61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
DOR E CORTISOLNA DISFUNÇÃO  TEMPOROMANDIBULAR  APÓS INTERVENÇÃO  POR LASER DE BAIXA POTÊNCIA
Ana Paula Fernandes De Angelis Rubira 1
Laurise Sousa Oliveira 1
Cordelia Cruz Santana 1
Kysi da Hora Lima 1
Rainier Antonio Queiroz Chagas Junior 1
Marcelo Custódio Rubira 1
1. Faculdade São Lucas
INTRODUÇÃO:

Desordem temporomandibular (DTM) é um termo que abrange problemas clínicos envolvendo musculatura mastigatória, articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas ou ambas (Michelotti et al., 2004), considerada uma alteração musculoesquelética do sistema mastigatório, afeta mais de 25% da população (Mcneely et al., 2006). Estudos epidemiológicos recentes demonstraram uma freqüência maior de vários sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (sons, dor e sensibilidade na ATM e músculos mastigatórios, e limitações ou distúrbios de movimentos mandibulares) mais evidentes em mulheres do que em homens (Celic et al., 2004)  com uma proporcionalidade de  4:1, de mulheres para homens em tratamento de DTM (Mcneill, 1997) ou de 2:1 como cita Leresche (1997) em seu trabalho. Fischer; Clemente; Tambeli (2007) concluíram em seu trabalho que a testosterona protege ratos machos por diminuir sua probabilidade de desenvolver dor na ATM. Esse achado pode ajudar explicar a menor prevalência e severidade de muitas condições de dor, incluindo as DTM em homens.

A participação dos glicocorticóides na reação de estresse foi evidenciada por Selye (1998) que focalizou o eixo hipófise-adrenocortical como efetor desta resposta. Em humanos, pelo menos 95% da atividade glicocorticóide das secreções adreno-corticais é atribuída ao hormônio cortisol, também conhecido como hidrocortisona. Desde então, reconhece-se como fundamental a atuação destes hormônios na reação de estresse (Chrousos; Gold, 1992;  Ottaviani; Franceschi, 1996).

A terapia laser de baixa potência (LLLT) é indicada para tratar dor, incluindo dor muscular na ATM, um dos sintomas nas DTM (Tullberg et al., 2003). A eficácia da LLLT é descrita em trabalhos associados a dor, aguda ou crônica ou em outras condições como doenças degenerativas.

O estudo avaliou a dor e cortisol em jovens com DTM após terapia laser de baixa freqüência.

METODOLOGIA:

Participaram do estudo 07 jovens, gênero masculino, com ausência de doenças e sem uso de medicação analgésica ou antiinflamatória, com queixa de DTM selecionados pelo Índice Anamnésico de Fonseca (1992) e diagnosticados pelos critérios do RDC/TMD (Research Criteria Diagnostic/Temporomandibular Disorder) apresentando dor crônica miofascial. Após serem esclarecidos a respeito da natureza do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os voluntários foram tratados com laser AsGa de baixa potência, num comprimento de onda de 904 nm, técnica pontual, contato e área de 1,0 cm2 de dispersão, ângulo de 90 graus, forma contínua, com energia de 3 joules (J). O tempo de exposição foi de 40 segundos, com pontos eqüidistantes de 1,0 cm sobre o músculo masséter, numa freqüência de 3 vezes por semana em dias intercalados, totalizando 10 sessões de tratamento. A dor foi quantificada pela EVA (escala visual analógica) e cortisol sanguíneo dosado pela Técnica de Imunoensaio(ELISA).

RESULTADOS:

Os voluntários com DTM apresentaram diferença estatística significante com relação à dor quantificada na escala analógica visual (milímetros) após a terapia com laser (32,57±16,65 ; 0,64±0,94, p<0,002). A dosagem de cortisol (ug/dl) não apresentou diferença estatística significante antes e após o tratamento com Laser  de baixa potencia (17,4±4,5 ; 17,23±4,2, p<0,26,  respectivamente). Não houve relação da Dor com o nível de cortisol sanguíneo.

CONCLUSÃO:

O tratamento pela terapia por laser de baixa potência foi eficaz na diminuição da dor por promover analgesia e conseqüente relaxamento do músculo masseter, diminuindo a tensão nas estruturas associadas e a resposta de dor  não alterou os níveis de cortisol em homens com DTM.

Instituição de Fomento: CNPq e Faculdade Sao Lucas
Palavras-chave: Disfunção temporomandibular, Cortisol, Laser de Baixa Potencia.