61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia - 1. Biologia da Conservação
SEGURANÇA DOS MACROINVERTEBRADOS NO CONTROLE DE MALÁRIA COM DIFLUBENZURON EM CONDIÇÕES DE SEMI-CAMPO, MANAUS, AM.
Raquel Telles de Moreira Sampaio 1
Iléa Brandão Rodrigues 1
Wanderli Pedro Tadei 1
Francisco Augusto da Silva Ferreira 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/CPEN/ CPCS
INTRODUÇÃO:
A comunidade de macroinvertebrados aquáticos desempenha importante papel na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas e alguns podem ser utilizados como bioindicadores de impacto ambiental, sendo a saúde e a qualidade de um corpo d’água dependente de tais processos.  Dentre estes, alguns são insetos vetores de doenças como os imaturos do principal vetor da malária humana Anopheles darlingi Root 1926.  O controle dos imaturos dos vetores implica em uma série de precauções em relação a sensibilidade dos macroinvertebrados à atividade do larvicida. Segundo a Organização Mundial de Saúde, qualquer substância utilizada no controle de vetores de doenças deve ser submetida a testes de segurança ambiental, de modo a preservar a fauna aquática benéfica, incluindo os macroinvertebrados.
METODOLOGIA:
Testes com o larvicida Diflubenzuron na dosagem recomendada pelo fabricante (1g/L), um hormônio inibidor de síntese de cutícula, recomendado na literatura por não oferecer danos à saúde humana, mamíferos em geral, peixes, em especial onde se observa resistência dos vetores a outros larvicidas, foram realizados sobre insetos aquáticos coletados em igarapés nos arredores de Manaus e artificialmente colonizados em bacias instaladas próximas aos igarapés, com triplicatas e controle, protegidas com filó e lona, alimentados com pó de fígado onde foram observados os efeitos até 15 dias.
RESULTADOS:
Os indivíduos da família Calamoceratidae não apresentaram mortalidade dentro do período ao qual foram expostos ao larvicida, demonstrando tolerância à dose testada. Hydropsychidae, observou-se mortalidade a partir do segundo dia, sendo o maior índice entre os dias quatro e cinco. O controle em ambas famílias da ordem Trichoptera apresentou índice de mortalidade baixo, demonstrando confiabilidade nestes bioensaios. Euthyplociidae (Ephemeroptera), o índice de mortalidade foi alto tanto no bioensaio como no controle, nos levando a submetê-los a novos bioensaios com um número amostral mais elevado. No segundo experimento Euthyplociidae, foram submetidos 65 indivíduos a este bioensaio, realizado com três tratamentos e um controle. Em cada tratamento foram colocados 20 indivíduos e no controle 15. Dentro do período de exposição não foi observada nenhuma emergência tanto nos tratamentos quanto no controle.
CONCLUSÃO:

Calamoceratidae (Trichoptera), demonstrou ser menos susceptivel ao diflubenzuron em condições de semi-campo que Hydropsychidae (Trichoptera) e Euthyplociidae (Ephemeroptera), porém estudos para demonstrar segurança ambiental são recomendados com outros macroinvertebrados a fim de que se possa recomendar o uso do Diflubenzuron nas campanhas de controle de vetores de doenças.

Instituição de Fomento: PPI/ Pibic/ INPA; PIATAM; FAPEAM; CNPq.
Palavras-chave: Macroinvertebrados aquáticos, Diflubenzuron, Segurança Ambiental.