61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal
INFLUÊNCIA DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO ALTERNATIVOS NO DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DA CARACAÇA DE FRANGOS DE CORTE NO PERÍODO DE 1 A 42 DIAS DE IDADE
Francisco Eduardo Soares Silva 1
Ramón Rego Merval 1
Mabell Nery Ribeiro 1
Lidiana de Siqueira Nunes Ramos 1
João Batista Lopes 1
1. Universidade Federal do Piauí - UFPI
INTRODUÇÃO:
A moderna produção de frangos é sustentada por pintos comerciais produzidos em sistema de incubação de grande controle sanitário, fato que pode afetar a microflora intestinal, dificultando ou retardando o seu estabelecimento nos animais, deixando-os susceptíveis a doenças. Por outro lado, o uso de antibióticos vem sendo questionado, devido à possível ocorrência de resistência microbiana aos princípios ativos, ou até a presença de resíduos desses princípios nos produtos comestíveis. Assim, têm surgido os promotores alternativos de crescimento, como os probióticos, que segundo Walker e Duffy (1998), são suplementos microbianos vivos formados por bactérias ou fungos específicos, capazes de melhorar o equilíbrio microbiano no intestino. Os prebióticos, nesse contexto, funcionam como ingredientes, que beneficiam o hospedeiro, estimulando o crescimento e/ou ativando o metabolismo de determinadas bactérias do trato intestinal (GIBSON e ROBERFROID,1995). Quando se associa os probióticos aos prebióticos têm-se os simbióticos (MENTEN, 2002). Este estudo visa avaliar o efeito de rações contendo antibióticos, probióticos, prebióticos e simbióticos sobre desempenho, rendimento de carcaça, dos principais cortes e dos órgãos comestíveis, em frangos de corte, na fase de 1 a 42 dias de idade.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada utilizando-se 640 pintos machos da linhagem Ross de um dia de idade, distribuídos em 20 boxes, em delineamento de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições de 32 aves por boxe. O manejo dos animais foi similar ao recomendado para a linhagem Ross. A cama consistiu de palha de arroz reutilizada de lotes de frangos de corte de outra granja, na tentativa de proporcionar desafio sanitário. As dietas experimentais foram formuladas para atender as exigências nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005). Os tratamentos consistiram de rações contendo diferentes aditivos: To - ração controle (RC); T1 - RC + antibiótico; T2 - RC + probiótico; T3 - RC + prebiótico; T4 - RC + simbiótico. O antibiótico foi a avilamicina 12%, o probiótico era composto pelas cepas (Lactobacillus acidophilus 3,5 x 1011 UFC/kg, Streptococcus faecium 3,5 x 1011 UFC/kg e Bifidumbacterium bifidum 3,5 x 1011 UFC/kg) e o prebiótico, constituído de um mananoligossacarídeos (MOS). Aos 42 dias de idade, foram sacrificadas duas aves por boxe para o estudo de rendimento de carcaça, dos principais cortes e dos órgãos comestíveis. Foi feita análise da variância com aplicação do teste de Tukey para a comparação das médias, de acordo com o STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM – SAS (1986).
RESULTADOS:
Os resultados de desempenho revelaram que os tratamentos não interferiram (P>0,05) nas variáveis de consumo de ração, ganho de peso e mortalidade. Apesar de a cama de palha de arroz ser reutilizada, sendo proveniente de outra granja, o desafio sanitário imposto provavelmente não foi suficiente para que os animais pudessem expressar resultados diferentes. Entretanto, observou-se que os tratamentos interferiram (P<0,05) sobre a conversão alimentar, tendo os frangos dos tratamentos com o antibiótico e simbiótico apresentado, respectivamente, a melhor e a pior conversão alimentar. Assim, acredita-se que o desafio sanitário imposto provavelmente não foi suficiente para que o grupo controle pudesse expressar resultados inferiores aos demais tratamentos, sendo suficiente apenas para o desenvolvimento de uma resposta imune inespecífica. Observou-se, ainda, que na ração contendo antibiótico, os animais obtiveram o maior rendimento de sobrecoxas, as aves alimentadas com a ração contendo o simbiótico tiveram o maior fígado e as aves do grupo controle, o menor peso da moela Em termos percentuais, as rações testadas interferiram estatisticamente (P<0,05) apenas nos valores do fígado, sendo observado o maior rendimento de 2,19% para as aves alimentadas com a ração contendo o simbiótico.
CONCLUSÃO:
Os probióticos, prebióticos e simbióticos, podem substituir os antibióticos no período de 1 a 42 dias de idade dos frangos de corte, sem interferir negativamente no consumo de ração, ganho de peso e rendimento de carcaça.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -CNPq
Palavras-chave: antibióticos, prebióticos, probióticos.