62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
AVALIAÇÃO DO EQUILIBRIO EM IDOSOS RESIDENTES EM DOMICÍLIO NO INTERIOR DA BAHIA
Kamila Brena Oliveira 1
Luciana Araújo dos Reis 2
Gilson de Vasconcelos Torres 3
Thaiza Teixeira Xavier 1
Luana Araújo dos Reis 4
1. FACISA - UFRN
2. Dpto de Saúde - UESB
3. Dpto. de Enfermagem - UFRN
4. Dpto. de Enfermagem da Faculdade de Ciências e Tecnológia - FTC.
INTRODUÇÃO:
Tradicionalmente, a involução motora decorre do processo de envelhecimento, bem como as disfunções e doenças são vistas como causa da dificuldade ou incapacidade de manter o equilíbrio. Os sistemas somato-sensorial, visual e vestibular demonstram alterações com o envelhecimento e podem posteriormente, fornecer feedback reduzido ou inapropriado para os centros de controle postural. Além disso, os músculos efetores podem perder a capacidade para responder apropriadamente aos distúrbios na estabilidade postural. A associação dessas modificações gera alterações do equilíbrio que podem favorecer a ocorrência de quedas. Em função da freqüência e conseqüências das quedas em idosos, a queda torna-se um evento limitante considerado um marcador de morte, institucionalização e declínio na saúde. Desse modo, a prevenção é importante no sentido de minimizar problemas secundários decorrentes das quedas, sendo, o conhecimento dos fatores que geram ou estão associados ao déficit de equilíbrio e que, consequentemente, predispõem os idosos às quedas de fundamental importância para reduzir a freqüência delas, como também a gravidade de suas seqüelas. Nesta perspectiva este estudo teve por objetivo avaliar o equilibrio em idosos residentes em domicílio e os fatores associados.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa de caráter analítico com delineamento transversal. A amostra foi constituída por 70 idosos de ambos os sexos, escolhidos aleatoriamente, com idade entre 60 e 80 anos, residentes em domicílio, cadastrados na Unidade de Saúde Padre Hilário, no bairro Inocoop, na zona urbana da cidade de Jequié/BA. A coleta de dados foi obtida através de um formulário com questões sociodemograficas e de saúde, e aplicação dos testes Stand Up and Go Test (TUG) e a Berg Balance Scale (BBS) para avaliação do equilíbrio. Os procedimentos foram realizados após o parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da UESB (Parecer nº 039/2008), atendendo os Aspectos Éticos constantes da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados foram analisados pelo Programa Estatístico SPSS - "Statistical Package for the Social Sciences" (versão 13.0), sendo realizada analise estatística descritiva (freqüência, média e desvio padrão).
RESULTADOS:
Verificou-se uma maior distribuição de idosos casados (57,14%), analfabetos (55,71%), aposentados (88,57%) e com média de idade de 71,74 (± 5,62) anos. Quanto às condições de saúde 92,85% dos idosos deslocam-se sem auxílio (independentes), todos apresentavam pelo menos uma patologia, sendo que 34,29% relataram ter seis ou mais. As patologias mais freqüentes foram hipertensão arterial sistêmica (84,29%) e reumatismo (60,00%). Os sujeitos desta pesquisa, de forma geral, apresentaram características comumente esperadas em pacientes que procuram serviços públicos: analfabetos, baixa renda e portador de pelo menos um problema de saúde. Na distribuição da pontuação do Teste de BERG a média foi de 48,81 (± 10,92) pontos e no Teste de TUG 14,79 (± 6,28). No TUG 78,57% dos idosos foram classificados com médio risco de quedas. Na Escala de Berg constatou-se que 44, 28% dos idosos apresentaram baixo risco de quedas. Estes dados demonstram que a maioria dos idosos avaliados apresentaram déficit de equilibrio, com consequente risco de quedas, este dado é preocupante visto que as quedas entre idosos constituem um dos principais problemas clínicos e de saúde levando a complicações e alto custos assistenciais.
CONCLUSÃO:
Os resultados do presente estudo evideciam que os idosos avaliados possuem precárias condições de saúde e socioeconômicas, a maioria apresenta déficit do equilibrio, com consequente risco aumentado para a ocorrência de quedas. As quedas, além de produzirem uma importante perda da autonomia e qualidade de vida entre os idosos, podem ainda repercutir entre os cuidadores, principalmente os familiares, que devem se mobilizar em torno de cuidados especiais, adaptando toda a rotina em função da recuperação ou adaptação após a queda. As quedas podem contribuir, inclusive, para um aumento no número de internações em asilos e aumento dos gastos públicos com atendimento e assistência a estes idosos. Frente a este quadro, estratégias de prevenção do comprometimento do equilibrio devem ser traçadas a fim de diminuir a ocorrência de quedas na terceira idade.
Palavras-chave: Idoso, Equilibrio, Déficit.