62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
A ENERGIA COMO FONTE DE AÇÃO PEDAGÓGICA: HOJE INVESTIGADORES AMANHÃ CIENTISTAS?
Tatiane dos Santos Cruz 1
Manoel Messias de Souza 1
Maria Auxiliadora Santos 2
Maria de Fatima de Jesus 1
1. Faculdade Amadeus /FAMA
2. Orientadora - Faculdade Amadeus
INTRODUÇÃO:
Pesquisadores mostram que o ensino de Ciências no Ensino Fundamental tem sido uma permanente preocupação de educadores, que buscam melhorar a qualidade do ensino, destacando as aulas práticas onde o aluno pode visualizar e entender com maior facilidade os assuntos relacionados ao seu cotidiano. Portanto, nesse trabalho tivemos como questão de pesquisa: quais são as atividades que favorecem um melhor aprendizado ao aluno? Nosso objetivo foi proporcionar a todos os estudantes a oportunidade de desenvolver competências científicas na busca de explicações lógicas e razoáveis, além de desenvolver posturas críticas, sendo capazes de descobrir as relações e conexões entre o novo que aprende e o que já sabia. Para Aramam e Batista (2005) as aulas de ciências podem fazer o aluno capaz de atuar efetivamente como cidadão, usando de valores e habilidades científicas. Basta que um novo conjunto de observações, estudos e testes produzam uma explicação melhor para que esta seja adotada em substituição à antiga, portanto "promover desde o início uma aprendizagem que contemple a formação da cidadania bem fundamentada (...) é garantir uma Alfabetização Científica no início da formação do cidadão". Além disso, é "importante valorizar o aluno, mostrar que é capaz de aprender, mesmo que as coisas em que acredita sejam diferentes daquelas que as ciências consideram corretas" (GAGLIARI, 1985).
METODOLOGIA:
O projeto foi desenvolvido na disciplina Fundamentos e Metodologia do Ensino de Ciências e implementado no Externato São Francisco de Assis, com alunos da 4ª série do Ensino Fundamental, com idade entre 10 e 12 anos. Dividimos o projeto em três momentos: Inicialmente procuramos detectar, através de um exercício de oralidade, os conhecimentos prévios dos alunos. Passamos, então, a discutir sobre energia, seus tipos e as fontes renováveis e não renováveis, com suas vantagens e desvantagens. No segundo momento do projeto dividimos a turma em dois grupos: um passou a defender o uso da energia renovável e o outro da energia não renovável, sendo os resultados expostos e apresentados oralmente. Por fim, trabalhamos alguns conceitos de eletricidade e magnetismo através de experiências realizadas em sala de aula como: construção de uma pilha utilizando moedas, construção de uma lanterna caseira e de um circuito com interruptor simples; despertando nos alunos um sentimento de busca pelo saber.
RESULTADOS:

Em seus conhecimentos prévios os discentes falavam: que "a energia vinha dos postes, mas não sabiam como era produzida"; "a energia é renovável", não sabendo as fontes; "os seres vivos precisam de energia para viver"; "a energia que chega aos postes vem das usinas"; "para existir energia tem que ter água". Após uma discussão inicial sobre o tema energia, seus processos de transformação na natureza e por meio de recursos tecnológicos obtivemos como resultado o desenvolvimento de uma linguagem e percepção mais ampla, o que contribuiu para o desenvolvimento cognitivo e raciocínio lógico. Houve ainda o estimulo à conservação do meio ambiente, com a aprendizagem sobre a importância da utilização da água para a produção de energia e valorização do trabalho em grupo, pois, em cada experiência foi proposto um trabalho coletivo. Os discentes aprenderam a formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas ao meio ambiente; compreenderam alguns processos de transformação de energia na natureza, bem como, identificaram diferentes tipos de energia utilizando-se dos conceitos científicos básicos. Conseguimos, ainda, desenvolver o estímulo à leitura, a observação, a experimentação o registro e a comunicação dos resultados.

CONCLUSÃO:

Os estudos realizados possibilitaram ao aluno sair de uma postura passiva e aprender a pensar, a elaborar raciocínios, a levantar hipóteses, a buscar alternativas para solucionar os problemas, entrando no universo da pesquisa, observando, registrando analisando e divulgando resultados, proporcionando, assim, diferentes formas de aprendizagem no processo de construção do conhecimento. Com o projeto "A energia como fonte de ação pedagógica: hoje investigadores amanhã cientistas?", os discentes foram os atores principais no seu processo de construção do conhecimento e, partindo da sua realidade e de acúmulo de informações ao longo da sua vida cotidiana e escolar, ampliaram seus conceitos a partir dos conhecimentos discutidos em sala de aula, tornando-os cidadãos mais reflexivos e críticos. Portanto, a aplicação de experimentos nas aulas faz com que o professor e os alunos pesquisem juntos, descobrindo coisas novas, tornando as aulas mais interessantes e dinâmicas, além de favorecer o desenvolvimento cognitivo da criança.

Palavras-chave: Educação, Ensino de Ciências, Formação de Professores.