62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DO SONO DE UMA POPULAÇÃO IDOSA
Aryostennes Miquéias da Silva Ferreira 1, 3, 5, 2, 4
Johnnatas Mikael Lopes 1, 3, 5, 2, 4
Marina de Souza Medeiros 1, 3, 5, 2, 4
Vanessa Regina Feitosa da Silva 1, 3, 5, 2, 4
Fábio Galvão Dantas 1, 3, 5, 2, 4
1. Departamento de Fisioterapia - CCBS - UEPB
2. Departamento de Fisioterapia - CCBS - UEPB
3. Departamento de Fisioterapia - CCBS - UEPB
4. Departamento de Fisioterapia - CCBS - UEPB
5. Departamento de Fisioterapia - CCBS - UEPB
INTRODUÇÃO:
Os distúrbios do sono têm sido reconhecidos como sérios problemas de saúde pública, particularmente em relação à sonolência diurna excessiva (SDE) (Dement e Mitler, 1993). Durante o processo do dormir ocorrem modificações fisiológicas e comportamentais. Há, também, interferência direta nos processos cognitivos e de aprendizagem (Souza, 1999). Em relação aos distúrbios do sono, entre os mais freqüentes está a sonolência diurna excessiva (SDE), que afeta de 4% a 12%. Pessoas com SDE apresentam estresse psicológico, diminuição da produtividade no trabalho ou na escola e aumento do risco de acidentes (Akerstedt et al., 2001; Canani e Barreto, 2001; Connor et al., 2001) têm ainda prejuízos no funcionamento físico, na vitalidade e na qualidade de vida (QV) em geral (Beusterien et al., 1999; Franco et al., 2000; Glina et al., 2001). Além disso, trata-se de um problema clínica e socialmente relevante, cujos mecanismos e correlações ainda não estão largamente conhecidos, viabilizando pesquisas que venham contribuir para o esclarecimento dessas possíveis relações e medidas de tratamentos (LOMBARTI et al., 2008). Desta forma, nossa pesquisa tem o intuito de conhecer a distribuição de alguns parâmetros de qualidade do sono em uma população de idosos.
METODOLOGIA:
Pesquisa epidemiológica de caráter populacional, observacional e transversal com uma amostra de 42 idosos. A coleta dos dados realizada nos domicílios escolhidos aleatoriamente em um bairro, representativo do Distrito Sanitário I e utilizando a estratégia de amostras de domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Serão incluídos na amostra indivíduos de ambos os sexos com idade acima de 60 anos e que se disponibilizarem a participar do estudo. A qualidade do sono foi avaliada através do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, o qual avalia o sono nos parâmetros de qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, distúrbios do sono, uso de medicação para dormir e disfunção durante o dia. A escala varia de 0-21 pontos e escores maiores do que cinco implicam em qualidade de sono ruim. Escala de Ronco de Stanford que é usada para avaliar o ronco, utiliza nota de 0 a 10 de acordo com a intensidade do ronco questionada aos familiares/acompanhantes na entrevista. Os indivíduos que se dispuserem a participar da pesquisa foram convidados a assinar um termo de consentimento, de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, onde estão evidenciadas as finalidades do estudo e seus devidos responsáveis.
RESULTADOS:
Os idosos da amostra estudada apresentam uma fragmentação do sono na última semana da seguinte forma: acordaram 3 vezes ou mais (71%), acordaram 2 vezes (18%), acordaram uma vez (6%) e nenhuma vez (6%). Os que levam mais de 30 minutos para iniciar o sono durante a última semana se distribuem deste modo: 26% relataram 3 ou mais dias em que levaram mais de 30 minutos, 3% relataram dois dias, 18% relataram apenas um dia e 53% relataram que em nenhum dia tiveram problemas para iniciar o sono no período de 30 minutos. O tempo médio necessário para iniciar o sono foi 20,4 minutos. Estes achados vão ao encontro do estudo realizado por Zeitlhofer et al. (2002) que mostrou a dificuldade de iniciar e manter o sono por parte dos idosos. Em relação ao ronco observa-se uma intensidade média de 3,34 e sendo a intensidade 3 a mais freqüente (10,2%), o que revela um ronco leve e que não interrompe o sono do parceiro. Dos entrevistados, 47,05% relatam algum tipo de dor que os incomoda para manter o sono e 35,2% referem dor em uma freqüência de três ou mais vezes na última semana. Apesar dos indicadores mostrarem que os idosos estudados possuem um comprometimento da qualidade do seu sono, todos auto-relataram uma bom qualidade do mesmo, contrariando os dados de Pand-Perumal et al. (2002).
CONCLUSÃO:
Apreendemos das nossas observações que a amostra estuda possui uma baixa qualidade do sono em virtude da alta prevalência da fragmentação do sono, demora além de trinta minutos para iniciar o sono e da presença de dor durante o sono. Contudo, os entrevistados auto-relatam bom qualidade do sono.
Palavras-chave: Qualidade do sono, Idosos, Sonolência Excessiva Diurna .