62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
A DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA: O CENÁRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ESCOLA INFANTIL 
Emanuelle Justino dos Santos 1
Larissa Kelly de Oliveira Marques Tibúrcio 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
INTRODUÇÃO:

A dança  constitui-se numa prática corporal embelezada, na qual a criança comunica e recria os saberes da humanidade, existindo, dentro de suas especificidades, como deleite celebrado e ritualizado de nossa própria arte, de nosso próprio movimento corporal entrelaçado a nossa história e a nossa cultura. A dança na Educação Física afirma-se como uma linguagem do corpo, sendo um dos conteúdos integrantes do bloco Atividades Rítmicas e Expressivas, estando inserida juntamente com as mímicas e as brincadeiras cantadas. Entretanto, ainda vemos a dança sendo tratada na Educação Física de forma destoante, estando de um modo geral restrita à finalidades extracurriculares, decorativas e/ou recreativas na escola. Considerando o nosso universo de investigação, delimitamos como objetivos de nossa pesquisa: discutir a relação existente entre os temas dança, crianças e educação física e narrar a experiência pedagógica como estagiária de Educação Física no Núcleo de Educação Infantil - NEI. Para nortear estes objetivos propostos, elencamos algumas questões de estudo, que discutimos na pesquisa: Como podemos refletir sobre a experiência de ensino da dança nas aulas de Educação Física na infância? Como podemos considerar o espaço do estágio supervisionado de Educação Física na escola infantil? 

METODOLOGIA:
Adotamos como metodologia a descrição da narrativa fenomenológica sobre a experiência pedagógica vivenciada no NEI no ano de 2008, durante o estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Física da UFRN. Foram desenvolvidas aulas de dança experimentadas com crianças pertencentes a turma 5, que corresponde a fase do primeiro ano do Ensino Fundamental. A turma era composta por 19 crianças com idade entre 6 a 8 anos, que eram filhos e filhas de pessoas com vínculo institucional universitário, e duas professoras, uma com contrato provisório e outra efetiva. Nesta turma, havia duas crianças com deficiência, uma com surdez e outra com problemas de desenvolvimento geral. Para fundamentação teórica, destacamos os seguintes referenciais como nossos principais interlocutores e que foram selecionados partindo dos temas do estudo: a) para dança: Barreto (2004), Marques (1999; 2007) e Laban (1990); b) para crianças: os artigos do material didático do PAIDÉIA e Merleau-Ponty (2006); c) para a Educação Física: artigos da obra de Kunz e Trebels (2006) e Hildebrandt-Stramann (2005). 
RESULTADOS:
Durante o período de dois meses, concretizado em doze aulas, tivemos a possibilidade de vivenciar o ensino de dança com as crianças. O acompanhamento aconteceu em dias de sextas-feiras, no último horário da rotina das crianças e professores do NEI. As aulas se constituíram nas seguintes etapas: roda de conversa, vivência e conversa final, não de modo engessado, mas sim havendo a flexibilização dialogada de vivência corporal nas aulas de Educação Física, nas quais abordamos os conteúdos específicos da dança: apreciação, composição coreográfica, improvisação e coreologia; sendo abordada a dança do dragão, tendo, desse modo, coerência com o estudo que realizamos sobre a China, que foi o tema de pesquisa da turma, acompanhado durante o estágio supervisionado de Educação Física com as crianças e professores do NEI.
CONCLUSÃO:

O estudo considera a dimensão lúdica das crianças na escola infantil, articulada a dimensão estética do ensino de dança na Educação Física, de maneira que a experiência do estágio supervisionado possibilitou um rico espaço de relaboração dos saberes da dança do dragão, bem como proporcionou uma maior identificação de ser professora no contexto da infância e também propiciou o compartilhar de uma experiência corporal que envolveu as crianças, os professores, os funcionários e os próprios pais que apreciaram o produto coreográfico apresentado ao final dos encontros. A vivência com a dança na escola permitiu também que as crianças desenvolvessem suas capacidades motoras e criativas articulando e aprofundando saberes específicos da Educação Física, da Educação Infantil e da própria dança durante o espaço de intervenção pedagógica proporcionado pelo estágio supervisionado. 

Palavras-chave: Dança, Crianças, Educação Física.