62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração
AUTOGESTÃO COOPERATIVISTA E O IMPACTO EXERCIDO NA CREDIBILIDADE JUNTO AOS ASSOCIADOS: ESTUDO DE CASO NA COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA CONQUISTENSE LTDA-COOPMAC.
Maria Zilda Dantas 1
Andrea Esdra Oliveira Santos 1
Maria Auxiliadora Nunes Cordeiro 1
Sandra Maíra Souza 1
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.
INTRODUÇÃO:
A Empresa Cooperativa é definida de acordo com o Congresso de Praga, realizado em 1948, citado por Polônio (1999, p. 23) como: "associação de pessoas que tem por fim a melhoria econômica e social de seus membros pela exploração de uma empresa baseada na ajuda mútua e que observa os princípios de Rochdale". Apresentando fins sociais e econômicos, na cooperativa são trabalhados, coletivamente, os produtos e serviços para satisfazer as necessidades do quadro social (associados), com objetivo de viabilizar suas atividades. Com a autogestão, pressupõe-se que a gestão da Empresa cooperativa é realizada pelos próprios associados. Para Pinho (1982) e Frantz (1986) essa forma de democratização das decisões em organizações econômicas simples ou complexas, é uma característica que marca todas as cooperativas, desde os seus primórdios. Assim, este estudo tem como objetivo analisar a atuação da gestão da COOPMAC e sua implicação na credibilidade de seus associados, considerando que a forma como a gestão cooperativista está estruturada, influencia na participação, desenvolvimento das atividades de gestão e no processo de tomada de decisão e, isso relacionado às competências pessoais dos associados eleitos para cargos de direção, pode ser determinante para a eficiência e eficácia da cooperativa.
METODOLOGIA:
Pesquisa originária do Projeto de pesquisa: Autogestão e o impacto exercido na credibilidade de associados em cooperativas da cidade de Vitória da Conquista - BA; Enfoque descritivo, com o método: estudo de caso simples na COOPMAC, composta de duas partes: pesquisa de fonte secundária e de campo. Na primeira fez-se uma revisão bibliográfica com base em autores como: PINHO(1982),  FRANTZ (1986),QUEIROZ (1998), OLIVEIRA (2003) e DANTAS & CORDEIRO (2004), dentre outros, que embasam e fundamentam o cooperativismo, dando ênfase à autogestão e suas práticas. A segunda de natureza quantitativa foi realizada por meio de dados primários coletados a partir da aplicação de questionários estruturados a uma amostra de 231 associados, um percentual de 10% da população estudada, de todos os níveis hierárquicos, funções, cargos e setores da COOPMAC; no período de 01/06 a 12/06/2009. Os dados coletados foram tabulados em planilhas através do software Excel. As informações e os dados levantados foram sistematizados, analisados e interpretados com base no referencial teórico estudado a fim de permitir a compreensão de aspectos específicos e gerais do ambiente da cooperativa, no que tange a gestão e a credibilidade que a COOPMAC exerce junto aos associados.
RESULTADOS:
As atividades mais relevantes na gestão foram: Organização do Quadro Social, Auditoria Interna e Externa, cada uma com 30%. Com 16%, Auto sustentabilidade; Com 12% Capacitação Cooperativista e Profissional, 7% Sustentabilidade financeira e, Assessoria de Comunicação com 5%, corroborando com a OCB (2003), que atrela a autogestão em uma cooperativa ao desenvolvimento, em maior ou menor grau, das atividades mencionadas. 96% dos associados têm conhecimento da existência e funcionamento das Assembleias Gerais, Conselhos de Administração e Fiscal, 4% desconhecem as assembleias; estando de acordo com a Lei 5.764/71, que exige o funcionamento desses órgãos. 96% responderam que a cooperativa funciona na estrutura de Conselhos, 4% sob a forma de Núcleos e, Comitês, nenhum entrevistado, corroborando com Oliveira (1984) quando afirma que as cooperativas, devem funcionar com Conselhos. Dos entrevistados, 40% afirmaram conhecer a existência de programa de Educação Cooperativista, 44 não conhecem; para 16% não existe programa de Educação promovido ou trabalhado na cooperativa. 52% dos associados encontram-se satisfeitos com a gestão da COOPMAC, 40% pouco satisfeitos, muito satisfeitos 4%, insatisfeitos 4%. 56% frequentam e participam na gestão da cooperativa, 28%, quase sempre, 4% nunca ou raramente; 8% sempre participam.
CONCLUSÃO:

A partir das análises, pode-se concluir que o tema autogestão não é praticado em sua conformidade, existindo, na cooperativa estudada, apenas para cumprir protocolo, uma vez que, os mecanismos e atividades necessários para a prática desse modelo de gestão, existente na entidade, não funcionam devidamente, e a atuação dos associados não é efetiva e participativa, comprometendo a autogestão e, consequentemente o desenvolvimento da organização e do próprio associado.

Palavras-chave: Cooperativismo, Gestão Cooperativista, Autogestão.