61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre
DISTRIBUIÇÃO, ABUNDÂNCIA E RELAÇÃO COM VARIÁVEIS AMBIENTAIS DAS SUBFAMÍLIAS DE FORMICIDAE NO PARQUE NACIONAL DO VIRUÁ, BOA VISTA-RR
Camila de Brito Gomes 1
Jorge Luiz Pereira de Souza 1
Elizabeth Franklin 1
1. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA
INTRODUÇÃO:

Em florestas preservadas, devido à diversidade de espécies vegetais, encontram-se as mais variadas espécies de artrópodes. Por ser um grupo abundante, e possuírem dominante contribuição em diversidade de espécies, além da presença notável em vários ecossistemas terrestres as formigas podem ser usadas como modelos para responder a questões ecológicas. A abundância e a distribuição de formigas variam dependendo do ambiente e em conseqüência de diversos fatores. Os fatores ambientais que controlam a distribuição de espécies de formiga estão correlacionados com fatores climáticos, tipo de solo e composição da vegetação. A sensibilidade das formigas a perturbações naturais tais como escassez de alimentos, mudanças drásticas na temperatura e umidade, pode levar á mudanças nos padrões de atividade da colônia e também à migração para locais mais adequados à sua manutenção. Analisamos a abundância, a distribuição e a correlação com o volume de serrapilheira e inclinação do terreno das subfamílias de Formicidae coletadas no Parque Nacional do Viruá, Boa Vista, Roraima.

METODOLOGIA:

O estudo foi efetuado em uma grade de 25 km2, onde foram marcadas parcelas de 250 m que estão separadas 1 km entre si, utilizada pelo PPBio (Programa de Pesquisa em Biodiversidade). Foram coletadas 10 amostras em cada parcela, totalizando 300 em toda a grade. Estas parcelas estão em curva de nível para que os efeitos da variação do ambiente sejam minimizados. As armadilhas foram instaladas em uma área constituída por um gradiente composto por floresta primária, campinarana, campina e savana. Para a coleta dos invertebrados foi utilizada a armadilha de queda ou “Pitfall”, que consiste em um recipiente enterrado no nível da superfície do solo. Os insetos que estão em atividade na superfície caem na armadilha são mortos e preservados em álcool 70%. Os dados produzidos incluem riqueza, composição e abundância relativa de formigas forrageadoras nas armadilhas. 

RESULTADOS:

Foram identificados 7640 indivíduos classificados em 7 subfamílias. A subfamília mais abundante foi Myrmicinae com 63,2% seguida por Ecitoninae com 14,6%, Formicinae (9,6%), Ponerinae (5,8%), Ectatomminae (4,7%), Dolichoderinae (1,7%) e Pseudomyrmicinae (0,4%). Foram utilizados os testes de correlação simples para verificar a influência das variáveis ambientais sobre as subfamílias coletadas. A inclinação do terreno afetou negativamente a distribuição da subfamília Formicinae (r2= -0,364 e p= 0,048).  O padrão detectado foi de redução do número de Formicinae com o aumento da inclinação. Registramos um aumento no número de Ponerinae com o aumento do volume de serrapilheira (r2 = 0,586 e p= 0,001). O número de Pseudomyrmicinae é reduzido com o aumento do volume de serrapilheira (= -0,354 e p= 0,055).

CONCLUSÃO:

Estes resultados sugerem que as formigas são eficazes no estudo do ambiente e que podem ser usadas no estabelecimento de protocolos para o monitoramento da biodiversidade e a conservação do meio ambiente.

Instituição de Fomento: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA
Palavras-chave: formigas, variáveis ambientais, Amazônia.