O presente estudo é decorrente do estudo desenvolvido na pesquisa intitulada “Fala Comunidade”[1],cujo objetivo foi identificar como deveria se dá a formação de alfabetizadores comunitários para comunidades populares da cidade de Manaus.A análise ocorre  em quatro comunidades,[2] onde se caracteriza inicialmente uma pesquisa exploratória,partindo para permitir o contato com o perfil da comunidade em que os iletrados e professores alfabetizadores encontravam-se inseridos,de forma a encontrar elementos necessários para uma investigação quase-experimental.Neste direcionamento foi proposto identificar a concepção pedagógica e os procedimentos metodológicos das práticas educativas desenvolvidas na alfabetização comunitária e reconhecer os fatores proponentes da alfabetização de adultos quanto à realidade cultural e o nível de subjetividade dos adultos.A metodologia foi numa abordagem qualitativa,sendo utilizado para análise de dados, uma proposta  dialética, onde foi estudado cada  fenômeno sob todos os aspectos, através do seu desenvolvimento.Neste direcionamento a proposta de interpretação qualitativa de dados foi bastante adequada pois com a fala dos atores sociais, situava-se o contexto para melhor ser compreendida a relação aprendiz/aprendente.Essa compreensão tem como ponto de partida, o interior da fala e, como ponto de chegada,o campo da especificidade histórica e totalizante que produz a fala.

Apesar da maioria dos professores não possuírem formação em nível superior e o fato de pertencerem ao mesmo meio social, facilitou a prática educativa,pois conseguem politizar sua prática pedagógica valorizando a realidade cultural do educando. Acredita-se que o êxito da ação educativa desses alfabetizadores, consiste no trabalho coletivo,onde todos se educam em comunhão.A existência de um alto índice de alfabetizadores que não tinham formação para o magistério é relevante, ,na ação do letramento,pois como não dominavam nenhuma metodologia,o discurso da prática era inovador,assumindo o perfil de alfabetizador pela práxis.Verificamos que uma quantidade significativa, não possuía nenhuma experiência em sala de aula, ao serem questionados sobre as dificuldades com relação ao método adotado, sentiram-se inseguros no início por nunca ter trabalhado em sala de aula, mas apesar disso todos acabaram se envolvendo por acreditarem na possibilidade de poderem contribuir com sua comunidade local.A realização dessa prática educacional está relacionada ao conceito de alfabetização que transcende seu conteúdo etimológico,isto é a alfabetização,não pode ser reduzida ao mero lidar com letras e palavras,como uma esfera puramente mecânica.Foi considerado a linguagem como o elemento primordial no estabelecimento das práticas sociais, constituindo importante instrumento de apreensão de seu sentido histórico.A ação da pesquisa construiu identificar o papel do alfabetizador, partindo do princípio de que o homem é responsável pela construção da sua história e que sua história se constrói com outros homens. Pois consideramos que o alfabetizador comunitário vive numa família,numa sociedade,Neste caso está se falando de um homem que é um todo pensamento,movimento,sentimento,e que se faz e se refaz numa relação permanente com os outros e com os objetos,que adquirem significação num determinado tempo e espaço.Este professor alfabetizador não irá buscar pacotes prontos nas cartilhas,mas retirará sua prática do contexto sócio-cultural em que estará inserido seus alunos.

Identifica-se que as ações das alfabetizadoras promoveu uma ação de transformação social pois verificamos que foram reconhecidos pela comunidade através das associações de moradores como  o diferencial dos alfabetizadores em que possibilitariam a autonomia social das ações de mobilização,quando após a saída do projeto extensionista as ações de alfabetização foram continuadas.Percebe-se a ação da prática do  letramento,por ser   o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita, e promover  o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo,que neste caso foram os iletrados que adquiriram a cidadania pelo ato de dominar a ação social do código escrito e os alfabetizadores construíram a ação política da prática pedagógica.