62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Físico-Química
DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES CINÉTICAS DE DECOMPOSIÇÃO FOTOLÍTICA DOS EXTRATOS DE Plectranthus barbatus  EM ACETATO DE ETILA E HEXANO
Marco Antonio Villetti 1
Vania Regina Gabbi Polli 1
Zilda Baratto Vendrame 2
1. Departamento de Física, CCNE, Universidade Federal de Santa Maria - RS
2. Campus de Caçapava do Sul, Universidade Federal do Pampa, UNIPAMPA/RS
INTRODUÇÃO:

O uso de plantas no tratamento de enfermidades é uma prática muito antiga, repassada de maneira praticamente informal por gerações. Embora a medicina popular, com emprego de plantas medicinais, tenha tido êxito em muitos casos, se faz necessário desenvolver estudos sobre a eficiência e riscos à saúde, principalmente pelo uso prolongado de espécies medicinais. O Plectranthus barbatus  conhecido como falso boldo é originário da África e uma das plantas mais cultivada e consumida  pela população brasileira. O P.  barbatus  é utilizado principalmente  no tratamento de mal estar digestivo, e tem ação farmacológica  comprovada como  analgésico e anti-hipertensivo.  A grande maioria dos compostos isolados do P.  barbatus, foram  identificados como diterpenos, destacando-se o forskolin que é uma importante substância usada no tratamento de  cardiopatias e asma. A espécie etnobotânica citada constitui a única fonte conhecida do diterpeno forskolin.  O objetivo deste trabalho foi avaliar a estabilidade fotolítica de diferentes extratos orgânicos do Plectranthus barbatus  submetidos à radiação UV-C, através de medidas de fluorescência e absorção no UV-VIS. As constantes cinéticas de decomposição foram  avaliadas frente a diversos solventes orgânicos.

METODOLOGIA:

O estudo foi realizado utilizando as folhas de Plectranthus barbatus, que foram secas em estufa a  50°C até peso constante, trituradas e as extrações foram feitas com extrator Soxhlet por aproximadamente 8 h para cada solvente. Os solventes utilizados nesta etapa de trabalho foram o acetato de etila e hexano, ambos de grau analítico. Os extratos brutos foram obtidos usando-se aproximadamente 5,0 g de amostra e 130 mL do solvente. A  degradação fotolítica  foi feita utilizando-se uma lâmpada fluorescente UV-C (200 a 290 nm) de 15 W,  Philiphs, em temperatura ambiente por exposição em intervalos de tempo pré determinados e acompanhada  por medidas de absorção UV-VIS em espectrofotômetro Cary 50 Bio  e de fluorescência em espectrofotômetro Cary Eclipse, ambos da Varian.

RESULTADOS:

Foram obtidos os espectros de fluorescência e UV-Visível em diferentes intervalos de tempo de exposição a luz UV-C dos extratos com hexano e com acetato de etila,  separadamente. Com os dados de absorvância máxima para o espectro do UV-Visível e intensidade (u.a), para a fluorescência, foram construídas as curvas cinéticas admitindo reação de pseudo 1ª ordem e calculadas as constantes cinéticas para a degradação fotolítica em cada caso e solvente usado. Todas as curvas cinéticas mostram duas etapas distintas no mecanismo de decomposição fotolítica, conseqüentemente duas constantes cinéticas para o extrato bruto do  Plectranthus barbatus  com os dois diferentes solventes orgânicos. Dos resultados obtidos pode-se observar que as constantes de degradação fotolítica para os extratos com acetato de etila são aproximadamente dez vezes maior do que com hexano, mostrando a estabilidade das substâncias extraídas em meio menos polar.

CONCLUSÃO:

Pode-se concluir, pela avalição das constantes de degradação fotolítica, que a estabilidade do extrato bruto do Plectranthus barbatus   em hexano  é maior que a do extrato bruto em acetato de etila. Esta maior estabilidade em um dos extratores ou solvente de baixa polaridade se deve a presença de um maior número de compostos apolares no meio reacional.

Instituição de Fomento: CAPES - Edital pró-equipamentos 2007
Palavras-chave: Degradação Fotilítica, Plectranthus barbatus, Constante Cinética.