62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
OPINIÃO DAS PESSOAS IDOSAS NA PERSPECTIVA DA ASSISTÊNCIA PRESTADA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA.
Edméia Campos Meira 1
Alice Almeida Lima 1
Andréia dos Santos Souza 1
Jackeline Aparecida Leite Oliveira 1
Larissa Campos Meira 3
Maria do Rosário Menezes 2
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
2. Universidade Federal da Bahia - UFBA
3. Faculdade de Tecnologia e Ciência - FTC/ Jequié-BA
INTRODUÇÃO:
A população idosa no Brasil cresceu significadamente, estimando-se que este segmento em 2008, alcançava cerca três milhões de pessoas.¹ O fenômeno do envelhecimento caracterizado pela senescência confere condições de fragilidade e vulnerabilidade que somados às doenças crônico-degenerativas reduzem suas capacidades funcionais levando-os a uma situação de limitações e dependência. ² Assim, requer uma rede de serviços sociais e de saúde amplamente desenvolvidos, considerando as exigências das necessidades frente às transformações epidemiográficas, o que requer um Cuidado em Saúde na área da assistência, com perfil de integralidade, em contexto gerontogeriátrico necessário para um diagnóstico e tratamento eficaz.³ O cuidado a saúde da pessoa idosa estão respaldados legalmente desde a promulgação da Política Nacional do Idoso-1984, Estatuto do Idoso-2003, Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa-2006. O objetivo deste estudo é descrever a opinião das pessoas idosas na perspectiva da assistência fornecida pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) na cidade de Jequié - Bahia. A relevância dos seus resultados está em sensibilizar a sociedade e população idosa ao exercício da cidadania sendo participativos no controle social, buscando melhoria na qualidade dos serviços de saúde.
METODOLOGIA:
Trata-se de pesquisa de caráter descritivo exploratório, de natureza quanti-qualitativa, proveniente do Projeto de Pesquisa: "O Difícil Encontro Entre a Não Violação dos Direitos e Assistência de Idosos nos Serviços de Saúde: Opinião de idosos sobre o atendimento e a assistência recebida e, percepção dos profissionais de saúde sobre a assistência a pessoas idosas". O cenário deste estudo foram 4 Unidades de Saúde da Família e 3 Centros de Saúde, no município de Jequié-BA; desenvolvido de janeiro à fevereiro de 2010, a partir da aplicação de um formulário constando de caracterização sociodemográficas e questões referentes a assistência prestado as pessoas idosas. Os sujeitos constituíram-se de 48 pessoas idosas de ambos os sexos, com estado cognitivo sem risco para demência, que buscam assistência nos serviços de saúde. Utilizou-se como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada; a análise dos dados de natureza qualitativa foi baseada na técnica de análise de conteúdo, sendo os dados quantitativos apresentados sob a forma de tabelas e gráficos. O estudo atentou-se para os aspectos éticos, conforme o estabelecido na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS:
Dados sócio demográficos: 83,3% do sexo feminino na faixa etária entre 60 e 70 anos 47,9%,de1 a 4 anos de escolaridade 43,7% e a maioria possui convivência família. Comparecem mensalmente ao serviço de saúde 56,25%. 77% comparecem ao serviço sozinho. A assistência fornecida pela equipe (enfermagem 64% e médica 66%) consideram ser "boa", porém seus discursos explicitam insatisfação; acreditam que as dificuldades enfrentadas na adesão ao tratamento estão nas mudanças de hábitos, a convivência com vários medicamentos e falhas na comunicação; 87,5% informam ter recebido orientações quanto ao tratamento e tê-las compreendido; 85,4% estão satisfeitos com a assistência fornecida pelos serviços. È notório que a assistência prestada é centrada no biologicismo em detrimento da integralidade e do trabalho em equipe.4 Quanto à representação do processo de assistência ao idoso apresentaram as seguintes categorias: fragmentação do cuidado; comunicação inadequada, atitude de desconhecimento dos direitos ao Cuidado em Saúde; acessibilidade ineficaz em encaminhamentos terapêuticos.
CONCLUSÃO:
Mediante o exposto foi possível visualizar que o modelo de atenção à saúde ainda se caracteriza pela fragmentação do cuidado, centralização do poder no profissional médico e dificuldade de acesso da população. Evidencia-se a necessidade de educação permanente em gerontogeriatria para toda a equipe de saúde. A precariedade de recursos associado à falta de planejamento em saúde deveria priorizar as diretrizes do Pacto pela Vida, quando Políticas de Saúde são asseguradas para a população idosa.Contudo a realidade é contrária , violando o arcabouço político no contexto do direito do idoso ao acesso à saúde.Constatamos nos relatos dos idosos,uma atitude de "passividade" frente ao cuidado que lhe é ofertado nos serviços de saúde, sendo importante a criação de ações educativas em saúde e incentivo ao controle social, formando novos idosos imbuídos de informações para tomada de decisões com consciência do que é bom e digno em seu cuidado. A produção de uma Política de Saúde que assegure o Cuidado Integral por meio de ações intersetoriais fluindo em um fluxograma de redes de proteção social para a pessoa idosa , estaremos promovendo ações essenciais para desenvolver idosos mais ativo, participativo, emancipado ,vivenciando uma longevidade com melhor qualidade de vida.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo A Pesquisa Da Bahia- FAPESB
Palavras-chave: Pessoa Idosa, Cuidado Integral, Cidadania.