62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 3. Citologia e Biologia Celular
MIOGÊNESE DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO BRANQUIAL DO TELEÓSTEO Poecilia vivipara
Adriana Maria Antunes 1
Thiago Lopes Rocha 1
Mayara Lustosa de Oliveira 1
Simone Maria Teixeira de Sabóia-Morais 1
José Oscar Rodrigues de Morais 1
1. Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO
INTRODUÇÃO:

O Poecilia vivipara, conhecido popularmente como guaru, possui quatro pares de arcos branquiais constituídos de numerosos filamentos branquiais, os quais possuem lamelas secundárias que representam a superfície funcional respiratória, por onde o oxigênio é absorvido da água e difundido ao sangue e aos tecidos. No entanto, a eficiência das brânquias durante o mecanismo de respiração depende do funcionamento dos músculos branquiais. As brânquias são compostas por dois tipos de músculos estriados esqueléticos, o abdutor e o adutor, que desempenham a ação de bombear a água através das brânquias, atuando no direcionamento do fluxo da água. A ontogênese do tecido muscular até os momentos finais do desenvolvimento embrionário no sistema reprodutor da fêmea é de grande importância, uma vez que ao nascer, o alevino necessitará das atividades musculares para os mecanismos de respiração e para a obtenção de energia, o que possibilitará a livre natação e a fuga de predadores. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo investigar quando ocorre a formação do músculo estriado esquelético branquial, e fazer a caracterização morfológica do mesmo ao longo das fases de embrião e larva.

METODOLOGIA:

Para tal estudo foram necessárias 10 fêmeas de guaru em estágios distintos de prenhês. Os animais foram coletados em tanques do setor de piscicultura da EMVZ da UFG em Goiânia, e aclimatados por um período de 48 horas em tanque com 40L de água doce. Em seguida as fêmeas foram sacrificadas por decapitação e do seu ventre coletados embriões em diferentes estágios de desenvolvimento, sendo o estágio de cada espécime avaliado através de microscopia estereoscópica. Os embriões e larvas coletados foram imersos em Karnovsky, inclusos em historessina (Leica Historesin), seccionados com 1µm de espessura no ultra-micrótomo (Leica Ultracut UCT) e os cortes submetidos à coloração com azul de toluidina aquoso a 1% pH 8,4 para a caracterização morfológica do tecido muscular branquial. Análises e fotodocumentações foram realizadas por meio do fotomicroscópio (LEICA BMLB) e do sistema de captura IMAGENS PRO PLUS.

RESULTADOS:

 Estudos preliminares da ontogênese do Poecilia vivipara identificaram 8 fases do desenvolvimento. A fase de 1 a 3 corresponde ao período em que há a denominação de embrião. A partir da fase 4 ele assume a forma cilíndrica alongada e tem início a fase larval. Esta etapa tem término na fase 7, com o nascimento dos alevinos. Foi possível analisar que o músculo estriado esquelético branquial surge simultaneamente à formação das brânquias, durante a fase embrionária. Na fase 3 já é possível observar as fibras musculares branquiais organizadas em feixes musculares localizados ao longo do filamento branquial. A organização morfológica dos músculos branquiais adutores e abdutores é determinada nos momentos iniciais de formação, durante a fase embrião e mantida nas fases de desenvolvimento posteriores. Esse conjunto de músculos está ligado ao arco cartilaginoso que suporta as brânquias, sendo os músculos abdutores localizados entre as bases do filamento do arco branquial e os músculos adutores localizados entre as hemibrânquias. A análise morfológica permitiu observar também que ocorre um aumento gradual no diâmetro dos feixes musculares da fase embrião ate o final da fase larval. 

CONCLUSÃO:

Nesse trabalho foi possível caracterizar que a ontogênese do músculo estriado esquelético branquial do P. vivipara ocorre nos embriões, período entre as fases 2 e 3 do desenvolvimento. As análises morfológicas mostraram a presença de dois conjuntos musculares branquiais, os músculos adutores que se localizam entre as hemibrânquias e os músculos abdutores que se prolongam entre as bases dos filamentos branquiais. Foi possível analisar também que ocorre um aumento gradual no diâmetro dos feixes musculares da fase embrião ate o final da fase larval.  

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico e Universidade Federal de Goiás
Palavras-chave: miogênese, músculo branquial, guaru.