,1354); L (0,031) e T de Theil (0,0302). A diferença entre as medidas de desigualdade de Theil e de Gini é devida à forma da decomposição desses índices entre e dentro dos grupos (Hoffmann, 2006). Outra é o intervalo desses índices seja influenciado pelo tamanho da amostra. Neste caso, os índices de Theil são menores.
CONCLUSÃO:
Portanto, o índice que melhor explica a desigualdade de renda desta microrregião é o índice de Gini. De acordo com os dados conseguidos através das medidas, conclui-se que a renda da microrregião de Rio Negro está próxima da perfeita igualdade. Neste sentido, deve-se salientar que isso não significa que a renda dos municípios da microrregião Rio Negro seja elevada, pois isto significa que entre os municípios há apenas uma semelhança de renda.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: IDH, Índices de Gini, L e T de Theil, Microrregião Rio Negro no Amazonas.