62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil
ERA UMA VEZ... O CONTADOR DE HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Marta Neyd Siebra Bitú 1
1. Prefeitura do Recife
INTRODUÇÃO:
Este projeto foi vivenciado no Cmei Creusa Arcoverde de Freitas Cavalcanti, em Recife-PE, no ano de 2009, com crianças de 1 a 2 anos de idade. A arte milenar de contar histórias tem encantado adultos e crianças desde sempre. O fato das pessoas relacionarem os acontecimentos das histórias contadas com as suas vivencias torna essa ação um exercício do seu viver, onde ela experimenta sensações de medo, alegria, angústia, etc. Um bom contador de histórias consegue fazer essa ponte entre a realidade e a imaginação. Além disso, a contação de histórias propicia o desenvolvimento da oralidade, da imaginação, da criatividade, da fantasia, do despertar pelo prazer de ler e contribui com o processo de apropriação da linguagem escrita. Nesta faixa etária devemos propiciar o contato das crianças com o mundo mágico das histórias contadas ou lidas, dos livros, do mundo dos contos de fadas. Que os livros sejam para eles como brinquedos que falam, encantam e dão asas a imaginação.
METODOLOGIA:
As rodas de historias aconteciam sempre num mesmo cantinho da sala, de forma a criar um ritual para os momentos de narrativas. Previamente foram selecionadas histórias orais, imagens, livros, revistas, poesias, parlendas, adequados para a faixa etária. A contação de história acontecia acompanhada ou não de livros, outras vezes, de imagens, objetos ou fantoches. Durante a narrativa, procurava manter a atenção dos pequenos com estímulos auditivos como: músicas, entonação de voz, palavras repetitivas e interessantes. Após a historia ser contada, os pequenos eram estimulados a comentar, falar dos personagens e passagens da história que mais se destacaram, a manusear os livros e fantoches e a fazer pseudo-leituras. Por fim, as histórias eram dramatizadas, recontadas por eles à seu modo e registradas por meio de desenhos, colagens que eram expostos nas paredes da sala.
RESULTADOS:
No inicio do ano as crianças que frequetaram o berçário já estavam motivadas pelo ato de ler, prática por elas conhecidas no ano anterior, mas os alunos novatos que não tinham essa vivência precisaram ser seduzidos para a novidade do mundo da fantasia. O contágio foi imediato! No primeiro semestre as crianças já estavam fascinadas por esses momentos, atendendo ao convite com prazer, comentando a narrativa, apontando personagens e gravuras utilizadas na atividade, depois com a aquisição da linguagem oral, nomeando e opinando sobre os demais. No decorrer do ano os pequenos aprenderam a se expressar com mais clareza, enriqueceram o vocabulário, aprenderam a manusear livros adequadamente e por fim, a contar suas próprias histórias, passando de espectador ao papel de contador de histórias.
CONCLUSÃO:
A ação de contar histórias contribui muito para o desenvolvimento global da criança, principalmente da oralidade, da imaginação, a ter contato com outros universos e a perceber desde cedo a diferença entre textos escritos e a linguagem oral, informação fundamental para o processo de alfabetização. Através da narrativa a criança se apropria de um vocabulário mais rico, exercita o imaginário; acompanha desfechos; tem contato com situações de dificuldades e superação; exercita o falar, o indagar, o refletir, o criar. O prazer desses momentos se refletiu na fala dos pequenos que passaram a expressar-se com mais clareza, nas brincadeiras, no jogo simbólico, na criatividade das expressões artísticas, no manuseio adequado de livros e revistas, no interesse por todo tipo de material escrito, no respeito aos trabalhos expostos na instituição e principalmente pelo interesse pela hora do conto.
Palavras-chave: contador de histórias, Educação Infantil, Leitura.