62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
INVESTIGAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO NA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA (UEPB)
Nithalma Chelly Maia Macêdo Nobre 1
Cláudia Holanda Moreira 1
Gydarlly Batista do Nascimento 1
Rafaela Faustino Lacerda de Souza 1
Vanessa Regina Feitosa da Silva 1
Elaine Lira Olinto 1
1. Universidade Estadual da Paraíba
INTRODUÇÃO:
Para Adams et al., (1998) o acidente vascular encefálico (AVE) pertence à categoria de doenças do sistema nervoso central denominadas de Doenças Vasculares, nas quais a patogênese inclui um distúrbio na irrigação sanguínea do encéfalo, pode ser de origem obstrutiva, ocorrendo quando um vaso é obstruído por um êmbolo ou trombo dando origem a um fenômeno de isquemia na região irrigada pelo vaso, ou de origem hemorrágica que ocorre quando há rompimento de algum vaso e toda região afetada pode sofrer morte tissular. Quando não fatais, as seqüelas cerebrais do AVE resultam em importantes distúrbios funcionais, estas podem levar à incapacidade total ou parcial do indivíduo, com severas implicações para a sua qualidade de vida. A preocupação mundial com o AVE, associado a alto risco de óbito e incapacidade, fez com que diversos estudos tenham sido realizados nas últimas décadas. O interesse para realização desta pesquisa surgiu a partir da observação do grande contingente de pacientes com seqüelas resultantes do AVE na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), buscando conhecer a população a quem prestamos assistência. Este estudo tem como objetivo investigar os fatores de risco para o AVE na Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB.
METODOLOGIA:
Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo documental, através dos registros encontrados nos prontuários de avaliação dos pacientes com seqüelas de AVE atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB, realizado no período de junho a novembro de 2006. O universo da pesquisa constou de 17 prontuários de avaliação. A amostra foi do tipo não probabilística e intencional. Os instrumentos de coleta de dados foram os prontuários de avaliação dos pacientes com seqüelas de AVE, atendidos no setor de neurologia na Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB. Procedeu-se a leitura cuidadosa dos mesmos, para investigação dos fatores de risco que possam ter contribuído para o desencadeamento do acidente vascular encefálico, além do registro das seguintes variáveis: sexo, idade, nível educacional e profissão. Os dados coletados são apresentados em forma de tabelas e gráficos e são descritos através de freqüência simples e de porcentagem. A representação gráfica dos dados obtidos na pesquisa foi feita através de diagramas de círculos. O projeto de pesquisa foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, tendo sido aprovado em 26 de junho de 2006.
RESULTADOS:
Constatou-se a predominância de 53% de pacientes do sexo feminino e 47% do masculino. Confirmando O'Sullivan (1993) que afirma haver uma incidência praticamente igual entre os sexos. Os homens representaram maior percentual entre a faixa etária de 48-52 anos 50%, e as mulheres, o percentual de 22,2% na faixa etária de 39-43 anos. Enquanto que Cabral (1997) relata que o AVE é comum entre homens na faixa etária dos 65 anos e as mulheres são mais atingidas após os 80 anos. Observou-se que o nível educacional predominante foi o ensino fundamental incompleto 35,30%, apenas 5,80% o completaram e 23,60% não foram alfabetizados. Estes dados revelaram o baixo grau de instrução destes pacientes, conjectura-se a falta de acesso às informações sobre os fatores de risco para o AVE. Quanto à profissão predominou a de aposentados 35,30%, seguido pela de secretária do lar 29,40% e outras profissões 23,60%. Apresentaram hipertensão arterial sistêmica (HAS) 94,20%, seguida pelo diabetes 41,10%, história familiar 29,40%, cardiopatias 23,50%, alcoolismo 23,50% e tabagismo 17,60%. Ratificando autores como André (1999) e Sacco (1997) que revelam a HAS como o principal determinante modificável do AVE, além do diabetes e outras co-morbidades associadas.
CONCLUSÃO:
Fica evidente que o acidente vascular encefálico é uma emergência de grande magnitude para a saúde pública, tendo em vista a sua freqüência e o risco de óbito dele decorrentes, assim como os altos custos envolvidos no processo de hospitalização e reabilitação. Através dos resultados desta pesquisa conclui-se que os fatores de risco tem grande relevância no AVE e que medidas preventivas direcionadas para os fatores de risco primários, principalmente a hipertensão devem ser adotadas para promoção de saúde das pessoas. Na cidade de Campina Grande, ou até mesmo no estado da Paraíba, pesquisas com uma abrangência maior, de cunho epidemiológico, deveriam ser realizadas, a fim de se verificar a incidência do AVE e seus principais fatores etiológicos.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico, Fatores de Risco, Fisioterapia.