62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
ANTROPOMETRIA E A RELAÇÃO COM O RISCO DE DOENÇAS EM ESCOLARES DO SEXO MASCULINO DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA-AL.
Arnaldo Tenório da Cunha Júnior 1
Jeferson Corrêa Porto 1, 2
Luís Carlos Barbosa Silva 1
Vitor Fabiano dos Santos Silva 1
Karinne Oliveira Coelho 1
1. Universidade Federal de Alagoas (LACAPS)
2. Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción - UC, Assunção-Paraguai
INTRODUÇÃO:

É de fundamental importância avaliar as variáveis antropométricas em crianças e adolescentes para monitorar indicadores que apresentam relação com determinados tipos de doenças (BOUCHARD, 2002; ACSM, 2005). Definida como a técnica para expressar quantitativamente a forma do corpo, a antropometria é a atividade ou prática científica relativa à observação, quantificação e análise do crescimento somático humano, sendo um dos fundamentos para construção de uma normatividade das práticas de saúde, seja clínica ou epidemiológica, individual ou coletiva (Waltrick & Duarte, 2000; OMS, 1983 apud Beck, Diniz, Gomes, Petroski, 2007). Diversas pesquisas têm relatado as contribuições da antropometria para a avaliação e quantificação do crescimento e desenvolvimento humano, seja na identificação dos fatores de risco relacionados às doenças, como na avaliação dos aspectos maturacionais e nutricionais (Beck et al., 2007; Farias & Salvador, 2005). Segundo a OMS (1983) apud Beck et al., (2007) os níveis de crescimento físico entre crianças e adolescentes podem ser considerados internacionalmente como um dos mais importantes indicadores, tanto da qualidade de vida de um país, quanto da extensão de distorções existentes em uma mesma população, em seus diferentes subgrupos.

METODOLOGIA:

A amostra foi composta de 215 escolares do sexo masculino na faixa etária de 10 a 15 anos de idade matriculados em escolas públicas no município de Arapiraca-AL no ano de 2009. Para coletar os dados utilizou-se: balança (Filizola), estadiômetro (Sanny), fita métrica metálica (Sanny) e plicômetro (Sanny). Para a obtenção dos resultados, para classificação e para a análise dos dados utilizou-se as curvas de crescimento Estatura x Idade, e IMC x Idade (OMS, 2007), as tabelas normativas para perímetro da cintura (FERNADEZ et al., 2004) e o Protocolo de Lohman (1987), para determinar a gordura corporal relativa (%G). Por fim, para a análise e discussão dos resultados utilizou-se a estatística de tendência central (média e desvio padrão).

RESULTADOS:

Nas relações Estatura x Idade e IMC x Idade, os escolares em todas as faixas etárias apresentaram valores médios dentro do padrão de normalidade de acordo com as curvas propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007). Quanto ao perímetro da cintura anatômica os escolares apresentaram valores médios dentro da normalidade em todas as faixas etárias de acordo com classificação proposta por Fernandéz et al. (2004). No que diz respeito aos valores médios da gordura corporal relativa, os resultados obtidos em todas as faixas etárias avaliadas foram classificados como "moderadamente alto", de acordo com classificação proposta por Lohman (1987). Convém salientar que segundo Williams et al. (1992), em relação às doenças cardiovasculares, o risco torna-se elevado com valores de gordura corporal relativa acima de 25% para meninos e 30% para meninas, respectivamente.

CONCLUSÃO:

Os escolares do sexo masculino apresentaram valores médios dentro do padrão de normalidade quanto às curvas de crescimento Estatura x Idade, IMC x Idade, e também, quanto ao perímetro da cintura anatômica. Porém, os valores médios referentes a gordura corporal relativa foram classificados como "moderadamente alto" (LOHMAN, 1987). Convém ressaltar, com base na literatura científica que crianças e adolescentes que eventualmente venham a apresentar fatores de riscos, com o avanço da idade, apresentam maior predisposição ao aparecimento de processos ateroscleróticos e consequente desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCV's). Partindo dessa premissa, tentar detectar precocemente a presença de fatores de risco em crianças e adolescentes possibilita o planejamento e a implementação de programas intervencionistas preventivos direcionados à redução da probabilidade de manifestação das DCV's futuramente na idade adulta (Guedes e Guedes et al. 2006). Portanto, conclui-se que os resultados obtidos encontram-se dentro do padrão de normalidade em todas as faixas etárias, fato esse que pode contribuir para uma menor predisposição de doenças crônico degenerativas por parte dos escolares avaliados.

Palavras-chave: Antropometria, Doenças cardiovasculares, Escolares.