62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE - PB
Kyonayra Quezia Duarte Brito 1
Lannuzya Veríssimo e Oliveira 2
Kely Cristina Carneiro de Azevedo 1
1. FACULDADE INTEGRADA DE PATOS
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
INTRODUÇÃO:

A adolescência abrange a faixa etária de 12 a 18 anos, é uma fase marcante no desenvolvimento, onde as transformações físicas são notórias e busca-se identidade e auto-afirmação diante da sociedade. Além disso, os hormônios produzidos estimulam a maturação sexual e é nesse período em que a maioria das pessoas tem sua primeira relação sexual. Diante do início da atividade sexual por vezes sem informação, muitos se arriscam em relações inseguras e terminam contraindo e transmitindo alguma Doença Sexualmente Transmissível (DST). As conseqüências destas doenças não são muito enfatizadas nas escolas e nos serviços de saúde. Com isso o desconhecimento torna-os ainda mais vulneráveis, visto que, é difícil prevenir aquilo que não se conhece, portanto torna-se importante investigar o que os adolescentes sabem acerca deste tema. Avaliar a percepção de adolescentes sobre as conseqüências das DST foi o objetivo deste estudo, tornando-o relevante pelo número crescente de ocorrência destas doenças nessa fase da vida.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo de corte transversal, com amostragem por conveniência, representativa, estratificada e proporcional dos estudantes matriculados no ensino médio de uma Escola Estadual do Município de Campina Grande. A abordagem utilizada foi quali-quantitativa. Os dados foram coletados com questionário específico, auto-aplicável e sigiloso, contendo apenas questões abertas. O período de coleta dos dados aconteceu entre agosto e setembro de 2009. Foram entrevistados 62 alunos que tinham entre 14 e 18 anos e estavam cursando o ensino médio. Os adolescentes foram convidados a participar do estudo após uma explicação de seus objetivos e do conteúdo de suas questões. Foi assegurado que sua identidade seria mantida em sigilo. O Projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba e os termos de consentimento livre e esclarecido foram assinados.

RESULTADOS:

Classificamos as respostas em seis grupos, conforme o que foi destacado: morte; incurabilidade da doença; preconceito da sociedade; transmissibilidade; suscetibilidade a outras doenças e depressão. Apesar da AIDS ser a única DST incurável, visto     que as demais tem tratamento eficaz e seguro, 60% dos entrevistados citaram a morte como principal conseqüência das DST, demonstrando falta de conhecimento acerca do tema. Verificou-se também que 20% dos entrevistados pontuaram a falta de cura das doenças. As duas inverdades com relação à iminente morte e a incurabilidade das doenças totalizaram 80% das respostas, confirmando a falta de informação sobre o referido assunto. Dos estudantes entrevistados 8% mencionaram o preconceito da sociedade. A transmissão citada por 4% dos alunos pode ou não acontecer, depende de que maneira a pessoa contaminada irá manter relações sexuais, percebe-se que diante destas respostas há uma preocupação com a prevenção, o cuidado de não propagá-la. Dos entrevistados 4% destacaram a depressão, que é uma conseqüência subjetiva, entretanto sabe-se que ela está presente, principalmente em DST cujo tratamento é mais prolongado e os sintomas da doença são mais intensos e que modificam o cotidiano das pessoas.

CONCLUSÃO:

O presente estudo demonstrou que os adolescentes desconhecem as conseqüências de DST, principalmente com relação à saúde reprodutiva, que não foi citada por nenhum entrevistado. A morte e incurabilidade das doenças, respostas majoritárias, demonstraram distanciamento com a questão, percebe-se que ao tratar de um assunto que não é do seu domínio, os adolescentes demonstraram inquietação e pontuaram conseqüências que se estabelecem em longo prazo. Outras conseqüências importantes como a transmissibilidade e suscetibilidade a outras doenças foram destacadas apenas por um pequeno número de entrevistados que possuíam maior informação a respeito do tema. Mediante o apresentado, conclui-se que os adolescentes não detêm informações precisas acerca das conseqüências das DST. Fazendo-se necessário trabalhar esta questão nas escolas e nos serviços de saúde.

Palavras-chave: Sexo, Adolescentes, Doença Sexualmente Transmissível.