61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais
COMÉRCIO INTERNACIONAL DOS BIOCOMBUSTÍVEIS NO CONTEXTO DA CRISE MUNDIAL DE ALIMENTOS.
Isabele Augusta Ferreira Prestes 1
Anderson Oliveira Silva 1
1. Centro de Ciências Administrativas / Universidade de Fortaleza / Unifor
INTRODUÇÃO:

Em termos globais pode-se dizer que a humanidade passa por uma crise não muito convencional, ou seja, uma crise que é um tanto diferente das crises já tão conhecidas. Trata-se da crise mundial dos alimentos.

No tocante a esse assunto, diversos teóricos expõem opiniões que podem divergir ou convergir entres eles. O fato é que a crise é real, e um dos fatores apontados para tal é a produção e utilização de combustíveis renováveis extraídos de diversos tipos de vegetais. São os chamados biocombustíveis, Faz-se necessário, com toda certeza, trazer o assuntos à tona, tanto pela sua relevância teórica quanto pela prática. Assim, teóricos do assunto propõem soluções para aumentar a qualidade de vida da humanidade reduzindo os efeitos danosos, na opinião de alguns, do advento dos biocombustíveis.

O objetivo do trabalho em questão é o de investigar a possível relação entre a produção e utlização de biocombustíveis (etanol e biodiesel) e o impacto na produção, distribuição e valores monetários de alimentos no mundo.

Tornou-se como próprosito uma sequencia didática para a distribuição de tópicos no presente trabalho. Assim, ele é composto por tópicos que encerram uma idédia geral sobre o assunto sem se ater no extremo figor científico, pois, de qualquer forma trata-se de um assunto em que há tanto consonância quanto divergência de idéias entre autores, Por isso procurou-se o equilibrio entre tais idéias para que fosse transmitido ao leitor um conhecimento genérico sobre o tema.

METODOLOGIA:

O trabalho é de cunho essencilamente bibliográfico. Foram utilizadas, para a feitura do trabalho, fontes confiáveis e atuais que se referem tanto aos biocombustíveis quanto a crise dos alimentos no mundo.

RESULTADOS:

Biodiesel no mundo

Segundo Holanda (2006) o processo de industriação do biodiesel foi iniciado na Europa, no início da década de 90, com a premissa de que as refinarias de petróleo da Europa teriam que buscas alternativas para a eliminação do enxofre presente no óleo diesel. O autor relata que na Alemanha surgiu uma programa de produção de biodiesel, foi então que Rudolf Diesel criou em 1893 o primeiros motor a diesel utilizando como combustível o óleo de amendoim. Desde de então vários outros países iniciaram pesquisas nesse campo.

A produção de biocombustíveis é de impotância fundamental para preservação do meio ambiente, quanto à isso não restam dúvidas sendo assim essa é uma das maiores preocupações mundiais hodiernamente. Tornar o Brasil uma país com grande potencial produtor e exportador desses combustíveis equivale a reduzir emissões associadas ao óleo diesel, contribuir para a agricultura familiar e a balança comercial do país, em detrimento da diminuição da importação de diesel, substituída pela produção de biodiesel. De acordo com Lima (2004) o biodiesel é um combustível biodegradável, originado de fontes renováveis, podendo ser substituído total ou parcialmente pel óleo diesel, porém se comparado ao diesel ele pode reduzir em 78% as emissões de gás carbônico, 90% as emissões de fumaça e eliminação total das emissões de óxido de enxofre.

Biodiesel no Brasil

Segundo Holanda (2006) em 1983 foi lançado pelo governo federal o OVEG1, no qual foram feitos testes de utilização do biodiesel com misturas de combustíveis, situação que foi possível visualizar a viablidade técnica do biodiesel. Parente (2003), que patenteou o biodiesel no Ceará , defende a idéia de que o biodiesel no Brasil foi descoberto em 1980, com o lançamento do PRODIESEL2, com  antecedentes dos testes realizados na Universidade Federal do Ceará

Dentre as matérias-primas que produzem o biodiesel se destacam os óleos vegetias, as gorduras animais, os óleos e gorduras residuais. As fontes com maior potencial para a produção a partir de óleos vegetais tem destaque a soja, a mamona e o dendê. Pode-se também ser obtido principalmente por meio de extração vegetal das sementes da palma, do girassol, do amendom, do algodão, da linhaça, do pinhão manso e do tucumã.

