62ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária |
RELAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO LEITEIRA E A OCORRÊNCIA DE MASTITES: MICRORGANISMOS ISOLADOS E A DINÂMICA DA INFECÇÃO ENTRE OS QUARTOS MAMÁRIOS BOVINOS. |
Felipe Laurino 1 Rodrigo Costa da Silva 1 Marcella Zampoli Troncarelli 1 Hélio Langoni 1 |
1. Depto. de Higiene Veterinária e Saúde Pública - FMVZ / UNESP |
INTRODUÇÃO: |
A mastite é a inflamação da glândula mamária, de origem infecciosa. As bactérias são os principais patógenos envolvidos. A mastite subclínica se caracteriza pela diminuição da produção leiteira, sem que sejam observados sinais do processo inflamatório na glândula mamária ou no leite. Constitui um dos maiores entraves à exploração leiteira, pelas perdas econômicas provocadas pela redução da produção. Esta perda é ocasionada pela ação irritante dos microrganismos sobre a mucosa, provocando lesão do epitélio secretor. O diagnóstico da mastite pode ser realizado pelo isolamento e identificação dos microrganismos. São poucas as informações sobre as perdas de produção de leite causadas especificamente por determinado microrganismo. Considerando-se o aspecto das mastites no que se refere à produção leiteira, o presente estudo objetivou acompanhar a dinâmica da infecção nos animais de um mesmo rebanho durante o período de três meses e correlacionar com a produção leiteira das vacas, e a Contagem de células somáticas (CCS) de cada teto positivo dos animais que apresentaram pelo menos um teto positivo ao Califórnia Mastitis Test (CMT). |
METODOLOGIA: |
Foram examinadas todas as vacas em lactação de uma única propriedade leiteira por um período de três meses, com colheitas de leite semanais, de um grupo de animais, obtendo-se dados sobre a produção média de cada animal selecionado antes do acompanhamento proposto. 50 animais com pelo menos um teto positivo foram selecionados a partir de triagem inicial ao California Mastits Test (CMT) para a detecção de mastite subclínica. Foram realizadas colheitas semanais, por 12 semanas. As amostras de leite foram colhidas em frascos estéreis, após a limpeza do teto, para realização da pesquisa microbiológica, semeando-se 0,01 mL em meio de ágar base, adicionado de 5% de sangue ovino, e em ágar MacConkey. As placas foram incubadas à 37ºC e avaliadas quanto ao crescimento bacteriano a cada 24 horas durante três dias. De cada animal com pelo menos um teto com CMT positivo foi obtida amostra de leite para a realização da contagem de células somáticas (CCS) eletrônica |
RESULTADOS: |
Os valores de produção leiteira diária mantiveram-se, durante o período do estudo, entre Quando se confrontaram estatisticamente os resultados de CMT e de CCS, tanto em relação à produção total dos animais avaliados, quanto à produção média, não houve significância. Quanto aos resultados de cultivo microbiológico, Corynebacterium bovis, agente contagioso de mastite, foi o microrganismo mais freqüentemente isolado nas amostras de leite avaliadas, seguido de Staphylococcus epidermidis. C. bovis determinou maior número de resultados positivos ao CMT, seguido também por S. epidermidis. O isolamento de microrganismos ambientais de mastite apresentou menor freqüência em relação aos agentes contagiosos. |
CONCLUSÃO: |
A média de produção de leite diária dos 50 animais avaliados manteve-se praticamente constante, tendendo à discreta redução ao longo do tempo, como normalmente observado em rebanhos leiteiros. Corynebacterium bovis e Staphylococcus epidermidis apresentaram maior persistência e infectividade. Os agentes ambientais de mastite praticamente não tiveram importância na transmissão entre quartos mamários, reforçando a característica epidemiológica de infecção ambiental. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq |
Palavras-chave: Mastite, Bovinos, Microrganismos. |