61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
PUPUNHA COMO TEMA GERADOR NO ENSINO DE QUÍMICA
Ana Mena Barreto Bastos 1
Danielle Almeida de Lima 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
INTRODUÇÃO:

Pesquisa mostra que existem vários métodos de ensino que propiciam aprendizagem significativa. Porém, muito destes métodos, quando aplicados não são significativos. Um dos fatos é a não valorização dos saberes trazidos pelos alunos para escola. Partindo da idéia de que o pensamento do indivíduo é formado pela interação social, trabalhar as teorias pertinentes à Química buscando um contexto diretamente relacionado com a vivência, nos permite concretizar os conceitos que se deseja ensinar. É importante salientar que a contextualização não implica em abandono de conceitos já desenvolvidos e sim, a busca de novas possibilidades de interação entre os conteúdos trabalhados. A proposta de utilizar as propriedades químicas de um fruto regional para facilitar a aprendizagem requer do professor/pesquisador não só o domínio de técnicas analíticas químicas, mas saber retirar de fatos corriqueiros exemplos que possam ser explorados nas aulas teóricas e práticas. A contextualização no estudo das propriedades químicas de um fruto amazônico permite ao aluno distinguir o que é senso comum e fundamentos científicos sobre a amostra estudada. O fruto Pupunha como tema gerador, permite o estudo de diversos conteúdos de Química necessários ao Ensino Médio.

METODOLOGIA:

O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Química Inorgânica do Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas.

O após a aquisição dos frutos na feira municipal de Manaus “Adolfo Lisboa” Os frutos de tamanho médio e íntegros foram divididos em duas porções, uma o fruto in natura, e outra cozida.  As duas porções foram trituradas até a forma de pó. A escolha da utilização do fruto na cozida, é para  que  o aluno amazônida perceba o que pode ser modificado em relação aos parâmetros estudados quando o fruto é submetido ao calor em meio aquoso e também, porque esta é a forma de consumo da pupunha no café da manhã ou no chá da tarde na região.

A partir do pó do fruto procederam-se os testes de umidade, cinzas, glicídios, carboidratos e pH, utilizando as metodologias estabelecidas pela Association of Official Analytical Chemists (A.O.A.C) e pelo INSTITUTO ADOLFO LUTZ (I.A.L.).

Os métodos analíticos utilizados foram os mais tradicionais para que possam ser realizados para qualquer outra fruta e que são de domínio dos professores de Química de Ensino Médio. Foram realizadas determinações do teor de umidade, cinza, lipídeos, carboidrato e pH.

RESULTADOS:

As características físico-químicas do fruto in natura: umidade 42,42%; cinzas 1,50%; lipídeos 23,33%; carboidrato 9,8 % e pH 6,46. E para o fruto cozido: umidade 48,16%; cinzas 1,50%; lipídeos 23,46%; carboidrato 10,10 e pH 6,54.

Após as análises químicas da pupunha, sugerimos um caminho na produção de um material didático que permita ao professor utilizar o potencial químico da pupunha e as diferença do teores nos tipos de amostras do fruto,  no estudo dos alguns conteúdos definidos pelo pelas Diretrizes Nacional para o Ensino Médio como:

  • Determinação de propriedades organolépticas (cor, cheiro, gosto);
  • Caracterização de Misturas homogêneas (soluções) e heterogêneas (utilizando como farinha em bolos, pudins e etc.);
  • Determinação da composição química da pupunha;
  • Estudo sobre a natureza e propriedades químicas de gorduras (lipídios), açúcares (carboidratos);
  • Estudo sais minerais (teor de cinzas);
  • Determinação do pH.
CONCLUSÃO:

A contextualização no estudo das propriedades químicas de um fruto amazônico permite ao aluno distinguir o que é senso comum e fundamentos científicos sobre a amostra estudada. E a pupunha como tema gerador, permite o estudo de diversos conteúdos necessários ao Ensino Médio como:

O estudo das análises gravimétricas utilizadas na determinação de umidade e cinzas, além de gerar conhecimento científico, mostra que estes métodos podem ser utilizados por um professor no Ensino de Química nas determinações das propriedades de qualquer produto amazônico, desde que selecione o que determinar.

Na polpa do fruto estudado, podemos realizar um estudo da acidez pelo método pH-métrico, o que permite um estudo comparativo com soluções tradicionalmente estudadas na Química. Ainda é possível abordar as reações químicas e funções orgânicas com o conhecimento da presença de lipídios e carboidratos no fruto. A contextualização destas determinações possibilita a valorização dos saberes adquiridos no dia a dia do aluno sobre estes temas e consolidando-os com bases científicas.

 

Instituição de fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Amazonas - FAPEAM

Palavras-chave: pupunha no ensino de química 

E-mail para contato: anamenabarreto@cefetam.edu.br

 

Instituição de Fomento: FAPEAM
Palavras-chave: Pupunha no Ensino de Química, Ensino de Química, Contextualização no Ensino de Química.