Biocombustíveis no contexto da crise mundial dos alimentos

Compreende mostrar que no ano de 2007 a produção de gasolina A no Brasil foi de 21.529 mil m³, o consumo foi de 17.624 m³ e exportação líquida foi de 18% da produção, já o Diesel teve uma produção de 38.707 mil m³ com um consumo de 43.050 mil m³ ou seja tivemos de importar  4.343 mil m³, o Óleo Combustível obteve uma produção de 15.189 mil m³ e um consumo de 9.584 mil m³ ou seja exportamos um total de 37% da produção, já o Querosene de aviação tivemos uma produção de 3.986 mil m³ e um consumo de 4.822 mil m³ resultado importamos 17% da produção.

Pode-se notar, que a produção líqueida do diesel e da querosene de aviação demostra, claramente a dependência do Brasil nas importações. No polo oposto estão a gasolina A, o óleo combustível, que mostram auto-suficiência, pricipalmente pelos númeors das exportações.

Crise mundial dos alimentos

Segundo Krugman (2008) isso aconteceu por uma combinação de tendências de longo prazo, de uma política ineficiente e, até mesmo, por azar. Em primeiro lugar pode-se fala sobre os chineses que são grandes consumidores de carnes, tal situação aumenta assim a demanda por grãos. O segundo fator se insere no preço do petróleo, para o autor a agricultura moderna é altamente intensiva em energia, ou seja, muita BTU ( Unidade Térmica Britânica) é utilizada na produção de fertilizantes, na operação de tratores e no transporte dos produtos agrícolas aos consumidores.

O terceiro fator segundo ele, revela a existência de uma sequencia de condições climáticas meteorológicas adversas em áreas de cultivo. O autor cita como exemplo a Austrália, que é geralmente a sgunda maior produtora de trigo no mundo, vem sofrendo como uma seca severa.

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1 Programa de óleos vegetais
2 Programa  de introdução do biodiesel na matriz energética brasileiras

CONCLUSÃO:

Tratar de biocombustíveis e de crise mundial de alimentos parece
requerer um estudo por demais aprofundado. No que tange aos biocombustíveis o
conteúdo técnico se mostra extremamente complexo, o que deixa grande parte da
população mundial sem os subsídios necessários a um entendimento satisfatório
que possa levar a um juízo de valor sobre o tema. No que se refere à crise de
alimentos, o conteúdo teórico, baseado também em pontos-de-vista e especulações,
se não alicerçado em realidade fática, pode se tornar alvo fácil para politicagens de
diversas naturezas. O trabalho presente procurou facilitar o entendimento dos dois
temas. Por isso foram abordados os tópicos essenciais para essa finalidade.

Diante do exposto no trabalho constatou-se que na visão dos defensores
dos biocombustíveis o futuro da energia e dos alimentos no mundo deve tê-los com
um dos pilares, pois os combustíveis fósseis se tornarão cada vez mais escassos e
a necessidade de combustíveis renováveis cada vez mais iminente.

Na visão dos que condenam os biocombustíveis a crise de alimentos por
que passa o mundo atualmente tem como um de seus argumentos justamente o fato
de os biocombustíveis forçarem o aumento de preços de alimentos. A produção de
biocombustíveis baseada na extração de milho parece ser a principal vilã, pois a
demanda por milho, para a fabricação do etanol força o aumento do preço da
commodity e, conseqüentemente, o preço de outros produtos.

Palavras-chave: Biocombustíveis, Crise mundial dos alimentos, Biodiesel.