61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 8. Física Médica
DOSIMETRIA IN VIVO EM TRATAMENTOS COM FEIXES DE FÓTONS E ELÉTRONS DE ALTA ENERGIA POR MEIO DE DOSÍMETROS TERMOLUMINESCENTES
André Leon de Oliveira 1, 2
1. Instituto de Física Gleb Wataghin
2. Centro de Engenharia Biomédica (CEB), Ala de Física Médica
INTRODUÇÃO:
Em garantia de qualidade em radioterapia, a redundância das verificações é uma prática recomendada. Por isso, é desejável e recomendada a verificação direta da dose dada ao paciente em cada seção do tratamento. Esse tipo de verificação é geralmente chamada de dosimetria in vivo. Uma vez realizado o estudo das propriedades intrínsecas dos dosímetros termoluminescentes como reprodutibilidade, fator de sensibilidade, dependência da resposta do dosímetro com a dose, energia do feixe e com a angulação do dosímetro em relação ao feixe, foi possível estudar a influência do volume de retroespalhamento na região de buid-down, determinar dos fatores de calibração de entrada e saída do feixe e simular de medidas in vivo utilizando um fantoma antropomórfico de tal forma que fosse possível determinar a dose em determinada região do paciente.
METODOLOGIA:
Uma câmara de ionização foi posicionada ao centro de um campo de irradiação dentro de um fantoma que foi completado com água até que atingisse uma espessura de 20 cm acima da câmara de ionização. Em seguida regula-se o tamanho de campo e gira-se o Gantry para uma posição de 180º para irradiar a câmara de ionização de baixo para cima. A câmara de ionização foi irradiada 5 vezes com uma dose conhecida. Em seguida, foi feita a diminuição da espessura de água acima da câmara de modo a variar o volume de retroespalhamento na dose de saída. Repete-se a irradiação e outra diminuição da espessura de água acima da câmara de ionização é feita. Esse processo de irradiação e diminuição da espessura de água é feito até chegar a uma espessura de água que seja equivalente à distância de dose máxima (dmax) da energia da radiação em questão. O processo de irradiação descrito foi repetido para as energias do 60Co (dmáx = 0,5cm num campo 10x10 cm2), 6 MV (dmáx = 1,5cm num campo 10x10 cm2) e 10 MV (dmáx = 2,5cm num campo 10x10 cm2), sendo que para cada energia, o processo de irradiação foi feito para os campos de 5x5 cm2, 10x10 cm2 e 20x20 cm2 .
RESULTADOS:
Pode-se observar para fótons de 6MV,10MV e Co-60 que quanto maior o tamanho de campo menor é a dose no ponto de referência à 1,5 cm; 2,5 cm e 0,5 cm de profundidade respectivamente. Nota-se que a influência dos fótons de retroespalhamento na dose fica cada vez menor com o aumento da energia do feixe. No caso de 10MV a menor dose obtida (campo 20x20 cm2) foi 2% menor que a dose medida com meio semi-infinito. Nesse caso provavelmente não haverá necessidade de correções na porcentagem de dose profunda (PDP), porém para casos em que energias de 6MV e fótons de Co-60 forem usadas se torna necessária a utilização de fatores que corrigem a PDP, pois observou-se variações maiores do que 2%.
CONCLUSÃO:
A importância da correção do build-down se torna necessária em energias baixas como a do 60Co (0,943 no build-down em 20x20 cm2). Para 6MV e 10MV a influência do retro-espalhamento é menor (0,973 e 0,986 em 20x20 cm2), tornando desnecessária a correção do build-down. Porém deve-se ficar atento para os tamanhos de campo grandes, onde a influência é maior.
Instituição de Fomento: PIBIq/CNPQ
Palavras-chave: Dosimetria Termoluminescente, Build Down, Radioterapia.