62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA PERSPECTIVA DA DIVERSIDADE CULTURAL
NEIDE DA SILVA CAMPOS 1, 2
BELENI SALÉTE GRANDO 2
LUIZ AUGUSTO PASSOS 1
1. Universidade Federal de Mato Grosso - GPMSE/UFMT
2. Universidade do Estado de Mato Grosso - COEDUC/UNEMAT
INTRODUÇÃO:
Ao analisar a cidade de Cáceres-MT, como um contexto rico em manifestações culturais, na qual as pessoas constituem suas identidades, reconhecemos nas expressões populares da cultura local cacerense a realidade sócio-cultural de muitas crianças que estão na escola, nesse sentido, observa-se um elemento importante para entender quem são estes sujeitos, e em qual cultura se insere. Ao abordamos sobre uma prática educativa na perspectiva da educação intercultural, se faz necessário refletir sobre a formação de professores e sua implicação no processo de efetivação de uma práxis que contemple uma educação direcionada para a diversidade cultural, uma educação que supere o 'daltonismo' existente na escola, numa perspectiva que seja possível desenvolver novos diálogos entre os diversos saberes, principalmente aqueles advindo dos contextos populares, isto é, produzidos nas culturas populares. A formação de professores é pensada como um elemento fundamental que pode contribuir para efetivação de uma práxis educativa que re-signifique os conteúdos oficiais e consiga instaurar diferentes diálogos com os saberes culturais dos meninos e meninas inseridos no contexto escolar.
METODOLOGIA:
O trabalho tem como metodologia a pesquisa qualitativa. Os dados apresentados baseiam-se em uma pesquisa exploratória realizada numa escola pública estadual em fevereiro de 2009, em Cáceres, durante a formação continuada de professores com o objetivo de detalhar no projeto pedagógico da escola, a valorização da cultura mato-grossense no espaço escolar.
RESULTADOS:
Os professores demonstraram a preocupação de optar pela inclusão de uma cultura na escola que não seja a cultura da classe dominante, ou uma cultura monocultural, mas há também a inquietação sobre uma prática que considere as diferentes culturas em relação, mas que não consiga produzir resultados ou avançar diante do currículo oficial instituído neste espaço, que os deixam condicionados às questões específicas de cada disciplina.
CONCLUSÃO:

Percebe-se que ao abordar as questões da cultura popular, há também implícito pelos dados que os professores concebem a questão da diversidade cultural, expressa pelas manifestações populares, na escola como dois momentos distintos, portanto só pode ser efetivado dissociado um do outro. Nesse sentido, percebe-se a relevância de pensar na formação de professores, pois se não há uma formação destes sujeitos que supere a visão etnocêntrica e monocultural da educação, certamente não haverá mudanças significativas que permita ao professor ter autonomia para pensar sobre sua práxis para além do ensino técnico, o que o poria numa perspectiva de olhar para a diversidade étnico-cultural como uma possibilidade de efetivar uma educação menos excludente e mais humana.

Palavras-chave: Educação, Cultura, Formação de professores.