61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
Composição de carotenóides com e sem atividade de vitamina A e propriedades antioxidantes em pimentas da Amazônia.
Tábita do Altissimo Gomes Santos 1
Helyde Albuquerque Marinho 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
INTRODUÇÃO:
As pimentas são utilizadas na alimentação e produzem sensações picantes e de calor devido aos seus componentes químicos, capazes de estimular as papilas gustativas da boca. As pimentas do gênero Capsicum, cujos frutos mais conhecidos são as variedades doces e picantes, são plantas da família Solanaceae, onde o princípio ativo mais importante deste gênero é a capsaicina, que é um óleo volátil que confere ardor as pimentas, também podem ser usadas como analgésico. As pimentas frescas trazem sabores e cores especiais (pigmentos carotenóides) aos alimentos e está integrada à cultura de diversos países, especialmente do Brasil, notadamente na Região Norte onde o consumo com peixe, tacacá, tucupi e outros pratos típicos de origem indígena é praticamente obrigatório a sua inclusão. Existem mais de 600 tipos de carotenóides, dos quais aproximadamente 50 são precursores da vitamina A que é uma vitamina lipossolúvel e ocorre sob duas formas principais na natureza, o retinol, o qual se encontra apenas em fontes animais e certos carotenóides (provitamina A), encontrados em fontes vegetais. Os carotenóides são os compostos naturais de frutos e vegetais de cores amarela, vermelho ou laranja. O carotenóide mais abundante e mais conhecido é o β-caroteno, que é um precursor da vitamina A e sua atividade vitaminíca ocorre após a sua conversão para retinol no organismo.
METODOLOGIA:
Os métodos utilizados para extração, separação, identificação e quantificação dos carotenóides com e sem atividade pró-vitamínica A e propriedades antioxidantes foram segundo Rodriguez-Amaya et al. (1976). Todas as etapas das análises foram realizadas ao abrigo da luz e os extratos contendo os pigmentos foram protegidos com papel alumínio. As determinações foram realizadas em dois lotes de cada variedade de pimenta, sendo que todas as análises foram realizadas em duplicata, seguindo-se das seguintes etapas: Extração, onde homogenizou-se 20 g de cada amostra de variedades de pimentas utilizando como solventes orgânicos acetona resfriada e éter de petróleo; Filtração a vácuo em funil de Büchner, várias vezes até descoloração total dos resíduos, e os pigmentos foram transferidos da acetona para o éter de petróleo; Lavaram-se as soluções álcalis com água destilada e éter de petróleo; Concentrou-se em evaporador rotativo a 60°C; Em seguida, fez-se a leitura no espectrofotômetro nos comprimentos de ondas de 450 e 550 nm e logo após levou-se para cromatografia em coluna, onde os carotenóides foram separados utilizando-se uma coluna de vidro contendo como adsorvente uma mistura de Hiflosupercel: MgO, empregou-se como fase móvel inicial éter de petróleo. E por fim, após a cromatografia em coluna, fez-se novamente a leitura no espectrofotômetro nos comprimentos de ondas de 436, 450 e 550 nm, para a determinação da composição dos carotenóides precursores de vitamina A e propriedades antioxidantes.
RESULTADOS:
Todas as etapas das análises foram realizadas ao abrigo da luz e os extratos contendo os pigmentos foram protegidos com papel alumínio. As determinações foram realizadas em dois lotes de cada variedade de pimenta, sendo que todas as análises foram realizadas em duplicata. De acordo com os resultados obtidos observou-se que a pimenta murupi (Capsicum chinense) possui maior quantidade de carotenóides (784,46 µg/g), seguida pela pimenta de cheiro (Capsicum sinense odoriferum) 604,42 µg/g. Entretanto, a pimenta malagueta (Capsicum frutescens) possui uma menor quantidade entre elas (54,78 µg/g, respectivamente). As recomendações diárias de vitamina A para os adultos é de 1000 RE (5000 IU) para os homens e 800 RE (4000 IU) para as mulheres. Portanto, de acordo com os resultados encontrados no presente estudo, verificou-se que dentre as pimentas analisadas, a pimenta murupi possui maior quantidade de pró-vitamina A (130,74 µg/g), seguida pela pimenta de cheiro (100,73 µg/g) e a pimenta malagueta possui uma menor quantidade (9,13 µg/g, respectivamente).
CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que dentre as pimentas analisadas, a pimenta murupi possui maior quantidade de pró-vitamina A (130,74 µg/g), seguida pela pimenta de cheiro (100,73 µg/g) e a pimenta malagueta possui uma menor quantidade (9,13 µg/g). Assim, de acordo com as Recomendações Nutricionais para Vitamina A em Equivalente de Retinol a pimenta murupi contribui com 13% das necessidades desse nutriente para um homem adulto, seguida da pimenta de cheiro com 10% e apenas 1% da malagueta, entretanto a pimenta malagueta é uma ótima fonte de licopeno. Acredita-se que este estudo, contribuiu com informações sobre os teores de pigmentos carotenóides com e sem atividade de vitamina A e propriedades antioxidantes nas pimentas: murupi, cheiro e malagueta, para serem inseridas na tabela de composição de alimentos referentes à pró-vitamina A, propriedades antioxidantes e indiretamente contribuiu para combater a hipovitaminose A e radicais livres.
Instituição de Fomento: FAPEAM/INPA
Palavras-chave: Carotenóides, Pró-vitamina A, Vitamina A.