62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
TEORES DE FLAVONÓIDES E FENÓIS TOTAIS, TOXICIDADE E ATIVIDADES ANTIOXIDANTE E ANTIBACTERIANA DE EXTRATOS DAS FOLHAS DE Pouteria glomerata
Raquel de Oliveira Silva 1
Claudia Andrea Lima Cardoso 2
Margareth Batistote 3
1. Curso de Química, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS, Dourados-MS
2. Profª. Drª./Orientadora-Curso de Química, UEMS, Dourados-MS
3. Profª. Drª./Curso de ciências biológicas, UEMS, Dourados-MS
INTRODUÇÃO:
O gênero Pouteria pertence à família Sapotaceae e pode ser encontrado em muitos continentes. As plantas desse gênero têm sido utilizadas na construção civil, na alimentação e também na medicina popular. Algumas atividades biológicas são reportadas às espécies desse gênero, tais como, antioxidante, antibacteriana e antifúngica. Porém, seu real potencial como fonte de novos fármacos ainda é pouco conhecido. Com relação a Pouteria glomerata, comumente conhecida como laranjinha de pacu, foi encontrado na literatura somente um artigo referente ao efeito da inundação de longa duração no crescimento do vegetal. Através da revisão sobre a composição química e as atividades biológicas do gênero Pouteria foi possível verificar que há necessidade de estimular a continuação dos estudos das espécies e também investigar outras espécies para as quais não foram encontrados relatos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o teor de flavonóides e fenóis totais, toxicidade e as atividades antimicrobiana e antioxidante dos extratos das folhas de Pouteria glomerata
METODOLOGIA:
Pouteria glomerata (Miq) Raldlk (folhas) foi coletada em fevereiro de 2009 em Corumbá- MS. As folhas foram trituradas in natura e colocadas em contato com hexano, clorofórmio e etanol, seqüencialmente, para a extração de seus constituintes. Efetuou-se a separação por filtração simples e os extratos obtidos foram concentrados em evaporador rotativo e secos em capela. Os extratos foram diluídos e nestes foram realizados testes para fenóis totais empregando o reagente Folin-Ciocalteau (1:10 v/v) e leitura em 760 nm , flavonóides empregando cloreto de alumínio 10% e leitura em 415 nm e atividade antioxidante empregando como reagente o DPPH (1,1 - difenil - 2 picril - hidrazila). Para o teste de toxicidade separou-se 10 unidades de Artemia salina por frasco contendo 4,5 mL de solução marinha artificial e 0,5 mL de amostra, sendo que após 24 horas contou-se o número de mortos e vivos. A atividade antimicrobiana foi avaliada pelo método de difusão em disco com 6 cepas bacterianas: P. aeruginosa e E. faecalis (controle positivo (CoP): amicacina), S. aureus (CoP: cefuroxina) , E. coli, S. tifi e S. flexonela (CoP: tetraciclina ).
RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostraram que o extrato etanólico apresentou os menores teores no teste de fenóis (170,86 mg/g) e de flavonóides (113,19 mg/g) e o extrato hexânico apresentou os maiores teores no teste de fenóis (180,93 mg/g) e de flavonóides (168,47 mg/g) Para o extrato clorofórmico os valores obtidos foram de 177,07 mg/g (fenóis) e 138,82 mg/g (flavonóides). Pelos testes de atividade antioxidante empregando o radical livre DPPH verificou-se que em concentrações de, aproximadamente, 2000 µg/mL o extrato hexânico apresentou melhor resposta de percentual de inibição (97,64 %), seguido do extrato etanólico (90,05 %) e do extrato clorofórmico (81,45 %). Em relação ao teste com Artemia salina nas concentrações de, aproximadamente, 100 e 300 µg/mL houve letalidade total no extrato hexânico e etanólico, enquanto o extrato clorofórmico apresentou menor índice de mortalidade (20-30%). As amostras não apresentaram respostas frente às bactérias testadas quando foram empregados em torno de 400 µg de extrato por disco. Os coeficientes de variação nos testes com DPPH foram menores que 3% e nos demais testes menores que 5% indicando uma reprodutibilidade entre as análises.
CONCLUSÃO:
Os extratos apresentaram maiores teores de fenóis em relação a flavonóides. Estes teores foram superiores nos extratos de menor polaridade. O extrato hexânico apresentou a maior atividade antioxidante e também os maiores teores de fenóis e flavonóides, enquanto nos extratos etanólico e clorofórmico não foram obtidas estas correlações. Indicando que nestes extratos a atividade antioxidante não esta ligada diretamente aos teores destas classes de substancias nas folhas do vegetal. Os resultados obtidos no teste de toxicidade indicam que o uso das folhas deste vegetal para fins medicinais deve ser realizado com cuidado, já que o mesmo se mostrou tóxico frente Artemia salina. Os extratos não apresentaram atividade antibacteriana.
Instituição de Fomento: CNPq e FUNDECT
Palavras-chave: Laranjinha de pacu, DPPH, Artemia salina.