61ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 10. Engenharia Naval e Oceânica
ANÁLISE ESTRUTURAL DE TUBOS EXPANSÍVEIS PARA POÇOS DE PETRÓLEO
Ana Carolina Caldas Aguiar 1
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ
INTRODUÇÃO:

A tecnologia de tubos sólidos expansíveis traz diversas vantagens com respeito a poços de petróleo convencionais. A possibilidade de instalar e expandir longas seções de tubos formando um revestimento com maior diâmetro oferece um ganho considerável no desempenho do poço devido ao aumento na capacidade de escoamento. Um procedimento similar pode ser usado para reparar pequenas seções de revestimento, ou instalar telas de contenção de areia. A expansão de tubos in situ permite o desenvolvimento de reservas em cenários desafiantes encontrados na indústria de petróleo, como regiões de pré-sal, poços com altas temperaturas e pressões (HPHT), reservatórios profundos, ou lâminas de água ultra-profundas. Em adição, esse procedimento apresenta boa compatibilidade com poços horizontais e direcionais, projetos largamente usados no setor de perfuração, além de facilitar a realização de side-tracks, técnica utilizada quando ocorre um acidente durante a perfuração.            

Mesmo a expansão de tubos sendo muito atrativa, devido a sua relativa simplicidade e eficácia, ainda há a necessidade de se entender melhor suas exigências e sua influência na resistência mecânica do tubo. Nesse trabalho, testes experimentais em tubos expansíveis e análises numéricas foram realizados de modo a trazer avanços e uma maior confiança, e para aperfeiçoar a combinação de parâmetros como diâmetro, espessura, taxa de expansão etc, para a qual o tubo sólido expansível terá a maior resistência ao colapso. 

METODOLOGIA:

Um aparato experimental foi projetado e construído no Laboratório de Tecnologia submarina da COPPE/UFRJ para reproduzir a expansão de tubos em escala real. Este consiste de quatro partes principais: cilindro, garra, cone e fuso. O cilindro impõe deslocamento ao cone através do fuso, o cone, por sua vez, deforma o tubo na direção radial. As garras são fixadas na extremidade do tubo por onde começa a expansão, enquanto a outra extremidade permanece livre.  O processo é realizado em três etapas: primeiro insere-se o cone dentro do tubo sobre compressão, depois se expande o tubo sobre tração em um processo quase estático. Três corpos de prova de 2000 mm foram expandidos em 10% do seu diâmetro original e submetidos à pressão hidrostática dentro de uma câmara hiperbárica até o colapso. Dois tubos não expandidos também foram testados para fins de comparação.

Paralelamente, modelos numéricos não lineares foram desenvolvidos usando o método de elementos finitos através do programa Abaqus. Tanto o processo de expansão como a aplicação de carga externa até o colapso foram simulados numericamente.

RESULTADOS:

Os modelos foram capazes de reproduzir com sucesso os experimentos físicos. Uma vez calibrados, foram utilizados para analisar o comportamento mecânico de tubos sólidos expansíveis e a influência do processo de expansão na sua resistência ao colapso.

Curvas de projeto para pressões de colapso de tubos foram geradas considerando diferentes geometrias e razões de expansão. Os elementos tubulares apresentaram uma considerável redução na pressão de colapso com o aumento da razão de expansão. Tubos com diferentes D/t têm o mesmo comportamento, mas com diferentes efeitos prejudiciais.

CONCLUSÃO:

Neste trabalho um estudo teórico e experimental foi realizado para avaliar o comportamento estrutural de tubos sólidos expansíveis.  Um aparato de expansão foi projetado e construído. Testes de tração uniaxial, para a caracterização do material, testes de expansão e testes de colapso em uma câmara hiperbárica foram feitos com o objetivo de ajustar e validar os modelos numéricos desenvolvidos. Três tubos sólidos foram expandidos e colapsados.  Três tubos não expandidos também foram colapsados para propósito de comparação. Modelos numéricos considerando as propriedades de material e geométricas de cada corpo de prova foram desenvolvidos, ajustados e validados. Por fim, realizou-se um estudo paramétrico que permite determinar a razão D/t necessária para obter uma pressão de colapso específica.

Instituição de Fomento: PRH-35/ANP
Palavras-chave: Tubos Expansíveis, Pressão de Colapso, Modelo Numérico.