61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 3. Fisiologia de Órgãos e Sistemas
DESNUTRIÇÃO INTRA-UTERINA: COMPLICAÇÕES FETAIS ESTUDO EXPERIMENTAL
VIRGÍNIA DE ALMEIDA PINTO 1
MÉRCIA TANCREDO TOLEDO 1
1. Pontificia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
INTRODUÇÃO:

Em vários estágios durante o desenvolvimento fetal, a placenta incube-se de notórias funções até que os órgãos fetais tornem-se funcionais. Sem um suprimento adequado de alimento e do nutriente que este contém o organismo não pode crescer e desenvolver-se normalmente. Alteração na ingesta de proteínas ou na redução dos níveis séricos de proteínas totais são sinais de desnutrição, sendo assim deletério à formação fetal a ao desenvolvimento da gestação, desencadeando, pôr vezes, crias com massa corporal reduzida. Pesquisas recentes relatam elevada incidência de reabsorções fetais em ratas prenhes desnutridas, quando sacrificadas em diversos estágios do período gestacional. Em nosso modelo experimental de desnutrição utilizamos dieta com baixo teor de proteína (hipoprotéica 6% proteína) onde os animais tiveram livres acesso a dieta durante todo o período experimental, onde o objetivo foi avaliar o crescimento feto-placentário bem como peso e número de fetos, presença de sítios de reabsorções fetais, a morfologia e a morfometria em ratas Wistar adultas (90 dias) alimentadas com dieta hipoprotéica (6% proteína) comparando-as com as respectivas controles alimentadas com dieta normoprotéica (18% proteína) após o 20º dia gestacional, período à termo.

METODOLOGIA:

Após o acasalamento e detecção da prênhez, as ratas foram distribuídas em dois grupos experimentais: controles (C) (n=8), alimentadas com dieta normoprotéica (18% proteína), e desnutridas (D) (n=8), alimentadas com dieta hipoprotéica (6% de proteína) com livre acesso a água. As ratas foram pesadas três vezes por semana e ao 20º dia foram sacrificadas. O sacrifício foi realizado sob anestesia, com hidrato de cloral 10% seguida de deslocamento cervical segundo normas de experimentação e ética animal. Após o sacrifício (20° dia experimental), os animais tiveram os cornos uterinos expostos e avaliados quanto aos produtos de concepção contando-se o número de fetos e sítios de reabsorções fetais existentes. Os fetos foram pesados e o tecido placentário foi coletado para posterior análise patológica e os dados avaliados por método estatístico de análise de variância. Todos os dados obtidos foram analisados segundo método de análise de variância não paramétrico utilizando-se software STATISTICA com nível de significância para 5%.

RESULTADOS:

Durante o paradigma de desnutrição na análise morfométrica houve redução do labirinto e aumento do espongiotrofoblasto, diferença estatisticamente significativa entre o peso corporal dos animais (p< 0,05). Redução no número de fetos (3 ± 1,114), e, também no peso (3,285 ± 0,09299), houve elevada incidência de sítios de reabsorções fetais dos fetos do grupo desnutrido em comparação com os animais controle. Na morfologia a decídua basalis apresentou com intenso infiltrado linfocitário (IL), com edema e aumento de sua espessura. No espongiotrofoblasto verificou-se trombose (TR) e infarto celular e a região labiríntica apresentou-se atrófica.

CONCLUSÃO:

Os resultados indicam que a alimentação das ratas, no início do período gestacional até o final, com dieta de 6% de proteína foi eficaz em causar um quadro de desnutrição nos filhotes. E a diminuição do peso corporal é uma medida clínica utilizada para caracterizar a desnutrição protéico-calórico, sendo este parâmetro significantemente menor nos animais alimentados com dieta de baixo valor nutritivo em relação aos animais alimentados com dieta contendo valores e quantidades adequadas de nutrientes, principalmente proteína.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq
Palavras-chave: DESNUTRIÇÃO, COMPLICAÇÕES, FETAIS.