61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ANÁLISE DE DIÁLOGO DE PROPOSTAS
Roberto Torres Tangoa 1
Maria Inês Nogueira 1, 2
1. Lab. de Neurociências, Instituto de Ciências Biomédicas da USP, ICB-USP
2. Dep. de Anatomia do ICB-USP
INTRODUÇÃO:

O trabalho é resultado da reflexão e análise da divulgação científica tendo como foco o I Congresso IBRO/LARC de Neurociências da América Latina, Caribe e Península Ibérica, NEUROLATAM, Búzios, setembro, 2008 e a 5a. International Conferênce on  “Hands-On Science”, Olinda, Outubro 2008. Encontros estes surgidos da necessidade premente de divulgar a ciência, incluir os cidadãos, e a favor dos movimentos que ganham espaços no cenário mundial. Esse estudo efetua abordagem comparativa de duas propostas de divulgação científica e a forma como micro-sociedades de pesquisadores, cientistas e educadores das Universidades, Institutos e Museus de Ciência, dos países participantes reproduzem e disseminam os conhecimentos. As análises deste estudo indicam que a Divulgação das Neurociências e de Ciências em geral, na versão não formal, constituem ferramenta para alavancar tanto a evolução cognitiva da ciência quanto a sua popularização objetivando público diverso com métodos e ações diferentes. 

METODOLOGIA:
Como instrumentos de análise foram utilizados dados da Empresa Eventus organizadora do I NEUROLATAM, do livro de resumos, de entrevistas com os participantes do evento e anotações próprias dos autores. No caso da International Conference of Hands-on-science fontes similares foram empregadas, inclusive considerando a linguagem específica a cada um dos eventos. Foi, ainda, explorada análise dos binômios do ensino e da divulgação científica: a divulgação formal das Neurociências e não formal das ciências em geral visando educação e popularização da ciência neste último.
RESULTADOS:
Na comparação desses eventos de divulgação científica torna-se evidente a enorme diferença do envolvimento de pesquisadores acadêmicos e de instituições de pesquisa. De um lado um campo específico do conhecimento como a Neurociências em contraposição a aquele envolvido com a popularização da ciência. Ambos cruciais ao desenvolvimento do país.  Enquanto a divulgação cientifica aos pares, aquela formal, apresentou pesquisas sofisticadas com vários níveis de complexidade, utilizando tecnologias modernas a divulgação e popularização da ciência trouxe também tecnologia na construção de modelos 3D, robôs, dispositivos e instalações, mas principalmente valorizou  a mediação para desmistificar a ciência e evidenciar sua presença no dia-a-dia de todos nós. Ambas utilizaram abordagens interdisciplinares para alcance de seus objetivos. Participaram no NEUROLATAM: 2454 inscritos de 40 países. No Simpósio Hands-On Science participaram 263 inscritos 7 países. Números estes que refletem na quantidade e variedade de comunicações em pôsteres e conferencias.   
CONCLUSÃO:

A divulgação científica das Neurociências e da 5a. International Conference of Hands-on Science evidenciam preocupações diversas na divulgação científica por dados quantitativos e qualitativos, além de constituírem espaços para incubar novos paradigmas na divulgação dos conhecimentos utilizando a interatividade e interdisciplinaridade.   Os neurocientistas e pesquisadores do I NEUROLATAM interagiram com seus pares em forma direta e dinâmica via discursos, discussões e debates. No entanto na conferencia Hands On Science, característica marcante foi a mediação do ensino de ciências  de maneira não formal, pois aqui o divulgador deve estar  atento a eventuais desvios de compreensão,  promover reflexões e reavaliações do alcance de suas ações nas práticas pedagógicas e de inclusão.

 

Instituição de Fomento: FAPESP – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo, PRPq-PRCEU-USP
Palavras-chave: comunicação, neurociências, divulgação científica.