62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
PLANTAS MEDICINAIS: CONHECIMENTO E USO ENTRE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DA ZONA URBANA DA CIDADE DE IGUATÚ-CE  
Cristina Albuquerque Duarte Morais 1
Lécio Leone de Almeida 2
Vitória de Cássia Félix de Almeida 2
Romário Leite Alencar 2
Luciene Ferreira de Lima 2
Rafael Barbosa de Moura 2
1. Escola Antonio Albuquerque de Sousa Filho
2. Universidade Regional do Cariri - URCA
INTRODUÇÃO:

As plantas medicinais constituem um verdadeiro arsenal terapêutico de enorme importância. Há séculos, estas vêm sendo consideradas fontes medicamentosas empregadas tanto em preparações tradicionais quanto na mais recente forma de princípios ativos puros (Melo, 2005). Embora existam inúmeros estudos sobre o uso, eficácia e toxicidade, dessas plantas, a literatura científica ainda é incipiente no sentido de se conhecer o que pensam os educadores a esse respeito. O conhecimento e o uso dessas plantas têm sido pouco explorados no ambiente escolar. Levando em consideração que, a escola, participa de maneira ativa à formação de indivíduos, assim como agente formadora de opinião, objetivou-se investigar o conhecimento e o uso de práticas alternativas de saúde entre professores do ensino médio de escolas da zona urbana da cidade de Iguatu-CE.

METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada no período de junho a agosto de 2009 nas Escolas de Ensino Médio da zona urbana da cidade de Iguatu-CE. Foi elaborado e aplicado um questionário semi-estruturado pelos pesquisadores os quais explicaram os objetivos da pesquisa no momento do preenchimento. A amostra foi constituída de 93 professores do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, selecionados de forma aleatória e voluntária. Os professores responderam as questões subjetivas e de múltipla escolha. Todos os participantes tiveram que assinar previamente um termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados coletados foram submetidos à análise estatística descritiva.
RESULTADOS:
Os resultados mais relevantes foram: das 622 plantas mencionadas as 10 mais citadas foram (Capim-santo, Malva Corama, Hortelã, Boldo, Eucalipto, Babosa, Aroeira, Mastruz, Macela e Endro). Em relação ao tratamento de doenças através de plantas medicinais a maioria 75 (80,6%) respondeu que as plantas medicinais tratam certas doenças. Quanto a satisfação após o uso de plantas medicinais 48 (51,6%) acreditam que o tratamento com tais plantas seja eficaz e 42 (45,2%) indicaram às vezes. Sobre o uso de plantas medicinais 91 (97,9%) já fizeram uso e, 86 (92,5%) fazem uso como uma alternativa para o tratamento de doenças e/ou sintomas. O motivo que levou os professores a fazerem uso de plantas medicinais resultou em 240 citações para quatro alternativas, o conhecimento popular com 81 (33,8%) e a preferência por uma medicina alternativa 60 (25%) destacaram-se. Sobre o modo de preparo a Infusão 73 (47%) e a decocção (59) 38,3% foram as mais citadas. Quanto à aquisição de plantas medicinais das 231 citações, 77 (33,3%) para vizinhos e amigos, 67 (29%) disseram que adquirem comprando na feira livre. Sobre o interesse em cultivar plantas medicinais, verificou-se que 74 (79,6%) dos professores apreciaram a idéia com entusiasmo e, 19 (20,4%) não tinham interesse.
CONCLUSÃO:
A partir dos dados obtidos concluímos que os professores possuem um conhecimento tradicional relevante em relação aos efeitos das plantas medicinais, quando afirmam que apenas certas doenças podem ser tratadas com a medicação caseira, demonstrando a consciência de que há males que não podemos abrir mão dos medicamentos alopáticos. Embora as plantas mais citadas na pesquisa, sejam bastante conhecidas entre os professores, ainda não estão claras, a sua finalidade terapêutica, ou seja, a qual doença e/ou sintoma que esta ou aquela planta trata, ou como irá agir no corpo humano, o que pressupõem a insegurança no emprego adequado das plantas. O método mais citado de preservação do poder curativo das plantas foi "lavar bem e cortar em pequenos pedaços", o que demonstra pouco conhecimento sobre os processos de preservação dos princípios ativos, tendo em vista, que lavar e cortar são procedimentos básicos para qualquer vegetal. Esse dado deixa clara a necessidade de se conhecer melhor o uso das plantas medicinais. O que chamou mais atenção foi o interesse em cultivar uma horta caseira e a preferência da maioria em obter exemplares de plantas medicinais através de terceiros.
Palavras-chave: Plantas Medicinais, Saúde Pública, Farmacognosia .