62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
COTIDIANO DAS MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO: SINTOMATOLOGIA E MODIFICAÇÕES
Shérida Karanini Paz de Oliveira 1
Fernanda Jorge Magalhães 1
Ires Lopes Custódio 1
Rosiane Pitombeira 2
Francisca Elisângela Teixeira Lima 3
1. Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará - UFC
2. Universidade de Fortaleza
3. Prof.ª Dr.ª/Orientadora - Dpto de Enfermagem - UFC
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento populacional é uma realidade demográfica brasileira. Como consequência, espera-se, nos próximos anos, um aumento progressivo na procura dos serviços de saúde, em especial, por mulheres com queixas relacionadas ao climatério. Paralelamente, a assistência ao climatério tem passado por uma modificação de paradigmas, impondo aos profissionais de saúde, principalmente aos enfermeiros, uma mudança de atitude. Reconhece-se que o climatério é influenciado por fatores biológicos, psicossociais e culturais, sendo necessário que o enfermeiro conheça esses fatores para prestar uma assistência mais qualificada, humanizada e eficaz. Diante dessas considerações, tem-se como objetivo averiguar os principais sintomas referidos pelas mulheres durante o climatério e verificar as mudanças ocorridas em suas vidas.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa, realizado na sala de espera de um ambulatório de ginecologia e clínica médica em unidade básica de saúde, Fortaleza-CE. A amostra constituiu-se de 101 mulheres no período do climatério que aguardavam atendimento na sala de espera da unidade de saúde, sendo selecionadas de forma aleatória. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas, seguindo um roteiro contendo perguntas abertas e fechadas. Para a análise, os resultados foram tabulados nos programa EPI INFO, e organizados em quadros e fundamentados na literatura pertinente à temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer nº 45/2006.
RESULTADOS:
Os resultados constataram que a sintomatologia associada à síndrome do climatério teve alta prevalência, sendo que 92,1% das mulheres apresentaram pelo menos um dos sintomas característicos do climatério. Os sintomas mais frequentes foram os fogachos (81,19%), irritabilidade (78,2%), esquecimentos (71,3%), dores nas pernas (67,3%), cefaléia (57,4%), diminuição da libido (54,4%), insônia e depressão (50,5%). As mudanças no cotidiano foram mencionadas por 57 mulheres, sendo as seguintes: alterações relacionadas com a sexualidade (53,5%), problemas como obesidade e baixa auto-estima (41,6%); transtornos conjugais (21,8%) e familiares (5,9%). Tais mudanças podem ser decorrentes das alterações de humor e irritabilidade excessiva que interferem no relacionamento com o parceiro e familiares no período do climatério. Destaca-se, ainda, a obesidade correlacionada ao climatério, por ser um fator de risco para doenças crônicas degenerativas nessa fase da vida da mulher.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a maioria das mulheres apresenta sintomas da síndrome do climatério, levando às mudanças em seu cotidiano. Portanto, os enfermeiros, como um educador em saúde e utilizando tecnologias educativas, precisam encorajar as mulheres a visualizar a menopausa como uma alteração natural do processo de envelhecimento. Contudo, é necessária a alocação de recursos para um melhor atendimento e uma maior atuação do enfermeiro na atenção às mulheres no climatério, desenvolvendo ações educativas, preventivas e curativas para uma melhor adaptação da mulher a essa fase da vida.
Palavras-chave: Saúde da Mulher, Climatério, Cuidados de enfermagem.