62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
EFEITO DO TAMANHO DA AMOSTRA NO MÉTODO BULK EM AUTÓGAMAS
Paulo Ricardo dos Santos 1
Lucas da Silva Santos 1
Kleyton Danilo da Silva Costa 1
Everton Talvanes Barros de Almeida 1
José Antônio da Siva Madalena 1
José Wilson da Silva 1
1. Centro de Ciências Agrárias-Universidade Federal de Alagoas/UFAL
INTRODUÇÃO:
Dentre as metodologias disponíveis, para condução de populações segregantes, o método bulk é um dos métodos mais utilizados no avanço de populações segregantes e se destaca pela facilidade de condução. Uma das vantagens deste método é que o mesmo permite a ação da seleção natural e a possibilidade de adiar a abertura do bulk, tornando seu uso bastante flexível. Contudo na condução de populações segregantes pelo método de bulk, o melhorista se depara com o questionamento, de quantos indivíduos serão necessários em cada geração. Este aspecto deve ser realçado, pois, a impossibilidade de avançar com todas as sementes colhidas a cada geração constitui-se numa principal restrição do método bulk, provocando perdas substanciais de progênies promissoras de uma geração para outra. Os resultados simulados obtidos neste trabalho apesar de informativos apresentam limitações ligadas à escolha de modelos que não incluem aspectos como a seleção natural, herdabilidade, variância e variados tamanhos do bulk. Visando corrigir estas limitações o objetivo desse trabalho foi determinar o efeito da amostragem no método bulk.
METODOLOGIA:
Foram utilizados métodos de simulação computacional para avaliar o efeito da amostragem no método bulk de melhoramento de autógamas. Foram considerados diferentes números de genes segregando e diferentes tamanhos de bulks. Para a realização da simulação computacional foi realizado um cruzamento entre duas linhagens P1 e P2 homozigotas e contratastantes. Foram obtidas as gerações filiais F1, F2 ..., Fℓ, as quais foram conduzidas em bulk. Na ℓ-ésima geração foram obtidos famílias Fℓ: (ℓ+1) e estimados diferentes parâmetros. A média, o mínimo, o máximo e a variabilidade dessas medidas foram computados em um total de 1000 simulações Monte Carlo de cada configuração. Os genótipos dos indivíduos foram constituídos de g locos independentes sendo g = 5, 50, 100 e 200. Foram considerados tamanhos da população bulk de n= 50, 200, 1000, 2000, 5000.
RESULTADOS:
Para um tamanho fixo do bulk e da geração observa-se ganhos maiores à medida que o bulk aumenta quando se compara a média do número de locos favoráveis entre a herdabilidade 0,1 a 1,0. A partir de bulks de tamanho 1000, os ganhos no número de locos favoráveis de h2 = 1 para h2 = 0,1 ficam praticamente estáveis, próximos de 10 locos favoráveis por tamanho de bulk. Fixado um valor de h2, verifica-se que existem ganhos acentuados com o aumento do bulk. Por exemplo, de n = 2000 para 5000 com h2 = 0,1 o número médio de locos favoráveis aumenta de 62,15 para 63, 31, enquanto h2 = 1 os valores aumentaram de 73,13 para 73,49 na F4:5 respectivamente. Outro fato que merece ser destacado é que em condições de herdabilidade baixa exigi-se bulks muito grandes em comparação a um bulk bem menor se a herdabilidade for alta. O que se percebe também é que o aumento no tamanho da amostragem provoca acréscimos que vão diminuindo de magnitude na medida em que o tamanho de bulk aumenta. Esse resultado permite que se infira que um bulk de tamanho 2000, fixada a h2 em qualquer valor parece ser ideal em que há praticamente ganhos inexpressivos, se o bulk for além deste tamanho.
CONCLUSÃO:
Em condições de herdabilidade baixa exigi-se bulks muito grandes em comparação a um bulk bem menor se a herdabilidade for alta. Um bulk de tamanho 2000 indivíduos, fixada a h2 em qualquer valor parece ser ideal em que há praticamente ganhos inexpressivos, se o bulk for além deste tamanho.
Palavras-chave: Bulk, Simulação Computacional, Autógamas.