62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
COMPOSIÇÃO DAS VIEIRAS (Nodipecten nodosus) OBTIDAS DURANTE A PRIMAVERA DE 2009, COM ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTADA OU NÃO COM ASTAXANTINA.
Gerson Luis Faccin 1
Vera Lúcia Cardoso Garcia Tramonte 1
Caroline Camila Moreira 1
Mariah Vieira Garcia 2
Marisa Bercht 2
1. Departamento de Nutrição - CCS - UFSC - Florianópolis
2. Departamento de Aqüicultura - UFSC - Florianópolis
INTRODUÇÃO:
As vieiras, ou "scallops", apesar de serem pouco conhecidas no Brasil, estão entre os 10 produtos aqüícolas mais cultivados no mundo. Santa Catarina é o maior produtor de moluscos bivalves do Brasil. Atualmente, além do cultivo de ostras, mariscos e mexilhões, encontra-se em fase experimental o cultivo de vieiras (Nodipecten nodosus), também conhecida popularmente como "pata-de-leão" ou "coquille". A vieira tem sido cotada como uma espécie promissora para aqüicultura, apresentando crescimento rápido, boa aceitação no mercado e alto valor comercial. São animais sensíveis a variação de salinidade da água, a influência das correntes marítimas e também a luminosidade, dessa forma, a taxa de mortalidade no ciclo de produção ainda é muito alta. Visando a melhora da qualidade larval, surge a nutrição diferenciada (com compostos imuno-estimulantes) o que pode levar a uma maior resistência das larvas. Dentre estes está a astaxantina, um carotenóide natural, predominante em muitas espécies de peixes marinhos e invertebrados. Neste contexto, o estudo com Nodipecten nodosus poderia proporcionar importantes subsídios para avaliar o efeito de uma dieta suplementada com astaxantina, a fim de verificar se há alteração na sua composição centesimal desses nas diferentes estações do ano.
METODOLOGIA:
Foi realizada a caracterização nutricional da vieira Nodipecten nodosus na estação primavera de 2009. Vieiras da espécie Nodipecten nodosus, com peso médio de 120,62g ± 21,62g (79mm tamanho inicial)procedentes da região sul do Brasil, praia do Canto Grande, Bombinhas (SC) (27° 12'5.39"S e 48°30'47.70"W). Os animais foram transportados para o Laboratório de Cultivo de Moluscos Marinhos (LMM) da Universidade Federal de Santa Catarina, onde iniciou-se a suplementação com astaxantina durante 21 dias, sendo suplementadas e analisadas a partir do dia 7, dias 14 e 28 foram analisadas. Um grupo controle sem suplementação também foi analisado. Foram utilizados seis indivíduos em cada período de avaliação.  No LMM as vieiras foram abertas e separadas em músculo e gônada, sofrendo desidratação em estufa com ventilação forçada, a 60°C por 72 horas. As amostras secas foram acondicionadas em papel alumínio e transportadas até o Laboratório de Nutrição Experimental da Universidade Federal de Santa Catarina. As amostras passaram pelo processo de maceração, trituração e pulverização, em seguida as análises foram realizadas.
RESULTADOS:
As vieiras analisadas no dia 28 (21 dias de suplementação com astaxantina) apresentaram diferença estatística significativa (proteínas, carboidratos, cinzas e umidade) exceto nos teores de lipídios, em comparação com as não suplementadas, em relação às gônadas desses moluscos. Os valores das amostras "in natura" foram para proteínas (13,32±0,10g); carboidratos (3,84±0,10g); cinzas (2,30±0,03g); umidade (78,85±1,30g).
CONCLUSÃO:

A criação de vieiras suplementadas com astaxantina apresenta um substancial enriquecimento das características nutricionais desses moluscos, após um período de 21 dias, durante uma das estações no ano de 2009 (primavera). Futuramente, será comparada se a mudança de estação influencia na composição nutricional das vieiras suplementadas com astaxantina.

Palavras-chave: Vieiras, Composição centesimal, Astaxantina.