62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
BUSCA DE SUBSTÂNCIAS COM ATIVIDADE ALELOPÁTICA (FITOTÓXICA) A PARTIR DE EXTRATOS DE ESPÉCIES VEGETAIS DA MICRORREGIÃO DE DIVINÓPOLIS-MG
Fernanda Maria Policarpo Tonelli 1
João Máximo de Siqueira 2
Luis Fernando Soares 3
Grazielle Aparecida da Silva Maia 1
1. Laboratório Química de Produtos Naturais/Farmacognosia, UFSJ/Campus Centro-Oeste
2. Prof. Dr./Orientador - Lab. Química de Produtos Naturais/Farmacognosia, UFSJ/CCO
3. Prof. Dr. - Laboratório Química de Produtos Naturais/Farmacognosia, UFSJ/CCO
INTRODUÇÃO:
A alelopatia, conhecida desde tempos ancestrais, só teve seu real destaque após a criação de herbicidas sintéticos e seus impactos nocivos sobre ser humano e meio ambiente; essa ciência estuda qualquer processo envolvendo os metabólitos secundários produzidos pelas plantas, algas, bactérias, e fungos e que influenciam o crescimento e desenvolvimento de sistemas agrícolas e biológicos. O presente trabalho tem como interesse a busca de substâncias com atividade alelopática em extratos de espécies vegetais da microrregião de Divinópolis-MG, visando a obtenção de protótipos para herbicidas naturais. A busca por herbicidas naturais recebe, portanto, bastante atenção como uma tentativa de preservar o meio ambiente e proteger os cultivos de ervas daninhas, por exemplo.
METODOLOGIA:
Realizou-se coleta da espécie Virola sebifera em Divinópolis-MG. O material seco foi dividido em folhas, frutos e caule, pulverizado e obteve-se extrato hidro-metanólico (70%) das folhas. Este foi fracionado em hexano, clorofórmio e acetato de etila. Visando o estudo fitoquímico biomonitorado, a fração acetato de etila, ativa, foi eluida em uma placa cromatográfica de sílica-gel e incubada em placa de Petri com tampão, e sementes distribuídas sobre o perfil cromatográfico (teste 1). A fração acetato de etila foi também submetida a fracionamento em coluna de sílica e as frações obtidas testadas (teste 2).
RESULTADOS:
Observou-se no teste 1, que o desenvolvimento das sementes de alface foi afetado pelas substâncias que se encontram na porção superior da placa cromatográfica com o extrato fração acetato; obteve-se nessa região superior da placa redução de 91,82% no desenvolvimento da radícula. O mesmo extrato foi submetido à cromatografia em coluna e as frações obtidas (teste 2) apresentaram resultado semelhante ao obtido na bioautografia (teste1). Nesse teste 2, as frações obtidas foram testadas a 250 ppm; observou-se maior inibição sobre a radícula das sementes de alface pelas frações: 3(22,7%), 4(29,5%), 5(31,8%) e 6(20,5%).
CONCLUSÃO:
A Virola sebifera interfere de forma marcante no desenvolvimento de radículas de sementes de alface, inibindo-o. O efeito fitotóxico pode estar relacionado a substâncias presentes nas folhas desta espécie vegetal, e que além de terem afinidade pela fração cujo solvente é o acetato de etila, tem caráter apolar (o que pode ser evidenciado e confirmado através dos testes 1 e 2).
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (PIBIC/UFSJ); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG
Palavras-chave: Virola sebifera, Fitotoxidade, Alelopatia.