61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E/OU OBESIDADE INFANTIL NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
Cleitor Gomes Mesquita 1
Rodrigo Maciel Lima 1
1. Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia, de Campos dos Goytacazes, RJ
INTRODUÇÃO:
A obesidade infantil pode ser definida como excesso de gordura corporal que se acumula a tal ponto que a saúde pode ser afetada, resultado de um consumo de uma quantidade de calorias maior que aquela que o corpo utiliza (SOUZA & JÚNIOR, 2005, p.72). A ela estão sendo associadas doenças crônico-degenerativas, como hipertensão arterial, resistência à insulina, osteoartrite e até mesmo alguns tipos de câncer; e, mais recentemente, ao aparecimento de doenças como o diabetes mellitus tipo 2 em adolescentes obesos, antes exclusivamente descrita em adultos (CHAVES et al., 2008, p. 192). Intervenções em crianças, principalmente antes dos 10 anos de idade ou na adolescência, diminuem mais a severidade da doença do que as mesmas intervenções na idade adulta, já que mudanças na dieta e na atividade física podem ser influenciadas pelos pais e poucas modificações no balanço calórico são necessárias para causar alterações substanciais no grau de obesidade (LEÃO et al., 2003, p. 152). Assim, deve-se considerar a importância de trabalhos preventivos e educativos de modo a proporcionar mudanças de hábitos de vida nestas crianças que provavelmente desconhecem os riscos inerentes à obesidade.
METODOLOGIA:
A análise da prevalência de sobrepeso e/ou obesidade e dos fatores a ela relacionados foi feita através do questionário avaliativo, composto por 21 questões, incluindo sexo, idade, peso, altura e hábitos alimentares, aplicado nas turmas do 1º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Através das medidas antropométricas (peso e altura) realizadas nos alunos, calculou-se o valor do I.M.C. (Índice de Massa Corpórea), definido com o peso (kg) dividido pelo quadrado da altura (m) e os resultados foram analisados através de uma tabela de I.M.C. percentilar, adequada para adolescentes entre 10 e 18 anos, a qual se considera como sobrepeso os valores de I.M.C. para os percentis 85-95% e obesidade, acima do percentil 95%. Para diagnóstico dos alunos menores de 10 anos foi utilizado o índice de Peso/Idade. A partir desse estudo, percebeu-se a necessidade de se trabalhar de forma a permitir maior compreensão dos efeitos dessa relação perigosa para a saúde. Em seguida foi realizada a análise do teor de cloreto de sódio nos biscoitos que os alunos relataram ingerir, uma vez que este é um dos responsáveis pelo quadro de hipertensão arterial em crianças e adolescentes. Esta análise foi realizada pela técnica de gravimetria, que consiste na medida indireta da massa de cloreto (Cl-) de uma amostra, para se determinar à quantidade de sal.
RESULTADOS:
As crianças constituem um dos principais grupos-alvo para estratégias de prevenção e controle do sobrepeso e da obesidade, não só devido às suas características como grupo de risco, mas também por conta das possibilidades de sucesso das ações a serem implementadas (MONDINI et al., 2007, pág. 1826). No total foram entrevistados 811 alunos, da faixa etária de 5 a 17 anos de idade, sendo 425 do sexo masculino (52%) e 386 do sexo feminino (48%). A pesquisa realizada revelou que cerca de 31% dos meninos e 33% das meninas estavam com excesso de peso, índices considerados preocupantes. Dados demonstraram também a preferência por alimentos ricos em carboidratos e de baixo valor energético, como o macarrão, salgados, biscoitos recheados, entre outros citados por 65% dos alunos. Além dos maus hábitos alimentares, os alunos revelaram-se sedentários com 73% afirmando não praticar ou, às vezes, realizar alguma atividade física. Na análise gravimétrica, a amostra de um determinado biscoito muito consumido pelos escolares revelou conter 1,9 mg de NaCl/100g de biscoito. De acordo com um relatório publicado em 2003 pela Organização Mundial da Saúde, o ideal é consumir no máximo 5 gramas de sal (cloreto de sódio) por dia.
CONCLUSÃO:
Assim, a pesquisa revelou uma significativa prevalência de sobrepeso e obesidade infantil em Campos dos Goytacazes/RJ e que esta se encontra relacionada principalmente aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo. Através dos experimentos de análise alimentar espera-se criar um impacto na compreensão dos males inerentes a obesidade infantil, na expectativa de colaborar com o ensino sobre a obesidade, buscando meios de “popularizar” as informações sobre a mesma, conduzindo a prevenção.
Instituição de Fomento: Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - IFF Campus Campos-Centro
Palavras-chave: obesidade, hábitos alimentares, saúde.