62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GRUPOS NA COMUNIDADE ENQUANTO INSTRUMENTO PARA A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO CONTEXTO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA - PSF
Líbne Lidianne da Rocha e Nóbrega 1
Elane da Silva Barbosa 1
Antonio Benson Abreu Santiago Barbosa 1
Jocasta Maria Oliveira Morais 1
Maria Elizabeth do Nascimento 1
1. Fac. de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
INTRODUÇÃO:

A Educação em Saúde também integra o conjunto de práticas desenvolvidas no contexto do Sistema Único de Saúde - SUS, devendo reafirmar os princípios e diretrizes deste último, numa perspectiva de favorecer a inclusão social de todos os sujeitos, reforçando o exercício da cidadania. O presente trabalho consiste em um relato de experiência, objetivando descrever a vivência de acadêmicos do sexto período, pela disciplina Estágio em Prática de Ensino I, do curso de enfermagem da UERN, em práticas educativas voltadas para grupos na comunidade, com diversas faixas etárias. É discutido ainda como a educação em saúde pode se converter em um instrumento viabilizador da participação popular no âmbito do Programa Saúde da Família - PSF.

METODOLOGIA:

Como percurso metodológico, foi realizado um levantamento bibliográfico acerca da temática em foco, em livros, revistas e nas bases de dados Scielo e Google. Destaca-se Freire (2005), Vasconcelos (2005), Chiesa (2001) e Nóbrega et al (2008). Para a pesquisa nas bases de dados, foram utilizadas expressões como: práticas educativas nos serviços de saúde; educação popular em saúde; controle social; participação popular. Foram realizadas ainda, seis ações educativas grupais, envolvendo crianças, adolescentes, gestantes ou idosos, em escola, igreja, Centro de Referência de Assistência Social, entre outros equipamentos sociais da área de abrangência das equipes de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde Dr. Sueldo Câmara, bairro Quixabeirinha, em Mossoró-RN.

RESULTADOS:

Nas atividades educativas, foram abordadas, conforme o grupo em questão, várias temáticas: educação ambiental e higiene, cuidados com o recém nascido, sexualidade, DST e AIDS, combate ao dengue. Os temas foram discutidos na perspectiva da promoção da saúde, isto é, tinha-se a preocupação de que as reflexões em saúde pudessem auxiliar as pessoas a intervir nos condicionantes do seu processo saúde-doença. Aponta-se, nessa perspectiva, a educação popular em saúde enquanto alternativa para romper as ações em saúde normativas, prescritivas e que tentam simplesmente ditar o estilo de vida das pessoas e, ainda, como instrumento auxiliador para a materialização da participação popular no quotidiano dos serviços de saúde, em específico, do PSF. É válido ressaltar que, durante as atividades de educação em saúde, a maior parte dos usuários mostrava-se inibida em participar. Tanto que se tornava um pouco difícil tomar como base seus conhecimentos para a partir deles, construir informações em saúde que lhes auxiliassem a ter melhor qualidade de vida. Mas, à medida que foram estimulados, começaram a expressar atitudes e opiniões sobre o assunto, como por exemplo, no caso das crianças, ao se falar sobre o lixo e o meio ambiente.

CONCLUSÃO:

Destaca-se que em todas as atividades educativas sempre se enfocava a importância de procurar o serviço de saúde e, ao se discutir esse assunto foi possível perceber que os usuários começaram a compartilhar suas experiências e motivos para não freqüentarem a unidade de saúde do bairro e as dificuldades enfrentadas para serem atendidos. Então, defende-se que estas pequenas discussões são muito relevantes, porque possibilitam aos usuários, a partir da valorização de suas vivências, perceberem-se co-partícipes da produção do serviço de saúde e que, ao reivindicarem melhores condições de atendimento, estão contribuindo para a efetivação de elementos que formam a base teórica do Sistema Único de Saúde, como a participação popular. Por fim, reflete-se ainda que a intersetorialidade é uma das alternativas para se desenvolver a educação na produção dos serviços de saúde e que a Universidade, através do curso de enfermagem, é muito importante nesse processo, pois, pode constituir-se parceira ao articular ensino-serviço e ao preocupar-se em abordar a temática Educação em Saúde no processo de formação, numa perspectiva de reafirmação dos princípios discutidos com o SUS.

Palavras-chave: Educação em Saúde , Participação Comunitária, Programa Saúde da Família.