62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
CATEGORIZAÇÃO DA DOR E PADRÕES DE COMPORTAMENTO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À ESTERNOTOMIA
Graziele Louise Ribeiro de Oliveira 1
Thaiza Teixeira Xavier 1
Gilson de Vasconcelos Torres 2
Ellen Galvão 3
Antonilli Jatobá 3
João Carlos Alchieri 3
1. FACISA - UFRN
2. Dpto. de Enfermagem - UFRN
3. Dpto. de Psicologia - UFRN
INTRODUÇÃO:
A percepção dolorosa é multidimensional, reconhecida como uma experiência sensorial muito complexa, modificada pelas características da memória, das expectativas e das emoções de cada indivíduo (Santos, 2006). A intervenção cirúrgica, em particular relacionada ao coração, trata-se de um procedimento complexo que implica em alterações fisiológicas e impõe um grande estresse orgânico. O coração é um órgão que possui um significado cultural sendo o mesmo responsável pelas emoções e controle da vida. Neste sentido, a cirurgia desgasta emocionalmente o paciente e sua família, desta forma o objetivo deste estudo foi investigar a dor e os padrões de comportamento dos pacientes submetidos à esternotomia.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo transversal e prospectivo, realizado em Natal/RN/BR. A amostra foi composta por 25 pacientes, sendo 64% do sexo feminino. Os instrumentos utilizados foram a ficha de avaliação fisioterapêutica, a escala numérica de dor, que varia de zero a dez pontos e o Inventário Millon de Estilos de Personalidade (MIPS). Os procedimentos foram realizados, após aprovação pelo Comitê de Ética da UFRN, através da aplicação dos instrumentos. Os dados categóricos foram submetidos a estatística descritiva e o teste t foi realizado para estabelecer as diferenças entre as características de personalidades dos pacientes submetidos à esternotomia e as respostas obtidas na escala numérica de dor no 1ºDPO.
RESULTADOS:
No 1º DPO, a dor foi categorizada em dor leve por 32%, moderada por 28% e intensa por 16%, sendo que neste período 24% dos pacientes não se queixaram de dor. Predominaram os medicamentos analgésicos paracetamol (56%) e dipirona (28%). Ao comparar a percepção dolorosa com os estilos de personalidade foram significativos nos pacientes que fizeram menor referência a dor os fatores: preservação (p=0,018) e individualismo (p=0,045), ambos relacionados à Meta motivacional. Os aspectos psicológicos enquanto características de personalidade podem influenciar padrões de comportamento como os observados.
CONCLUSÃO:
Observou-se que a dor apresentou-se com magnitudes elevadas o que demonstra a necessidade do seu controle ser realizado por analgésicos mais potentes, além destes aspectos os achados desse estudo mostram diferenças significativas na expressão de padrões de comportamento dos pacientes no 1º DPO. Estes aspectos apontam para uma abordagem multiprofissional dos pacientes no período do pós-operatório haja vista os estresses emocionais que envolvem os pacientes.
Palavras-chave: personalidade , medição da dor , esternotomia.