61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 3. Química Analítica
DESENVOLVIMENTO DE UM BIOSSENSOR ENZIMÁTICO PARA SALICILATO SOBRE ELETRODOS DESCARTÁVEIS DE OURO
Daiana Suelen Machado 1
Rafaela Fernanda Carvalhal 1
Ângelo Luiz Gobbi 2
Lauro Tatsuo Kubota 1
1. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) / Instituto de Química (IQ)
2. Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS)
INTRODUÇÃO:

Sabendo-se do grande consumo, da alta popularidade e da utilização inapropriada de medicamentos contendo salicilato, e ainda, da grande facilidade deste em provocar intoxicação nos pacientes que o utilizam, é muito importante o conhecimento de métodos analíticos seguros, confiáveis e rápidos para detecção e quantificação de salicilato em amostras de interesse clínico. Nesse sentido, uma alternativa bastante atraente e promissora são os dispositivos biossensores construídos sobre eletrodos impressos em ouro miniaturizados, uma vez que trata-se de um método analítico simples, econômico, que permite a análise remota, apresenta grande interesse comercial, além de fazer uso de poucas quantidades de amostra.

Desta forma, devido a grande viabilidade e inovação oferecidas pelos eletrodos impressos para construção dos biossensores descartáveis e a alta demanda por dispositivos direcionados à avaliação de salicilato com aplicação biomédica, este trabalho baseia-se no desenvolvimento de uma superfície biossensora para salacilato sob a superfície de eletrodos impressos de ouro e sua validação analítica. Os eletrodos impressos foram gerados em colaboração do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS).

METODOLOGIA:

Para os estudos, foram utilizados eletrodos impressos de ouro (A = 0,015 cm2) desenvolvidos em conjunto com o Laboratório Nacional de Luz Síncronton e eletrodo de referência de Calomelano. Além disso, para o desenvolvimento e otimização da superfície biossensora, bem como para as análises das melhores condições de pH, solução tampão, potencial aplicado, melhor concentração enzimática e melhor concentração de NADH, foram utilizados: salicilato hidroxilase, glutaraldeído e albumina de soro bovino (BSA) os quais foram preparados em solução e em seguida adicionados em pequena quantidade sobre  a superfície eletródica e deixados secar ao ar livre.

As análises do sistema foram realizadas em uma cela eletroquímica adaptada às dimensões e conecções dos eletrodos impressos. Para tanto, utilizou-se solução de (β-NADH) e salicilato de sódio, além de diferentes soluções tampão: Na4HPO4, Pipes, Tris, Hepes, Mc Ilvaine e Britton Robinson, a fim de estabelecer a melhor solução para as análises e em seguida, o melhor valor de pH para a mesma.

As medidas amperométricas e voltamétricas foram realizadas através de um Potenciostato digital (Autolab, PGSTAT10) acoplado a um computador. Medidas espectrofotométricas foram realizadas com um Ultrospec Pharmacia Biotech 2000.

RESULTADOS:

Inicialmente, testaram-se diferentes concentrações da enzima salicilato hidroxilase durante a etapa de imobilização enzimática. Observou-se melhora da resposta do biossensor na medida em que se aumentou a concentração da enzima. Porém, devido a dificuldade de homogeneização das soluções com concentrações maiores do que 5mg/mL, adotou-se como padrão a concentração de 5mg/mL.

Verificou-se ainda que o potencial mais adequado para as análises é em torno de 300mV, valor no qual o sinal analítico tem magnitude adequada. Observou-se também que o sensor apresenta melhor sinal de resposta na presença do tampão fosfato de sódio (Na4HPO4 , 0,2mol.L-1).

Quanto aos estudos relacionados aos valores de pH da solução tampão em que foram feitas as análises, a melhor resposta foi encontrada em pH = 7,6, valor que condiz com o pH onde a enzima possui atividade máxima quando está em solução.

A concentração de NADH que gerou melhor resposta para a análise de salicilato foi 0,5 mmol.L-1, uma vez que houve melhor taxa de regeneração enzimática e a partir desta concentração, a medida em que se aumenta a concentração do co-fator, observa-se queda na resposta do dispositivo, provavelmente devido a polimerização do NADH sobre a superfície eletródica e limitação da reação enzimática.

CONCLUSÃO:

Os resultados obtidos até o momento mostram que o sensor tem características promissoras para o desenvolvimento de um sensor comercial para salicilato, uma vez que o mesmo apresentou a sensibilidade e repetibilidade esperadas.

Instituição de Fomento: Universidade Estadual de Campinas e Laboratório Nacional de Luz Síncroton
Palavras-chave: Eletrodos descartáveis, Biossensor, Salicilato Hidroxilase.