62ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 12. Engenharia Química
ESTUDO DA RECUPERAÇÃO DE LUBRIFICANTES USADOS VIA SOLVENTE POLAR: 2-PROPANOL
José Carlos Oliveira Santos 1
Marta Maria da Conceição 2
Reutemann Alves Almeida 3
Isaac Pereira Diniz 2
Mayara Eunice de Macedo Gomes 2
1. Prof. Dr./Orientador, Unidade Acadêmica de Educação, CES, UFCG
2. Curso de Licenciatura em Química, Unidade Acadêmica de Educação, UFCG
3. Unidade Acadêmica de Engenharia Química, UFCG
INTRODUÇÃO:
Óleos lubrificantes, sintéticos ou não, são derivados de petróleo, empregados em fins automotivos ou industriais, que após o período de uso recomendado pelos fabricantes dos equipamentos, deterioram-se parcialmente, formando compostos oxigenados, compostos aromáticos polinucleares de viscosidade elevada (e potencialmente carcinogênico), resinas e lacas. São substâncias responsáveis pela formação de uma película protetora, que impede o contato direto entre duas superfícies que se movem entre si. Quando os óleos usados são lançados diretamente no ambiente ou quando queimados de forma não controlada, provocam graves problemas de poluição do solo, das águas e do ar. Reciclar o lubrificante significa aplicar processos físico-químicos sobre o óleo usado, possibilitando a obtenção do óleo base, matéria prima que pode ser reutilizada para a obtenção de lubrificantes. O objetivo do presente trabalho é avaliar o processo de recuperação de óleos lubrificantes automotivos usados em motores a gasolina através de extração por solvente polar (2-propanol) e hexano com base em suas propriedades físico-químicas.
METODOLOGIA:
Os solventes orgânicos usados foram 2-propanol e hexano. Os óleos lubrificantes eram de base sintética e de classificação SAE 20-50W. Os óleos lubrificantes usados foram fornecidos por postos de combustíveis da cidade de Cuité-PB. Foram recuperados óleos lubrificantes submetidos a uso por 5000 km e 10000 km. Antes do processo de recuperação, o óleo foi tratado em um evaporador rotativo a 60ºC sob vácuo (600 mmHg) para eliminar a água e os hidrocarbonetos leves. Após a recuperação, todos os óleos foram caracterizados em função das propriedades físico-químicas (densidade, grau API, cor), reologia, espectroscopia na região do infravermelho (IV) e análise térmica. As análises de IV indicaram os produtos da reação de oxidação.
RESULTADOS:
A proporção solvente/óleo que obteve melhores resultados foi a 1/1 para o 2-propanol (rendimento de 83%) e 15/1 para o hexano. O óleo a 5000 km apresenta uma maior viscosidade, apresentando uma quantidade maior de tixotropia. Pode-se observar uma diferença no valor da viscosidade das amostras, ou seja, o óleo sem uso apresenta viscosidade maior, essa diferença se dá, pois o óleo novo apresenta suas composições originais, ou seja, não contém impurezas. O óleo usado após 5000 e 10000 km apresentam valores bem semelhantes. Com base nos espectros na região do infravermelho do lubrificante, pode-se verificar que os óleos analisados apresentam significativas mudanças nas regiões espectrais dos grupos C-O e C=O. A termogravimetria foi utilizada para analisar a estabilidade térmica dos óleos lubrificantes em função do tempo e da temperatura. O processo de decomposição térmica do óleo sem uso ocorre em uma única etapa, correspondente a decomposição dos hidrocarbonetos constituintes do óleo. Já as amostras de óleo lubrificante submetidas a uso por 5000 e 10000 km, apresentam uma decomposição em temperatura mais baixa correspondente a decomposição das impurezas de baixa volatilidade contidas nestes óleos.
CONCLUSÃO:
O solvente hexano proporcionou resultados melhores ao purificar o óleo usado do que o 2-propanol. A proporção solvente/óleo que obteve melhores resultados foi a 1/1 para o 2-propanol e 15/1 para o hexano. O maior rendimento em termos de óleo recuperado foi 83,37% para o 2-propanol e 98,76% para o hexano. De um modo geral, o processo de recuperação de óleos lubrificantes usados é significativo, pois pode-se restabelecer algumas propriedades do óleo original, tornando o produto apto a entrar na cadeia produtiva novamente.
Instituição de Fomento: PIBIC/CNPq/UFCG
Palavras-chave: óleo lubrificante, análise térmica, meio ambiente.