61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
ERROS COMETIDOS PELOS DISCENTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UESB-CAMPUS JEQUIÉ: INICIANDO UMA ANÁLISE  
Ib Couto Ribeiro 1
1. Departamento de Quimica e Exatas
INTRODUÇÃO:

Este relato diz respeito a uma pesquisa interinstitucional composta pelas Universidades Estaduais Baianas que possuem os cursos de Licenciatura em Matemática-UESB, UESC, UEFS e UNEB, totalizando 9 cursos. Os índices de reprovação e evasão destes cursos são em geral, altos. Motivos pelos quais pretendemos investigar quais as dificuldades e tipos de erros apresentados por discentes iniciantes e concluintes dos cursos de Licenciatura em Matemática, em conteúdos de Matemática da Educação Básica. Dessa forma, objetivamos estudar a correlação existente entre as dificuldades manifestadas e os tipos de erros cometidos; desenvolver estratégias de modo que os estudantes tomem consciência dos tipos de erros; a que se devem; o que aprender com eles e utilizá-los como estratégia de ensino e ainda verificar se as dificuldades foram superadas. E assim, contribuímos com a formação destes futuros profissionais para que não cometam no processo de ensino, os erros observados (por nós pesquisadores e eles sujeitos da pesquisa), tentando proporcionar qualidade no ensino de matemática na educação básica. Para tanto, nos apoiaremos em pesquisas realizadas por Cury (2007) que categoriza alguns tipos de erros e Pinto (2000) que apresenta o erro nas perspectivas epistemológica e construtivista.  

METODOLOGIA:
Conforme a Resolução 196/96, o projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UESB. Os sujeitos são alunos do 1º e 6º semestres dos cursos de licenciatura em matemática. Com o 1º semestre queremos diagnosticar como estão chegando à Universidade em relação a matemática da Educação Básica. E, com os do 6º, perceber se as dificuldades apresentadas se assemelham ou não com as dos iniciantes. Os instrumentos utilizados serão: Teste Piloto; Questionário para obtermos o perfil dos acadêmicos; Teste Investigativo 1 com 10 questões envolvendo conteúdos da educação básica e o Teste Investigativo 2 semelhante ao 1, cujo objetivo será verificar se de fato as dificuldades encontradas foram superadas; Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para garantir o direito de escolha em participar ou não da pesquisa, conforme Resolução 196/96. Recorreremos a Bardin (1979) para fazer a análise dos dados, pois queremos levantar as categorias de erros, além de Cury como já referenciamos. Os resultados e conclusões que apresentaremos se referem ao teste piloto aplicado na UESB, campus de Jequié.  
RESULTADOS:

O teste piloto é composto por conteúdos da educação básica. No período que antecedeu a aplicação do mesmo foi feita uma análise inicial de cada questão, em que buscamos identificar as habilidades necessárias para resolvê-las e seus objetivos. E, baseados na experiência docente, a equipe pontuou possíveis erros que acontecem quando os alunos respondem a estas questões. Para a questão que abordava o conteúdo de conjuntos traçamos na análise inicial os seguintes pontos esperados: que a linguagem escrita fosse diferente para os alunos dos 1º e 6º semestres, para os últimos deveria ser mais formal; deveriam saber: as definições de conjunto, subconjunto, cardinalidade e as propriedades deste conteúdo. No entanto, percebemos uma grande dificuldade nas definições de conjunto e cardinalidade. Os mesmos utilizaram uma linguagem confusa e também exemplos para resolver a questão o que inviabilizava o acerto da mesma. O erro esperado, Card Y=2n + 1 e Card X= 2n, sendo n a mesma referência para os dois conjuntos, foi encontrado na resolução de algumas questões dos alunos iniciantes. Os mesmos escreveram P(Y)=2n ao invés de Card P(Y)=2n. 

CONCLUSÃO:
O teste piloto nos mostrou que apenas uma questão é insuficiente para verificar a dificuldade ou erros em um assunto específico, pois assim parece um diagnóstico superficial. Desta forma, a equipe está revendo a quantidade de conteúdos para o teste investigativo 1. Ainda percebemos que ao abordar 2 conteúdos em uma única questão não conseguimos identificar exatamente em qual deles o aluno tem dificuldade. Identificamos que tanto os alunos concluintes, quanto os iniciantes tentaram resolver uma determinada questão por meio de exemplo levando-os a conclusões equivocadas. Na questão que abordava o conteúdo da análise combinatória o índice de acertos foi significativo tanto para os alunos iniciantes como para os concluintes. Registramos ainda que foi uma questão a qual todos os alunos tentaram resolvê-la. Na questão que abordava o conteúdo de geometria plana esperava-se que os alunos utilizassem o teorema de Pitágoras; efetuassem o cálculo da área de triângulo e aplicassem as relações métricas de um triângulo retângulo. Detectamos que tanto alunos iniciantes quanto concluintes cometeram erro do tipo = . Isso muito nos preocupou. A maioria dos participantes deixou a questão, sobre geometria espacial, em branco registrando no teste não ter visto o conteúdo.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.
Palavras-chave: análise de erro, educação matemática, formação de professor.