62ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública

CASOS DE MICOSES SUPERFICIAIS NO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Guilherme de Medeiros Lins de Araújo 1 Nilberto Dias de Araújo 1 Rodrigo Pessoa de Farias 1 Ricardo Antonio Faustino da Silva Braz 2 Francinete Carla Nunes Cavalcanti 3 Maria do Livramento Ferreira Lima 4

1. Graduando de Biomedicina, Faculdades Integradas de Patos - FIP 2. Prof. Msc./Orientador, Faculdades Integradas de Patos - FIP 3. Profa. Msc./Orientadora, Faculdades Integradas de Patos - FIP 4. Profa. Dra./Orientadora, Faculdades Integradas de Patos - FIP

INTRODUÇÃO:

O Brasil é um dos países que possui altos índices de infecções causadas por fungos, principalmente as micoses superficiais, tal fato dá-se pelo clima tropical, este e outros fatores são determinantes para o aparecimento de micro epidemias. As micoses superficiais desenvolvem alterações apenas na camada mais superficial do estrato córneo e não induz, na maioria das vezes, qualquer resposta inflamatória no hospedeiro, os fungos que causam estas infecções dão preferência à parte mais externa da pele, ao redor dos pêlos ou das unhas, nutrindo-se de uma proteína chamada queratina. O principal mecanismo de defesa contra fungos é desenvolvido pelos fagócitos. Algumas doenças facilitam o desenvolvimento de um quadro clínico de micose, por deficiência de seu sistema imunológico, como diabetes, HIV e depressão assim como a utilização de alguns fármacos imunossupressores e antibióticos. Particularmente, na região nordeste as dermatoses são mais incidentes nas regiões litorâneas, representadas pelas dermatofitoses e Pitiríase versicolor (PV), sendo um aspecto próprio destas pela sua elevada umidade e calor. Na Paraíba, ainda tem poucos trabalhos sobre o tema na literatura.

METODOLOGIA:

Realizou-se um estudo exploratório com delineamento qualitativo e quantitativo, envolvendo indivíduos atendidos em Unidades de Saúde da Família (Aderban Martins, Dircê Xavie, Horácio Nóbrega e Rita Palmeira) do município de Patos-PB, no período de janeiro a dezembro de 2007 e com diagnóstico comprovado de micose superficial baseado exclusivamente no exame clínico feito pelos profissionais de saúde de cada unidade pesquisada.

RESULTADOS:

A amostra foi composta por 197 indivíduos, destes 45,18% (89 casos) eram do sexo masculino e 54,82% (108 casos) do sexo feminino sendo o gênero mais acometido pela maioria das micoses pesquisadas. Maior número de diagnósticos positivos para Pitiríase 27,92% (55 casos) sendo 63,64 % (35 casos) de indivíduos do sexo feminino e 36,36 % (20 casos) do sexo masculino. Dos 12,18 % (24 casos) de Tínea, observamos 62,50 % (15 casos) para o sexo masculino e 37,50% (9 casos) para o feminino. A idade dos pacientes variou desde os primeiros meses de vida até os 83 anos. Observamos que as micoses ocorreram entre a faixa etária de 11 a 20 anos 23,86% (47 casos) e entre 0 a 10 anos 20,30% (40 casos) perfazendo quase metade das ocorrências 44,16% (87 casos) o que mostra uma predisposição das crianças e jovens ao contágio. De forma mais isolada observou-se a incidência maior para Pitiríase nos homens de 0 a 10 anos. Com relação às outras micoses, dermatofitoses teve maior prevalência 6,09% (12 casos), seguida pelas onicomicoses 3,05% (6 casos), dermatomicose 2,54% (5 casos) e por último as dermatoses 2,03% (4 casos).

CONCLUSÃO:

Foi observado que 46,19% (91 casos) estudados foram identificados apenas como micose, não havendo qualquer informação em relação ao gênero ou espécie do agente etiológico. Evidenciando que um diagnóstico laboratorial seria importante nesses casos, para comprovar o tipo de micose e com isso direcionar o tratamento de maneira mais específica. Estas infecções por fungos não constituem doenças de notificação obrigatória, assim não se tem a exata extensão do problema. Tal fato mostra a necessidade de realização periódica de levantamentos da freqüência das micoses e de seus agentes etiológicos, em função dos fatores socioeconômicos e climáticos. Para implementação de futuros programas de controle da doença.

Palavras-chave: Micoses, Pitiríase, Tínea.