62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 2. Currículo
C Currículo como norteador da prática docente
Shirlane Maria Batista da Silva Miranda 1
Antonio Luiz Alencar Miranda 1
Lidinalva de Almada Coutinho 1
Maria Lucia Aguiar Teixeira 1
Maria de Fátima Silva 2
1. Universidade Estadual do Maranhão -Centro de Estudos Superiores de Caxias
2. Faculdade Integrada de Jacarepaguá
INTRODUÇÃO:

Ao longo da Historia os estudos realizados sobre currículos sempre foram relegados a segundo plano, permitindo que sempre fossem feitas analises superficiais a respeito do currículo escolar. Esse pensamento simplório tende a vê-lo com imparcialidade, livre de qualquer influência e como mais um ator coadjuvante no componente educacional.  A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96) no artigo 26, aponta para uma participação da escola no que se refere a currículo, mostrando que o currículo deve ser estruturado em uma base nacional comum, e uma parte diversificada a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. Neste contexto sentiu-se a necessidade de realizar uma investigação sobre a visão que os professores têm a respeito de currículos e como os conteúdos curriculares (conceituais, procedimentais e atitudinais), são trabalhados em sala de aula, buscando assim contribuir para a otimização do processo ensino aprendizagem. Este projeto tem como objetivo proporcionar um estudo mais profundo sobre currículos e sobre a aplicação dos conteúdos curriculares no cotidiano de sala de aula.

METODOLOGIA:

A investigação foi realizada durante um ano, em duas escolas públicas estaduais  CEM Thalles Ribeiro Gonçalves e CEM Gonçalves Dias, localizados respectivamente na Praça Coronel João Castelo, s/n-Centro e Rua Aarão Reis, 917-Centro, Caxias-MA. Como critério de seleção as escolas deveriam oferecer o ensino médio sendo escolhido dentro das mesmas três categorias de forma aleatória: Professores, diretores e alunos. Professores, diretores e escolas tiveram seus nomes substituídos por letras alfabéticas enquanto os alunos tiveram seus nomes trocados por números, como forma de preservá-los em anonimato. Os instrumentos de coleta utilizados foram questionários aberto composto ao todo de vinte perguntas. Essas perguntas abrangiam eixos referentes à autonomia escolar, livro didático, habilidades e competências, conhecimentos sobre o currículo e o perfil do sujeito que a escola está constituindo. Finalizando foi se pedido o projeto político-pedagógico e a estrutura curricular das escolas pesquisadas. Os dados foram analisados utilizando-se o método qualitativo, analisando as peculiaridades das respostas dos entrevistados e posteriormente fundamentando-as em pesquisas bibliográficas.

RESULTADOS:

   Ao iniciarmos a entrevista com os professores perguntou-se qual a concepção de currículos que os professores tinham? Nota-se com base nas respostas obtidas, percepções puramente conteudistas. "O currículo é o conjunto de conteúdos que devem ser ministrados na escola. (PROFESSORA"A", ESCOLA"X"). Outro o define como sendo "tópicos a serem cumpridos".(PROFESSOR"D", ESCOLA"Y"). A seguir tem-se uma visão mais ampla sobre currículo. "Currículo são todas as experiências, conhecimentos, pensamentos atividades pedagógicas. (Professor"B", ESCOLA"X"). O segundo questionamento versava sobre que tipo de sociedade a escola está formando para a posteridade e que valores estão sendo repassados. Um dos entrevistado reforça a formação humanística quando diz: "Estamos preparando homens e mulheres para a vida, com valores, idéias e conhecimento para interferir, modificar, transformar, e principalmente para atuar humildemente na sociedade em que vivem. (DIRETOR"B", ESCOLA"X").  Dessa forma, percebe-se que o currículo enquanto norteador da prática pedagógica precisa ser entendido como parte integral na formação do educando, mostrando que a escola tem como função social à socialização do conhecimento entre seus sujeitos tornando-os assim capazes de compreender e transformar a sociedade.

CONCLUSÃO:

   Neste trabalho de Iniciação Cientifica, um fator em especial chamou a atenção: O desconhecimento da ideologia intrínseca ao currículo por parte da comunidade escolar, pois a pergunta base dos questionários centrava na opinião dos entrevistados sobre a concepção que eles tinham de currículo, e como os conteúdos curriculares eram trabalhados em sala de aula. Outro ponto digno de análise foi à simetria encontrada nas respostas de alunos e professores divergindo apenas das respostas dos diretores. Constatam-se com isso duas posturas diferentes na escola: uma de docentes e alunos onde aceitam apaticamente o que lhes são repassados, não se importando em desconhecerem as leis que conduzem a educação, no caso a LDB (Lei de diretrizes e bases da educação); bem como os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) e as Diretrizes curriculares Nacionais que norteiam o ensino brasileiro.   Em suma, o que se demonstra aqui não é só uma participação quase nula de alunos e professores no processo de escolha curricular, mas também a passividade com que esses acatam determinações que desconhecem a procedência, tornando o conhecimento apresentado algo pronto e indiscutível.

Palavras-chave: Curriculo, Prática, Ideologia.