O estudo sobre o método fenomenológico nos revela uma infinidade de conceituações que perpassam desde a compreensão científica de revelação do objeto, à teoria do movimento da história, ou interpretação especulativa dos dados de fatos, até o modo de descrever os acontecimentos existenciais humanos. Nessa apresentação de painel especificaremos os conceitos e as diferenças entre o método fenomenológico descritivo fundamentado na consciência de Husserl e o método fenomenológico existencial de Sartre. Husserl (1859-1938) consistirá em descrever rigorosamente passo a passo como a consciência emerge das interrogações e descobertas de significados, e não dos fatos; Sartre (1905-1980), visa, por sua vez, além das descobertas dos sentidos do homem (com o mundo, no mundo, do mundo, ao mundo) os posicionamentos possíveis em condição humano-crítico-criativo.

Resultado foi um minicurso no ENEFIL realizado em Fortaleza (2010) e esse painel para 62ª Reunião Anual da SBPC. O Objetivo dessa pesquisa é estabelecer com clareza os pontos de divergências entre os autores, apesar de compreender reconhecer a profunda influência recebida, mas principalmente tomar consciência dos pontos de crítica do Sartre: o idealismo conceitual e a "EPOCHÉ" como procedimento insuficiente.

As conseqüências das diferenças desses métodos são que, na medida em que Husserl influenciará as ciências (psicologia, direito, sociologia, e outros saberes fundados no homem), Sartre gestará a importância do engajamento e de uma ética situacional (sem fundamentação, mas como posicionamentos).